Dá pra fazer queijo com leite materno?
Não só dá, como já foi feito: a artista plástica americana Norma Jeane pegou leite de seis mulheres, fez um queijão e expôs a obra no Museu de Arte Moderna de Nova York, nos Estados Unidos. O leite materno, assim como o leite de outros mamíferos, tem uma proteína chamada caseína, que, durante a coagulação […]
Não só dá, como já foi feito: a artista plástica americana Norma Jeane pegou leite de seis mulheres, fez um queijão e expôs a obra no Museu de Arte Moderna de Nova York, nos Estados Unidos. O leite materno, assim como o leite de outros mamíferos, tem uma proteína chamada caseína, que, durante a coagulação do leite, se separa do soro e forma o coalho, a massinha usada como matéria-prima para a fabricação de qualquer tipo de queijo. Depois de isolar o coalho, basta misturá-lo com algum tipo de ácido (como limão ou vinagre), acrescentar sal, secar e maturar. Mas essa tarefa é bem mais fácil quando o leite não é humano: 82% das proteínas do leite de vaca estão na forma de caseína, enquanto que no leite humano o teor não passa de 25%. Além disso, a quantidade de proteínas também é menor no leitinho da mamãe: 1,03 grama por 100 gramas de leite, contra 3,29 gramas nas vacas. Conclusão: para fazer a mesma quantidade de queijo, precisa-se de uma quantidade muito maior de leite materno. Sem contar que o queijo humano seria mais calórico (100 gramas de leite materno tem 70 kcal, contra 61 kcal do bovino) e teria menos fósforo (14 miligramas por 100 gramas de leite, contra 93 nas ruminantes). Essas características, que tornam o leite materno impróprio para fazer queijo, são justamente as que o fazem um alimento ideal para recém-nascidos.