Como os Estados Unidos viraram a maior potência mundial?
Caminho começou a ser construído em 1776
Basicamente, o país precisou se tornar uma potência econômica e militar. Foi um longo processo que se estendeu por pelo menos 300 anos. Primeiro, os caras “arrumaram a casa”, resolvendo conflitos internos políticos e econômicos, unificando a sociedade americana e expandindo seu território.
Ao mesmo tempo, diversos setores da sociedade engajaram-se para tornar o país um ambiente favorável ao capitalismo. A receita básica era incentivar a iniciativa privada (ajudando empresários que queriam abrir o próprio negócio, por exemplo) e garantir que o governo se metesse pouco na economia (o mercado, pela lei da oferta e da procura, regularia o sobe-e-desce econômico).
Uma terceira mudança rolou no campo dos costumes: para “dominar” o mundo, a sociedade americana precisou superar seu histórico isolacionismo – a tendência de não se envolver em conflitos armados internacionais. Lá pelo final do século 19, o tripé do crescimento ianque estava armado. A expansão econômica exigia a busca de novos mercados, o que levou os Estados Unidos a guerrear com a Espanha, em 1898, o primeiro de muitos conflitos internacionais do Tio Sam.
“Guerra e crescimento econômico são quase que indissociáveis na aventura imperialista dos Estados Unidos”, afirma José Otávio Nogueira Guimarães, historiador da Universidade de Brasília. Como você confere na linha do tempo a seguir, a fórmula “sangue + dinheiro” se repetiu muitas vezes, tornando-se decisiva para consolidar e manter os americanos no topo do mundo.
Grana e granada
Pujança econômica e vitórias militares colocaram o Tio Sam no comando do planeta
1776
A história do domínio americano começa na independência do país. Colonos europeus em fuga chegam ao leste do que viria a ser o território dos Estados Unidos, colocando em prática a “ética do trabalho” de um vigoroso capitalismo
1865
A Guerra de Secessão (1861-1865) destrói os estados do sul do país, escravocratas e agrários. Mas os estados do norte, vencedores, readmitem os sulistas na união dos estados americanos e investem pesado para recuperar a economia
1876
Última grande guerra do Exército americano contra nações indígenas que se opunham à colonização de suas terras. A derrota dos índios estimula a expansão populacional rumo ao oeste, com novos territórios abertos à agropecuária
1898
Os Estados Unidos apoiam a independência de Cuba e entram em guerra com os espanhóis. Com uma poderosa frota de navios de guerra, os americanos vencem e conquistam antigas colônias espanholas, como Porto Rico e Filipinas
Final do século 19
A criação de uma ampla malha ferroviária e a remoção de índios para reservas levam ao drástico aumento da área de terras cultivadas. Amparada pela mecanização, a produtividade das colheitas explode
Início do século 20
Uma gigantesca onda de imigração leva aos Estados Unidos mais de 35 milhões de europeus. A força de trabalho farta e barata contribui para a aceleração do vigor econômico
1917
Os Estados Unidos abandonam a neutralidade na Primeira Guerra e entram no conflito. Nos campos de batalha da Europa, divisões americanas desempenham papel importante para a vitória, consolidando o prestígio militar do país
1941
Em um momento decisivo do conflito, os americanos entram na Segunda Guerra. O apoio é vital para o triunfo aliado e a conversão da indústria americana para a guerra resulta em importantes avanços tecnológicos e econômicos
A partir de 1946
Empresas americanas são impulsionadas com o repasse de tecnologias militares e com a abertura do mercado europeu na reconstrução do continente. A partir daí, a maioria dos historiadores não tem dúvidas em dizer que os Estados Unidos são a única superpotência mundial
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