O que é a nanotecnologia?
É o futuro do que a gente conhece como tecnologia, em uma versão superminiaturizada e inteligente. Ela é desenvolvida por um ramo da ciência que trabalha na escala dos bilionésimos de metro (a partir de 0,000001 milímetro) – ou nanômetros, de onde vem o nome dessa área. Com ela, seria possível construir coisas átomo por […]
É o futuro do que a gente conhece como tecnologia, em uma versão superminiaturizada e inteligente. Ela é desenvolvida por um ramo da ciência que trabalha na escala dos bilionésimos de metro (a partir de 0,000001 milímetro) – ou nanômetros, de onde vem o nome dessa área. Com ela, seria possível construir coisas átomo por átomo, molécula por molécula, ou seja, usando os tijolinhos básicos que formam a matéria. Uma das promessas é montar computadores que usam moléculas em vez de chips. Isso faria toda a diferença: teríamos micros capazes de pensar como gente! “Nosso cérebro nada mais é que um computador molecular, que usa componentes nanométricos (as moléculas que formam os neurônios) para processar dados”, diz o químico Henrique Toma, da Universidade de São Paulo (USP). Se um dia for realmente possível construir materiais átomo por átomo, poderemos montar, em tese, qualquer coisa. Imagine que, daqui a 30 anos, você sinta uma dor de barriga e corra para o banheiro. Sua privada, toda high tech, poderá analisar o “material” que você deixou por lá e mandar esses dados para um aparelho especial, capaz de reorganizar os átomos que existem na natureza e transformá-los em outra coisa. Ele pode pegar, por exemplo, partículas de algum gás da atmosfera e, com elas, sintetizar o remédio certo para você. Se o medicamento lhe der sede, o aparelho poderá pegar outros átomos para materializar um copo de refrigerante. Com a nanotecnologia, daria também para fazer materiais novos: metais e plásticos mais resistentes para a engenharia, combustíveis melhores para os carros, pernas humanas para acidentados. Mas, hoje, essa ciência ainda ensaia seus primeiros passos. O que existe são máquinas que constroem, molécula por molécula, tipos de proteína para fabricar medicamentos. Quem aposta nessa tecnologia diz que pode demorar mais de um século até construirmos coisas fantásticas, como as que você vê nestas páginas.
Mergulhe nessa
Na Internet:
No futuro, moléculas inteligentes seriam capazes de materializar objetos a partir de átomos de gases
Santo remédio
O maior impacto da nanotecnologia seria, de longe, na saúde. Moléculas robôs capazes de modificar o DNA poderiam ser adicionadas a drogas para exterminar doenças como o câncer. Mais: elas poderiam penetrar no código genético de vírus e castrá-los, tirando deles a capacidade de se multiplicar e de matar
O segredo da mágica
Essas engrenagens mais de mil vezes menores que o diâmetro de um fio de cabelo, conhecidas como moléculas robôs, seriam o cérebro da nanotecnologia. A função primordial delas seria fazer e desfazer ligações entre os átomos, possibilitando a construção de coisas átomo por átomo. Projetadas e programadas em laboratório, elas ficariam flutuando no ar até serem requisitadas para construir um novo objeto por meio de um comando de voz, por exemplo
Computador-cabeça
Micros que usassem moléculas para processar dados seriam pequenos o suficiente para ficar implantados no corpo, ligados aos neurônios do cérebro. Além de serem mais do que portáteis, com telas e mouses virtuais, eles poderiam até turbinar a inteligência da pessoa, já que o modo de processar informações desses supermicros seria análogo ao da mente do seu usuário
Comida do nada
A nanotecnologia poderia fazer coisas surgirem aparentemente do nada. A mágica, na verdade, seria mais um dos efeitos da ação das moléculas robôs. Elas transformariam um gás com elementos como carbono, hidrogênio e oxigênio em um banquete uma feijoada, por exemplo. Afinal, esse prato nada mais é que um bando de átomos arrumados de uma maneira específica e suculenta!
Purificadora de ar
Moléculas robôs suspensas na atmosfera eliminariam a sujeira que a humanidade despeja no ar desde o século 18. Elas poderiam usar moléculas de oxigênio (O2), reorganizá-las e criar moléculas de ozônio (O3), reduzindo o buraco na camada desse gás que protege nosso planeta. Para repor a perda de oxigênio, as moléculas quebrariam dióxido de carbono (CO2), que, em excesso, aumenta a temperatura média da Terra
Carro vivo
Automóvel do futuro é este aqui: feito só com minúsculas moléculas artificiais, ele poderia mudar de cor, de forma ou até de cilindrada a qualquer comando do dono. Se a lataria riscar, não tem problema: as nanoengrenagens entram em ação para tapar o estrago da mesma forma que uma estrela-do-mar se auto-regenera quando perde um membro