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O que é a Teoria da Relatividade?

Espaço e tempo, na verdade, são faces da mesma moeda. E o jeito que o tempo passa para você pode ser diferente do jeito que ele passa para mim.

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h02 - Publicado em 18 abr 2011, 18h54

É a ideia mais brilhante de todos os tempos – e certamente também uma das menos compreendidas.

Em 1905, o genial físico alemão Albert Einstein afirmou que tempo e espaço são relativos e estão profundamente entrelaçados. Parece complicado? Bem, a ideia é sofisticada, mas, ao contrário do que se pensa, a relatividade não é nenhum bicho-de-sete-cabeças.

A principal sacada é enxergar o tempo como uma espécie de caminho que a gente é obrigado a trilhar. Mesmo que agora você esteja parado lendo isso, você ainda está se movendo no tempo. Afinal, os segundos estão passando, como um trem que corre para o futuro em um ritmo constante.

Até aí, nenhuma novidade bombástica. O que Einstein constatou de surreal é que esse “trem do tempo” pode ser acelerado ou freado – passar mais rápido para uns e mais devagar para outros. E que, para fazer o tempo andar mais devagar, basta se movimentar.

Se você estiver andando, por exemplo, as horas vão ser mais vagarosas para você do que para alguém que esteja parado. Mas, como as velocidades que vivenciamos no dia a dia são muito pequenas, a diferença na passagem do tempo é ínfima.

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O efeito é perceptível quando a gente chuta o balde: se você passasse um ano dentro de uma espaçonave que se desloca a 1,07 bilhão de km/h e depois retornasse para a Terra, as pessoas que ficaram por aqui estariam dez anos mais velhas que você!

Como elas estavam praticamente paradas em relação ao movimento da nave, o tempo passou dez vezes mais rápido para elas – mas isso do seu ponto de vista. Para os outros terráqueos, foi você quem teve a experiência de sentir o tempo passar mais devagar.

Dessa forma, o tempo deixa de ser um valor universal e passa a ser relativo ao ponto de vista de cada um – daí vem o nome “relatividade”. Ainda de acordo com os estudos de Einstein, o tempo vai passando cada vez mais devagar até que se atinja a velocidade da luz, de 1,08 bilhão de km/h, o valor máximo possível no Universo.

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A essa velocidade, ocorre o mais espantoso: o tempo simplesmente deixa de passar! É como se a velocidade do espaço (aquela do velocímetro da nave) retirasse tudo o que fosse possível da velocidade do tempo. No outro extremo, para quem está parado, a velocidade está toda concentrada na dimensão do tempo.

“Einstein postulou isso baseado em experiências de outros físicos e trabalhou com as maravilhosas conseqüências desse fato”, diz o físico Brian Greene, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, autor do livro O Universo Elegante, um best seller que explica em linguagem simples as ideias do físico alemão.

Mas as descobertas da Relatividade não param por aí. Ainda em 1905, Einstein concluiu que matéria e energia estavam tão entrelaçadas quanto espaço e tempo. Daí surgiu a célebre equação E = mc2 (energia = massa x a velocidade da luz ao quadrado), que revela que uma migalha de matéria pode gerar uma quantidade absurda de energia.

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Uma descoberta genial
Einstein mostrou que espaço, tempo, massa e gravidade estão intimamente ligados

1 – Segundo Einstein, tudo no Universo se move a uma velocidade distribuída entre as dimensões de tempo e espaço. Para um corpo parado, o tempo corre com velocidade máxima. Mas quando o corpo começa a se movimentar e ganha velocidade na dimensão do espaço, a velocidade do tempo diminui para ele, passando mais devagar. A 180 km/h, 30 segundos passam em 29,99999999999952 segundos. A 1,08 bilhão de km/h (a velocidade da luz), o tempo simplesmente não passa.

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2 – Uma consequência dessa alteração da velocidade do tempo é a contração no comprimento dos corpos. Segundo a Teoria da Relatividade Especial – a primeira parte da teoria de Einstein, elaborada em 1905 –, quanto mais veloz alguma coisa está, mais curta ela fica. Por exemplo: quem visse um carro se mover a 98% da velocidade da luz o enxergaria 80% mais curto do que se o observasse parado.

3 – Na chamada Teoria Geral da Relatividade (a segunda parte do estudo, publicada em 1916), Einstein usou a constatação anterior para redefinir a gravidade. Ele passou a entendê-la como a distorção que um corpo causa no tecido do espaço-tempo. A força que prende as pessoas ao chão é a curvatura criada pela Terra no espaço ao seu redor. Por tabela, corpos com muita atração gravitacional também fazem o tempo passar muito devagar.

5 – Uma aplicação prática da Relatividade é a calibragem dos satélites do GPS, que orientam aviões e navios. Pela Relatividade Especial, sabe-se que a velocidade de 14 mil km/h dos satélites faz seus relógios internos atrasarem 7 milionésimos de segundo por dia em relação aos relógios da Terra. Mas, segundo a Relatividade Geral, eles sentem menos a gravidade (pois estão a 20 mil km de altitude) e adiantam 45 milionésimos de segundo por dia. Somando as duas variáveis, dá um adiantamento de 38 milionésimos por dia, que precisa ser acertado no relógio do satélite. Portanto, se não fosse pela teoria de Einstein, o sistema acumularia um erro de localização de cerca de 10 quilômetros por dia.

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