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Como são dadas as notas na Ginástica Olímpica?

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 22 fev 2024, 11h09 - Publicado em 18 abr 2011, 18h50
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Os critérios são menos subjetivos do que parecem. É mais ou menos como se o conjunto de movimentos das ginastas fosse uma obra de engenharia: levantar os alicerces obrigatórios rende bônus, mas um azulejo trincado faz a atleta perder preciosos pontos. Esse conceito vale para todas as provas de ginástica, mas, para você entender melhor as coisas, vamos nos fixar nas exibições no solo, onde a gaúcha Daiane dos Santos vem dando show. A primeira coisa a saber é que os exercícios são classificados por grau de dificuldade, numa escala que vai de “A” (mais fáceis) até “Super E” (mais complexos). Um salto mortal simples é um exercício nível “A”. Se, durante esse mortal, a ginasta ainda dá um parafuso no ar, girando como um pião, ele já pula para o nível “B”, e assim por diante. Para obter uma nota 10, a primeira tarefa da atleta é cumprir as “exigências mínimas”: ao longo dos 90 segundos de apresentação, ela precisa fazer pelo menos quatro exercícios “A”, três “B” e três “C”. Só por completar isso, leva 2,8 pontos. “Mas as atletas de ponta substituem alguns desses requisitos mínimos por exercícios mais difíceis”, diz a ex-ginasta Clarice Morales, presidente da Confederação Paulista de Ginástica. Os “D” e “Super E” usados no lugar de movimentos simples dão bônus, que, no total, podem somar até 1,2 ponto. Se a seqüência de exercícios for considerada completa, ela ganha mais 1 ponto. Total até agora: 5 pontos. A outra metade da nota é dada pelo ineditismo dos movimentos e por critérios menos objetivos, como “elegância” e “flexibilidade”. Pronto, se tudo estiver ok, temos um 10, certo? Errado. Esse eventual 10 seria só a nota de partida da ginasta, pois, enquanto ela dava piruetas, alguns juízes ficavam de olho só nas falhas dela. Erros como uma aterrissagem ruim podem tirar até 0,5 ponto, enterrando uma apresentação.

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Na internet:

https://www.fig-gymnastics.com

https://www.ginasticas.com.br

10, nota 10! Dois grupos de juízes analisam as acrobacias que dão bônus e os erros que tiram pontos

1. DANÇAR PRA NÃO DANÇAR

Além de acrobacias, a ginasta precisa mostrar na sua apresentação que entende de dança. A coreografia não conta pontos de bonificação, mas serve para a atleta se dar bem em conceitos subjetivos que os juízes analisam – entre eles, “personalidade”, “elegância” e “valor atrativo”. No fundo é tudo mais ou menos a mesma coisa. Mas que conta, conta

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2. BÊ-á-BÁ PARA ESQUENTAR

Depois de uma rápida coreografia, aquela seqüência de movimentos que levam a ginasta a atravessar o palco normalmente começa com um exercício mais fácil, de nível “A”. Aqui neste trecho, ela faz um dos mais comuns, o flick-flack, uma pirueta com o apoio das mãos. As acrobacias mais complexas ficam para o final do movimento, para criar um clímax

3. EMENDA MELHOR QUE O SONETO

Não basta executar dois ou três movimentos em seguida para cruzar o palco. É importante que a ligação entre o final de um exercício e o início de outro seja harmoniosa, criando uma continuidade natural. Se conseguir boas ligações entre os movimentos, a atleta ganha 0,1 ou 0,2 ponto de bônus, dependendo do grau de dificuldade de cada acrobacia

4. FINAL MATADOR

Uma boa seqüência termina com um exercício “Super E”, que dá 0,3 ponto de bônus. Este daqui, um “duplo twist carpado”, foi criado pela ginasta Daiane dos Santos e seus técnicos: um giro sobre o próprio corpo para endireitá-lo e dois mortais com as pernas estendidas. Por ser inédito, o movimento foi batizado de “Dos Santos”, em homenagem à brasileira

5. FALHA NOSSA

Cada imperfeição da ginasta é anotada pelos juízes. Terminar o salto desequilibrada, apoiando as mãos no chão, como aqui, tira muito ponto: 0,5 – ou seja, mais que os 0,3 que ela ganharia de bônus por fazer uma acrobacia “Super E”. Dar um pulinho para trás, para recuperar o equilíbrio, tira só 0,05; acabar um exercício fora dos limites do palco, 0,1

6. DE OLHO NOS ACERTOS…

Os juízes que dão a nota da apresentação são divididos em dois grupos. No chamado painel A, ficam dois deles, que dão a nota inicial, avaliando só se a atleta fez ou não os exercícios que se propôs.

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7. … E NOS ERROS

Outros seis juízes formam o painel B, que só se preocupa em anotar as falhas que serão descontadas da nota da ginasta. Os seis não conversam entre si, cada um tira o quanto bem entender da apresentação

8. PLACAR FINAL

A nota do painel A é a média da que os dois juízes deram. Do painel B, são descartados o juiz que deu a maior e o que deu a menor penalização. Os pontos negativos dos quatro juízes B restantes são deduzidos da nota do painel A, ficando a ginasta com quatro notas. Digamos que, com os descontos, ela tenha 8,3, 8,4, 8,45 e 8,5. A nota final, que aparece no placar, é a média disso: 8,412

Cheia de graça
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A ginasta intercala seus saltos mais impressionantes com movimentos graciosos, que não precisam de muito impulso. A maior parte deles são exercícios simples (“A” ou “B”), que fazem parte de uma série de giros obrigatórios. Para extrair alguma bonificação daqui, só se a ginasta for muito fera mesmo

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