Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Os Smurfs pregavam o comunismo?

Há controvérsias!

Por Victor Bianchin
Atualizado em 22 fev 2024, 10h23 - Publicado em 3 ago 2016, 16h12

A primeira aventura dos duendes azuis nos cinemas, lançada no Brasil em agosto de 2011, teve ótima bilheteria. Mas será que os Smurfs estão interessados em dinheiro? A teoria de que o desenho criado em 1981 pregava o ideário socialista foi tema de um ensaio sociopolítico do escritor J. Marc Schmidt no livro Secrets of Popular Culture, de 2008, e há anos ronda a web.

Confira os detalhes da teoria e o que os responsáveis têm a dizer sobre.

 

Unidos venceremos

Segundo Karl Marx, principal teórico socialista, o maior problema do capitalismo é a propriedade privada, que causa a divisão dos homens em classes sociais. Os Smurfs não têm esse problema: tudo é de todos. A comunidade trabalha unida para suprir as necessidades de cada um, como moradia e alimentação. Apesar de alguns terem responsabilidades maiores, como o Habilidoso e o Robusto, não há preconceitos sociais entre eles.

outo de tolos a igualdade é azul

Ouro dos tolos

Se não há propriedade privada, não há necessidade de compras – nem de dinheiro. Um dos álbuns de HQ que originaram o desenho até tentou introduzir o “Smurf das Finanças”, mas o sistema monetário criado por ele gerou pobreza e discórdia. Depois que tudo voltou ao normal e a lição foi aprendida, o tal Smurf nunca mais apareceu…

A igualdade é azul

Marx define duas classes sociais: a minoria capitalista, com os meios de produção, e o proletariado, que sobrevive vendendo sua força de trabalho. Para os Smurfs, elas não existem: cada um tem uma função definida e todos são importantes. E eles se vestem de forma idêntica, reforçando a noção de igualdade. Papai Smurf seria uma analogia a Karl Marx: usa barba e a cor vermelha (simbólica no comunismo) e chegou à liderança por sua sabedoria.

dispensando o divino

Continua após a publicidade

Dispensando o divino

Marx também acreditava que, para chegar ao comunismo real, era preciso abolir qualquer tipo de religião. E, na vila Smurf, não há padres e monges. Nenhum dos episódios retrata o culto a alguma divindade – e, embora celebrem o Natal, os azuizinhos não parecem saber o conteúdo religioso da data.

cifrão nos olhos

Cifrão nos olhos

O vilão Gargamel deseja usar os Smurfs em uma poção que cria ouro – o que o tornaria uma metáfora para o capitalismo, sistema no qual (segundo a mentalidade comunista) a ambição pessoal se sobrepõe ao respeito ao próximo. Ainda nessa linha de raciocínio, o desenho critica o bruxo ao retratá-lo sempre solitário, sem nada de bom na vida.

azul calcinha

Azul-calcinha

Marx também alegava que a opressão feminina era resultado do capitalismo. E, de fato, a única fêmea entre os Smurfs, a Smurfette, foi criada pelo (suposto capitalista) Gargamel, como um instrumento para confundir seus pequenos rivais. Ela surgiu feia, morena e maldosa, mas Papai Smurf usou magia para torná-la loira e boazinha.

Continua após a publicidade

Além de tudo, nazistas?

Livro acusa Smurfs de serem totalitaristas.

O professor francês Antoine Buéno lançou no ano passado Le Petit Livre Bleu (“O Pequeno Livro Azul”), no qual alega que a vila é o arquétipo de uma sociedade totalitarista, com traços nazistas.

Papai Smurf seria um ditador, e Gargamel, uma caricatura dos judeus – narigudo e louco por dinheiro. Sua vilanização seria um sinal de antissemitismo. Smurfette representaria o ideal da mulher ariana.

A PALAVRA DO RESPONSÁVEL

A ME fez 11 ligações e enviou 7 emails à produtora belga Peyo, que detém os direitos sobre os personagens, mas não obteve resposta. Em entrevista ao Jornal da Tarde, Véronique Culliford, filha do criador dos Smurfs, disse que a tese é uma “grande besteira”: “Nunca tivemos nada a ver com o Partido Comunista”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.