Introduzidos pelo Exército americano na década de 50, nas guerras da Coréia e do Vietnã, eles eram verdadeiras armaduras, feitas de placas de aço costuradas no pano – o que os tornava pesados e desconfortáveis. A grande revolução que permitiu o surgimento dos coletes modernos foi a invenção, em 1965, do kevlar: uma fibra de aramida, material sintético semelhante ao náilon, leve e flexível mas cinco vezes mais resistente que o aço. Feitos de várias camadas de fibra entrelaçadas, esses coletes acolhem a bala, achatando sua ponta e distribuindo seu impacto por todo o tecido, até paralisá-la por completo. O número de camadas determina o nível de proteção do colete – que pode ir de um a quatro, segundo uma norma americana aceita mundialmente. Para certas ocasiões, em que se prevê enfrentar armamentos dos mais pesados, é possível atingir um grau ainda mais elevado de proteção, reforçando o colete com placas rígidas de uma cerâmica especialmente resistente.
O kevlar reinou sozinho até que, nos anos 90, a empresa americana AlliedSignal patenteou a spectra, fibra de polietileno dez vezes mais resistente que o aço. Suas moléculas são esticadas uniformemente em uma só direção, por isso não deformam. Esses coletes de última geração, chamados Spectra Shield, acumulam camadas dessa fibra coladas perpendicularmente, formando uma rede fortíssima. “Ao contrário dos modelos anteriores, ele não estraga com o tempo, não perde força em contato com a água e oferece mais proteção com menos camadas, portanto com menor peso”, afirma o capitão Régis Rocha da Rosa, da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, estudioso do assunto. Desde 1997, os coletes adquiridos para as forças policiais brasileiras são da marca Spectra Shield.
O mais moderno colete à prova de balas é o americano Spectra Shield, composto de quatro partes: duas camadas de fibra, coladas com resina a 90 graus uma da outra, formam a rede que segura o impacto das balas. Essa rede é selada com dois filmes de plástico, para protegê-la de sujeira, cortes e outros danos.
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