Sim, mas sempre de carona em algum fenômeno natural. “Não há registro de plantas que se locomovam sozinhas. O que pode acontecer é que elas sejam carregadas pela água ou pelo vento”, diz o biólogo Arthur Germano Fett Neto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Um bom exemplo são as tumble weeds (Corispermum hyssopifolium e Cycloloma platyphyllum), aqueles arbustos típicos dos desertos americanos que sempre aparecem rolando nos filmes de bangue-bangue. É o vento que separa a planta da raiz, que, assim, em seu último passeio, espalha sementes e propaga a espécie. Outra que se move com a ajuda do ar é a barba-de-velho (Tillandsia usneoides), uma espécie com folhas finas e longas que vive dependurada em árvores e aparece em todo o Brasil. Em alguns casos, os pedaços da planta se desprendem, são espalhados pelo vento, se agarram a outros galhos e então crescem.
Na água, vegetais como o aguapé (Eichhornia crassipes) também se locomovem ao sabor da correnteza. As plantas flutuantes “nadam” porque não têm raízes fixas. “Elas são adaptadas para retirar da própria água os nutrientes de que precisam para sobreviver”, diz o botânico Cláudio Nicoletti de Fraga, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
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