É possível sobreviver semanas soterrado por um terremoto?
Conheça as estratégias dos sobreviventes para lutar pela vida sob os escombros por semanas
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ILUSTRA DANIEL ROSINI
Não existe fórmula mágica para ser um sortudo sobrevivente de um abalo sísmico – até porque vários dos fatores cruciais para escapar vivo derivam de pura sorte, como o tipo de desabamento que o edifício sofre ou a presença de alimentos (e, principalmente, de água) à mão. No início do ano, em meio às cenas de destruição no Haiti e no Chile, chamaram a atenção histórias de gente que resistiu até quatro semanas sob os escombros – caso de um homem de 28 anos, Evan Muncie, que sobreviveu quase um mês. O risco de um terremoto afetar para valer uma grande cidade brasileira é ridiculamente baixo – por sorte, o Brasil está muito longe das fronteiras entre placas tectônicas, as “balsas” de rocha cujas trombadas e esfregadas levam aos tremores. Leia as dicas abaixo e se prepare para o pior…
RENDER-SE? JAMAIS!
Conheça as estratégias dos sobreviventes para lutar pela vida sob os escombros por semanas
1. MESA AMIGA
Buscar abrigo sob móveis sólidos, como uma mesa de tampo bem grosso, evita ferimentos ligados a objetos e paredes desabando – conselho de órgãos de segurança como a Cruz Vermelha e a Agência Federal de Controle de Emergências dos EUA
2. BARATINHA NO ESPETO?
Perto da sede, a fome é o menor dos problemas, já que o corpo humano é capaz de aguentar mais de um mês sem alimento, dependendo das condições de saúde da pessoa. Mesmo no desespero, não é aconselhável comer barata ou rato – o risco de isso resultar numa crise de vômito, levando a mais desidratação, é considerável
ESCANGALHADO
A sobrevivência depende da gravidade e do tipo de ferimento. Se houver como, o ideal é improvisar uma tala. Se não, melhor ficar sem se mexer. No caso de ficar com o braço ou a perna presos sob destroços, tente tirá-los de lá para evitar problemas circulatórios. Cortes e contusões mais superficiais não vão levá-lo para a cova
3. UMIDADE RELATIVA
Sem água, ou ao menos bebidas que possam substituí-la, seres humanos morrem após, no máximo, uma semana de sede contínua, dependendo da temperatura e do grau de transpiração. Em lugares como o Haiti, a alta umidade relativa do ar faz com que a perda de água seja mais lenta, concedendo alguns dias a mais de vida
4. EMPAREDADO
Paredes desabando são um perigo: é mais perigoso ficar perto de uma que dê diretamente para a área externa do prédio do que se abrigar à sombra de uma parede interna, como a que separa um quarto de um banheiro. As paredes internas tendem a ser estruturalmente mais sólidas que as externas e têm menos possibilidades de cair
5. PANQUECA OU DOMINÓ?
A chance de alguém sobreviver num edifício desabado depende da maneira como ele cai. Se cada piso desabar sobre os demais, achatando-os como as camadas de uma panqueca, já era. Se você estiver no 5º andar, torça por um desabamento dominó, que faça com que os andares se encostem uns nos outros, deixando bolsões de espaço e ar
6. GORDURA EXTRA
Pessoas ligeiramente acima do peso ou com metabolismo lento (aquele que consome as reservas de energia do organismo mais devagar) podem se sair melhor na luta pela sobrevivência. Crianças novinhas correm menos risco de fraturas, porque seu esqueleto ainda é relativamente maleável
7. SEGURE A SEDE
Apesar do desespero de não poder beber água, não se recomenda beber a própria urina, ou o próprio suor, em hipótese alguma! Esses fluidos estão cheios de sais e minerais que o organismo está jogando fora. Bebê-los aumentaria a concentração dessas coisas no sangue, piorando ainda mais a desidratação. Só beba xixi se quiser morrer mais rápido
8. SOLTA TUDO
Embora seja bastante nojento ficar todo melado de urina e fezes quando não há espaço para ir ao banheiro, é melhor deixar que a bexiga e o intestino funcionem normalmente debaixo dos destroços. Além de evitar o desconforto, reter xixi e cocô significa guardar substâncias nocivas ao organismo dentro dele – infecção à vista!
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