O que são falésias?
São paredões íngremes encontrados no litoral de quase todo o mundo, desenhados pela ação do mar nos últimos 180 milhões de anos. Elas aparecem pela ação da erosão marítima nos intervalos entre as eras glaciais, quando o nível dos oceanos pode subir até 12 metros. Nessas ocasiões, a água avança sobre os continentes e desgasta […]
São paredões íngremes encontrados no litoral de quase todo o mundo, desenhados pela ação do mar nos últimos 180 milhões de anos. Elas aparecem pela ação da erosão marítima nos intervalos entre as eras glaciais, quando o nível dos oceanos pode subir até 12 metros. Nessas ocasiões, a água avança sobre os continentes e desgasta os terrenos mais próximos à costa. “Quando o mar encontra regiões baixas, a ação da água na terra firme geralmente forma as praias do litoral. Quando ela esbarra em áreas mais altas, de planalto, a erosão concentra-se na parte inferior do terreno, produzindo as falésias”, diz o geólogo George Satander Sá Freire, da Universidade Federal do Ceará (UFC). No Brasil, as falésias surgem em vários pontos do litoral, alcançando mais de 20 metros de altura. A aparência dos paredões varia de acordo com o tipo de rocha que o mar esculpiu. Do Amapá ao Rio de Janeiro, predominam as falésias avermelhadas, formadas a partir de terrenos de arenito.
No sul do país, são mais comuns as falésias escuras, talhadas em granito. Além das encostas próximas ao mar, os geólogos também estudam paredões a até 2 quilômetros da costa, as chamadas falésias mortas. Elas fornecem pistas sobre a atividade oceânica e mostram até onde o mar já avançou. Apesar do visual incrível para o turismo e da importância para a ciência, ambientalistas brasileiros já acionaram o sinal vermelho para a devastação dessas formações, especialmente no Nordeste. Em Alagoas, onde a vegetação no topo das encostas deu lugar a plantações de cana-de-açúcar, o solo sofre erosões com as queimadas e as falésias acabam caindo dentro do mar, sufocando corais próximos à costa. “E no Ceará chega até mesmo a correr esgoto a céu aberto do alto de alguns paredões para a praia, agravando a poluição e a ameaça de desmoronamento das encostas”, afirma George.