Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

O que foi o Coliseu de Roma?

Arena foi palco de diversas formas de entretenimento - na concepção romana da palavra

Por Yuri Vasconcelos
Atualizado em 22 fev 2024, 11h02 - Publicado em 18 abr 2011, 18h54

Coliseu

Maior e mais famoso símbolo do Império Romano, o Coliseu era um enorme anfiteatro reservado para combates entre gladiadores ou opondo esses guerreiros contra animais selvagens. Suntuoso, era mais confortável do que muitos estádios modernos.

Sua construção foi iniciada no ano 72 d.C., por ordem do imperador Flávio Vespasiano, que decidiu erguê-lo no local de um antigo palácio de Nero, seu antecessor no comando do império. As obras levaram oito anos para serem concluídas e, quando tudo ficou pronto, Roma já era governada por Tito, filho de Vespasiano. Para homenagear seu pai, Tito batizou a construção de “Anfiteatro Flaviano”.

Alguns historiadores especulam que o nome Coliseu só apareceria centenas de anos depois, talvez no século 11, e teria surgido inspirado no Colosso de Nero, uma estátua de bronze de 35 metros de altura, que ficava ao lado do anfiteatro.

Os primeiros combates disputados para comemorar a conclusão do Coliseu duraram cerca de 100 dias e se estima que, só nesse período, centenas de gladiadores e cerca de 5 mil animais ferozes tombaram mortos em sua arena de 85 por 53 metros.

Os jogos levavam o público ao delírio. Suas arquibancadas, construídas a partir de 3 metros do solo, acomodavam mais de 50 mil pessoas. Um camarote bem próximo à arena era destinado ao imperador de Roma, que era reverenciado pelos gladiadores antes dos espetáculos com uma saudação que se tornaria famosa: “Salve, César! Aqueles que vão morrer te saúdam”.

O anfiteatro, o primeiro permanente erguido em Roma, funcionou como o principal palco de lutas da cidade até o ano 404, quando o imperador Flávio Honório proibiu definitivamente os combates entre gladiadores. Depois disso, o Coliseu teve diversos usos.

Continua após a publicidade

Chegou a ser empregado como cenário para simulações de batalhas navais, ocasiões em que a área ocupada pela arena era alagada. Durante a Idade Média, o mármore e o bronze de sua estrutura foram sendo saqueados aos poucos e usados para ornamentar igrejas e monumentos católicos. Peças de mármore do anfiteatro foram empregadas até na construção da famosa Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Já no século 11, quando Roma era dominada por uma família de barões, o Coliseu foi transformado em uma fortaleza, abrigando membros de uma família nobre, os Frangipane, que usaram a edificação para proteger-se em suas batalhas contra grupos rivais.

Hoje, apesar de estar em ruínas – e até sob a ameaça de desabamento – o Coliseu ainda guarda sua majestade. Localizado bem no centro da capital italiana, rodeado por avenidas, ele é considerado o principal sítio arqueológico da cidade e recebe, anualmente, milhões de visitantes, que circulam dentro dele para sentir um pouco o clima do mais grandioso anfiteatro da Antiguidade.

Foto do interior do Coliseu, Roma, Itália.
(Gonzalo Azumendi/Getty Images)

O anfiteatro resistente

Construção sobreviveu ao tempo, a saques e grandes terremotos

Continua após a publicidade

1 – Reforma constante

As primeiras escavações arqueológicas no Coliseu aconteceram no final do século 18. A partir daí, diversas restaurações foram feitas para preservá-lo. A última terminou em 2000, após recuperar a face externa dos arcos de mármore

2 – Arena gigante

O Coliseu tem 48,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 12 a 15 andares. Com forma elíptica, ele mede 189 metros no maior de seus eixos e 156 metros no menor. Ninguém sabe ao certo qual arquiteto o projetou

3 – Corredores preservados

Entre as ruínas ainda dá para identificar os corredores que levavam às arquibancadas. Eles foram projetados para criar acessos exclusivos para as diferentes classes sociais da época. Amplos, permitiam que os 50 mil espectadores ocupassem ou deixassem seus lugares em poucos minutos

4 – Material de primeira

Mais de 100 mil metros cúbicos de mármore travertino (de cor clara) foram usados na construção do estádio, principalmente no revestimento da fachada exterior. Mas esse material foi pilhado ao longo dos séculos, restando pouco dele no Coliseu. Tijolos, blocos de tufa (uma espécie de pedra vulcânica) e concreto também ajudaram a erguer o anfiteatro

5 – Ameaça natural

Desde a sua construção, no século 1, vários terremotos destruíram o Coliseu. Os historiadores estimam que o primeiro grande tremor aconteceu entre os anos 523 e 526. Na primeira metade do século 9, outro terremoto destruiu as colunas do piso superior e, em 1231, um forte abalo derrubou parte da fachada externa

Continua após a publicidade

6 – Labirinto de ruínas

O subsolo do Coliseu só foi escavado há pouco mais de um século. Ele ficava abaixo da arena de lutas e tinha uma cobertura de madeira sobre a qual era despejada areia. Nessa intricada rede de corredores, salas, elevadores e jaulas ficavam os gladiadores e as feras antes de entrarem em cena.

O coliseu ao pôr do sol, Roma, Itália.
(Matteo Colombo/Getty Images)

…E o verdadeiro coliseu

No tempo dos jogos, o estádio tinha toldo retrátil, feras e gladiadores

1 – Tribuna vip

Uma entrada exclusiva dava acesso ao camarote destinado ao imperador romano e seus convidados. Essa tribuna especial ficava num ponto privilegiado do anfiteatro, bem próximo à arena. O prefeito de Roma também tinha direito a um camarote particular

2 – Fachada monumental

A fachada do anfiteatro impressionava pela riqueza de acabamento. Diferentes estilos de colunas ornavam os vários níveis de piso: as dóricas ficavam no térreo, as jônicas no primeiro andar e as coríntias no segundo. Cada um desses pisos tinha 80 arcos, com cerca de 7 metros de altura cada. A fachada ainda era decorada com centenas de estátuas de bronze

Continua após a publicidade

3 – Arena da morte

No início, os gladiadores que lutavam nos jogos eram soldados em treinamento. Com o tempo, escravos, criminosos ou prisioneiros de guerra assumiram esse papel. Eles se enfrentavam com lanças, espadas, tridentes, redes e escudos. Mais de 10 mil gladiadores morreram em três séculos de combates, duelando entre si ou enfrentando animais ferozes

4 – O caminho das feras

Os animais usados nos espetáculos – principalmente leões trazidos das colônias romanas na África – percorriam um intricado caminho do subsolo até a arena. Primeiro, eles eram levados para pequenas jaulas, que eram suspensas (num elevador rudimentar) até um corredor. De lá as feras subiam alguns lances de escada para, finalmente, surgirem na arena de combate pela abertura de um alçapão

5 – Polêmica cristã

Não há consenso entre os historiadores se o Coliseu foi usado para sacrifícios de cristãos quando estes eram perseguidos pelos romanos. Essa versão foi sustentada pela Igreja, mas não há provas conclusivas de que os martírios de fato aconteceram no anfiteatro

6 – Proteção solar

As coberturas retráteis, que podem ser abertas ou fechadas, parecem coisas dos tempos modernos. Mas nos seus dias de glória o Coliseu já teve um sistema parecido. No topo do estádio, preso a 240 mastros, estendia-se um enorme toldo retrátil, que podia proteger os espectadores do sol. A arena, no entanto, nunca ficava sombreada

7 – Arquibancada dividida

As apresentações de luta no Coliseu eram gratuitas.As dezenas de milhares de espectadores se dividiam nas arquibancadas em cinco diferentes setores conforme sua posição social. Enquanto os senadores de Roma sentavam bem próximos da arena de combate, as pessoas de baixa renda, por exemplo, ficavam no último piso do estádio.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.