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Malhar demais pode fazer mal à saúde?

O exagero também afeta o corpo. O chamado "overtraining" pode gerar lesões, fraturas, depressão e até diabetes

Por Matheus Vieira
Atualizado em 14 fev 2020, 17h29 - Publicado em 12 jan 2018, 17h17

Sim. O corpo humano não está preparado para o excesso de estresse, desgaste e fadiga de exagerar na musculação – a chamada síndrome de overtraining. Isso é um problema recorrente em pessoas mal informadas, segundo o treinador Ricardo Branco. “A pessoa chega na academia querendo ficar grande da noite pro dia. Passa uma, duas horas, ou vem vários dias seguidos. Mas não é assim. O corpo ideal exige bons descansos”, afirma. Às vezes, o overtraining pode rolar por mera vaidade ou desconhecimento. Mas, em alguns casos, pode configurar um distúrbio psicológico chamado vigorexia: apesar de ter um bom corpo, a pessoa enxerga a si mesma como gorda ou magra demais, e perde a noção do quanto malha. Neste caso, além de um bom instrutor, é necessário se consultar com um psicólogo ou terapeuta.

malhar demais

1) DOR NAS JUNTAS
As lesões mais comuns para quem sofre de overtraining são a tendinite (inflamação do tendão, a parte final do músculo que se liga ao osso) e a bursite (inflamação da bursa, uma “bolsinha” próxima a ossos e tendões, com um líquido que serve para absorver impactos). Musculação demaisdificulta a desinflamação dessas áreas, podendo desgastá-las permanentemente.

2) OSSO MOLE DE ROER
Agora, imagine: o músculo já não está se recuperando e, além de tudo, está sofrendo fraqueza por causa do excesso do treino. Se a pessoa insistir em malhar, quem vai ter que fazer o trabalho duro? Os ossos! Os movimentos exaustivos e a sobrecarga podem gerar fraturas. Tíbia e fêmur costumam ser os mais afetados, pois as pernas participam de todos os exercícios.

3) DORMIR PARA CRESCER
Uma vez que o estresse faz parte do sistema de alerta do corpo, o excesso de cortisol pode levar à insônia. Para piorar, é exatamente durante o sono que geralmente são produzidos os principais responsáveis pela recuperação muscular: a testosterona e o GH (sigla em inglês para hormônio do crescimento). A baixa dessas substâncias também facilita o surgimento de lesões.

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4) ALTOS E BAIXOS
Já ouviu o ditado “Corpo são, mente sã”? É verdade. O exercício físico libera serotonina, um neurotransmissor que regula nosso humor. Mas malhar demais não vai deixá-lo mais feliz. Pelo contrário: em excesso, a serotonina afeta as habilidades cognitivas e pode levar até à depressão. Além disso, pessoas “viciadas” em malhar apresentam sinais de irritabilidade e ansiedade.

5) CORAÇÃO PARTIDO
O abuso frequente pode derrubar a imunidade, já que, durante a atividade física, os músculos perdem um aminoácido essencial para o sistema de defesa, a glutamina. O coração também pode seguir no caminho contrário: em vez de ficar mais saudável, pode ter dificuldades no bombeamento e problemas em seu desenvolvimento, o que levaria a sopros ou até infartos.

6) EFEITO REVERSO
Malhação exagerada pode aumentar a produção de cortisol, o hormônio do estresse. Em excesso, ele causa uma troca: para gerar energia, o corpo começa a queimar aminoácidos em vez de carboidratos. O resultado é o pesadelo de qualquer rato de academia: sem aminoácidos, não se constrói massa muscular e, com sobra de açúcar, ocorre o acúmulo de gordura. Entre as consequências do aumento do cortisol, estão:
– aumento da gordura abdominal
– aumento do estresse e insônia
– aumento dos níveis de açúcar
– aumento da pressão arterial

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As recomendações dos especialistas
– Consulte sempre um instrutor ou profissional de educação física
– Iniciantes devem malhar no máximo 3 vezes por semana e cerca de 1 hora por sessão
– Tente alternar dias de exercício e de descanso
– Evite malhar próximo ao horário de dormir
– Durma bem, de preferência por no mínimo 8 horas
– Alimente-se bem: musculação sem uma dieta adequada não dá resultado e pode enfraquecer o corpo. Se puder, consulte um nutricionista
– Cuidado ao tentar descontar o estresse na academia: desconcentrado, você fica mais suscetível a fazer os exercícios sem precisão

CONSULTORIA Gabriel Azzini, médico de esportes e ortopedista; Vanessa Lodi, nutricionista esportiva; Ricardo Branco, treinador e professor; e Renan Marinho Braga, farmacêutico especializado em termogênicos

FONTES Sites Scielo, Globo Esporte, Minha Vida e Hipertrofia

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