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O que foi a Invasão da Baía dos Porcos?

O ataque, planejado pelos EUA para derrubar Fidel Castro do poder em 1961, fracassou porque o ditador cubano descobriu tudo e pôde preparar sua defesa

Por Carolina Canossa
Atualizado em 22 fev 2024, 10h15 - Publicado em 23 mar 2017, 17h18

Foi uma ação militar malsucedida, financiada e executada pelos EUA em 1961 para derrubar o governo de Cuba. O plano começou em 1960, um ano após a Revolução Cubana colocar Fidel Castro no poder do país caribenho. Era época de Guerra Fria e, preocupado com a ascensão de um líder comunista como Castro em uma nação tão próxima, o presidente Dwight D. Eisenhower autorizou a CIA a trabalhar em uma estratégia secreta.

A ideia era usar exilados do novo regime cubano – que agora residiam na Flórida – em um ataque-surpresa, disfarçando assim o envolvimento norte-americano. O problema é que Fidel descobriu tudo e preparou adequadamente a defesa cubana, capturando ou prendendo quase todos os invasores. A agressão ainda serviu como justificativa para Fidel se aproximar de vez da União Soviética, que passou a fornecer armas nucleares para os caribenhos.

1. O plano era criar uma tropa de cubanos que fugiram para os EUA após a Revolução. No papel de contrarrevolucionários, eles iriam atacar Cuba. Os EUA gastaram US$ 13 milhões para treinar 1.400 homens na base de Useppa Island, próxima à Flórida, e também na Guatemala. Eles formaram a Brigada de Assalto 2506

2. O alvo do ataque seria a cidade de Trinidad, que ainda tinha grupos anticastristas, mas John F. Kennedy (que assumiu a presidência em 1961) achou que isso denunciaria a participação dos EUA. Optou-se então pela Baía dos Porcos. A ideia era que, instalado um foco de resistência, o povo iria aderir

3. O que foi decisivo para o combate foi que Fidel soube do plano com antecedência. Suspeita-se que algum dos dissidentes treinados pelos EUA para atacar a Baía dos Porcos era, na verdade, um espião que passava informações ao governo cubano ou então que houve um descuido e a informação acabou vazando

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4. No primeiro passo da missão, em 15 de abril de 1961, um esquadrão foi enviado para destruir a força aérea do exército castrista. Seis aviões B-26 pilotados por exilados bombardearam dois aeródromos, três bases militares e o aeroporto Antonio Macedo. Acredita-se que 24 aviões de combate, ou 80% do que os cubanos tinham, foram inutilizados

5. Alertado pelo ocorrido, Fidel passou a preparar seus homens para novos ataques. Ao mesmo tempo, Cuba acusou os EUA formalmente pela agressão em uma reunião emergencial na ONU. Exposto, Kennedy cancelou a segunda parte do plano, que seria um novo bombardeio, programado para 16 de abril, para acabar com o restante da aeronáutica de Cuba

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6. Kennedy, no entanto, não abortou a missão por completo e a terceira fase, a Invasão da Baía dos Porcos propriamente dita, foi executada na manhã de 17 de abril. Assim como no primeiro dia, o ataque foi feito em duas frentes: pelo ar, com bombardeiros e caças atirando contra a infantaria, e por terra, com soldados levados de navio e transportados à praia em lanchas

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7. Os invasores foram recebidos a bala pelas forças castristas, já preparadas. Estima-se que havia de 20 a 25 mil pessoas lutando por Fidel, entre exército formal e milicianos (gente comum treinada pelo governo). Sua força aérea possuía aviões como o B-26 Invader, caças Hawker Sea Fury e bombardeiros Lockheed T-33. Os cubanos tentavam afundar os navios e derrubar os aviões. Só nesse dia, teriam caído oito B-26. O governo cubano defende que Fidel Castro estava na Baía, liderando suas forças. Historiadores, porém, dizem que não dá pra ter certeza

8. A natureza também atrapalhou: os invasores foram surpreendidos por um recife próximo à costa, o que dificultou o desembarque e fez com que parte dos homens perdesse seus equipamentos. Para completar, a praia era cercada por pântanos, o que tornou impossível que os poucos cubanos contrários ao regime comunista se juntassem aos invasores

9. Graças ao apoio do arsenal dos EUA, os invasores conseguiram resistir até 19 de abril. Com a situação se deteriorando, Kennedy autorizou que seis aviões não identificados partissem de um porta-aviões para dar apoio às aeronaves da Brigada 2506. Foi então que veio o golpe fatal: devido a uma confusão causada pelo fuso horário entre Nicarágua e Cuba, a ajuda partiu atrasada e não alcançou a zona de combate a tempo de auxiliar os dissidentes

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10. Diante dessa trapalhada, o governo dos EUA finalmente desistiu da invasão. O conflito terminou com 1.189 membros da Brigada sob o poder de Castro, que executou alguns e trocou os demais por US$ 53 milhões “para comida e remédios” em dezembro de 1962. A principal consequência foi o alinhamento explícito de Fidel com a União Soviética. Isso acabou culminando na Crise dos Mísseis de 1962

CONSULTORIA Felipe Mello, professor de história do Colégio Oficina do Estudante, Reiner Godoy, professor de história do pré-vestibular da Rede Educacional Alub, Tárik Abrahim, professor de história do pré-vestibular do colégio SEI

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