O que foi o macarthismo?
Essa corrente de pensamento anticomunista dos anos 50 provocou flagrantes violações a direitos constitucionais nos EUA
Foi um polêmico movimento político norte-americano para tentar combater o comunismo no país nos anos 1950 – mesmo que isso significasse violar o direito civil à opinião política, previsto na Constituição. Motivado pela paranoia da Guerra Fria, entre EUA e URSS, o macarthismo foi personificado pelo senador republicano Joseph McCarthy – daí seu nome.
Como presidente do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado, McCarthy cometeu diversos abusos: autorizou quebras de sigilo, violou fundamentos legais (como o direito à ampla defesa), pressionou interrogatórios e divulgou listas de supostos adeptos do comunismo que deveriam sofrer todo tipo de sanção – mesmo sem provas definitivas.
As investigações não poupavam ninguém: membros do Exército, do governo e do próprio Parlamento. Especialmente, professores, escritores, artistas e sindicalistas. Em Hollywood, vários diretores, produtores e atores tiveram a carreira arrasada por entrarem na “lista negra”. Até Charles Chaplin foi incluído e penou para conseguir trabalho nessa época.
Mas os excessos de McCarthy custaram caro. Com o tempo, ele passou a ser acusado de usar sua posição no Senado para perseguir desafetos políticos. Lentamente, perdeu espaço no cenário norte-americano. Ao mesmo tempo, a opinião pública começou a se voltar contra os principais casos de injustiça nesse período. Foi o fim da caça às bruxas contra a esquerda no país.
CONSULTORIA Laura de Oliveira, doutora em história e professora da UFBA, e Nanci Espinosa, pesquisadora e doutoranda em história social com ênfase em EUA na USP
FONTES Sites Britannica e Spartacus Educational; livro História para o Ensino Médio, de Claudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo