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O que acontece com os remédios no estômago?

Os medicamentos são absorvidos principalmente no intestino, mas cada um age de um jeito

Por Dante Grecco
Atualizado em 22 fev 2024, 11h13 - Publicado em 18 abr 2011, 18h49

A passagem pelo estômago é apenas o primeiro passo do processo de absorção de um remédio pelo nosso organismo. Na verdade, a maior parte do princípio ativo – a substância química que irá provocar a cura – é absorvida não no estômago, mas no intestino. Depois disso, o medicamento ainda percorre um longo caminho até agir no ponto exato do corpo onde está o problema. É claro que aqui estamos falando das drogas ingeridas na forma de cápsulas ou pílulas. Existem outras maneiras mais rápidas de se fazer um produto chegar à corrente sanguínea. Uma delas é a absorção de remédios colocados embaixo da língua – região com muitos vasinhos. Outra são as injeções aplicadas diretamente nas veias. A opção por uma dessas várias formas de receber um medicamento depende do problema apresentado pelo paciente e da sua condição física.

Por isso, qualquer remédio só deve ser ingerido com indicação de um médico, o profissional mais qualificado para avaliar essas situações. Para quem tem úlcera gástrica, por exemplo, pode ser muito mais recomendável ingerir cápsulas com aquela espécie de capinha plástica protetora do que pílulas comuns. É que com essa “embalagem” o medicamento só começa a ser absorvido no intestino, poupando o sensível estômago do paciente.

Os especialistas estimam que os remédios em geral funcionem para aproximadamente 90% da população – nos 10% restantes as drogas podem não atuar da maneira esperada ou até mesmo apresentar efeitos contrários. E, para garantir o máximo de eficiência no tratamento, uma boa dica é obedecer com rigor os horários programados para tomar seus comprimidos. É que nosso organismo tem limitações e intervalos de tempo precisos para absorver os princípios ativos.

Viagem fantástica

Medicamento é absorvido principalmente no intestino

1. Assim que você ingere um remédio pela boca — ou “via oral”, como dizem os médicos — ele desce pela faringe e atinge o esôfago. Beber um copo de água ou de leite junto ajuda a pílula a atravessar mais facilmente esses dois primeiros “canais”. Ao final do esôfago, o remédio chega ao estômago

2. No estômago, as enzimas digestivas começam a triturar a pílula engolida — a mesma função que executam quando você come algo. Se o medicamento não tiver uma cápsula protetora para conter as enzimas, parte do princípio ativo do remédio já será absorvida no estômago, entrando na corrente sanguínea

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3. Do estômago a pílula triturada “desce” para o intestino. É lá que ocorrerá a absorção da maior parte do princípio ativo, pois esse órgão é rodeado por muitos vasos sanguíneos. Como a maioria dos remédios são bem solúveis, os princípios ativos atravessam as membranas permeáveis do intestino e penetram nesses vasos

4. Uma vez dentro de um vaso sanguíneo, o princípio ativo do remédio começa a circular pelas artérias e veias do organismo, que funcionam como grandes avenidas e pequenas ruas responsáveis por levar a substância química do remédio até o exato ponto onde ela precisa agir

5. Em geral, o remédio que circula na corrente sanguínea só não penetra numa parte do corpo: o cérebro. Para preservar essa sensível região de danos colaterais, existe uma proteção fisiológica chamada barreira hematoencefálica. Ela impede a passagem da maioria das substâncias químicas para o líquor, o líquido que banha o sistema nervoso central

6. O segredo do remédio é que ele só entra em ação quando seu princípio ativo interage com moléculas do corpo chamadas de receptores. Como cada órgão (coração, pulmão, fígado…) tem receptores específicos, o medicamento só age quando seu princípio ativo encontra moléculas que se “encaixem” perfeitamente com sua fórmula química

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Dose certa

Cada droga age de um jeito. Conheça as formas de ação de três tipos delas

ANALGÉSICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS

São exemplos de remédios que não agem só em contato com as moléculaS receptoras. Para diminuir dores e inflamaçõeS, eles inibem a produção de uma substância chamada prostaqlandina — que entra em ação quando o corpo é invadido por alguma bactéria ou agente agressor. Com menos prostaglandina no orqanismo, a pessoa sente menos dor

ANSIOLÍTICOS (CALMANTES)

É uma classe grande de remédios complexos. Alguns são capazes de passar pela barreira hematoencefálica (que protege o cérebro de substâncias químicas) e atuam no sistema nervoso central. Os ansiolíticos se ligam então a receptores que reduzem a excitação na transmissão dos neurônios — a passagem de um impulso elétrico de um neurônio para outro. Isso reduz os impulsos nervosos que causam a ansiedade

ANTI-HIPERTENSIVOS

São remédios que atuam de diversas formas, mas buscando sempre o mesmo objetivo: reduzir a pressão arterial. Os anti-hipertensivos podem tanto dilatar as artérias (aumentando seu calibre e a vazão do sangue) quanto reduzir a freqüência cardíaca, fazendo com que o coração bata menos rápido

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