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Como os anabolizantes agem no organismo?

Por Dante Grecco
Atualizado em 22 fev 2024, 11h15 - Publicado em 18 abr 2011, 18h48

A principal ação é o aumento de água no interior das células musculares. O inchaço, associado à malhação, faz com que os músculos cresçam mais rápido. Mas essa é apenas uma das mudanças provocadas pelas “bombas”. Mais corretamente chamadas de esteróides anabolizantes, elas são drogas artificiais, cujo ingrediente-chave é uma imitação da testosterona, o principal hormônio masculino. Existem mais de 20 tipos de anabolizantes, para uso oral ou injetável. Depois de entrar no organismo os esteróides invadem certas células – como as musculares e as do fígado – e provocam alterações bioquímicas. Nos músculos, além de reter líquidos, os anabolizantes aceleram a atividade metabólica (veja no infográfico ao lado). “As drogas incrementam o anabolismo, que é a fase pós-exercício, em que o corpo repõe a energia e reconstrói as células degeneradas”, diz o médico Bernardino Santi, coordenador estadual de doping da Confederação Brasileira de Futebol. Se o sujeito pegar pesado na academia, pode ganhar até oito vezes mais massa muscular do que um malhador normal. A “mágica” custa caro para o organismo. Os efeitos colaterais são devastadores e podem levar à morte. Mas os anabolizantes também podem ter efeitos positivos. Sob controle médico, são indicados para quem sofre de doenças degenerativas, na reposição hormonal e até para astronautas após longas estadias no espaço.

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Efeito bombástico Drogas invadem células e provocam uma explosão nos músculos
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1. Os anabolizantes podem ser administrados por via oral ou por injeções. Uma vez na corrente sanguínea, as moléculas da droga circulam em todo organismo. Na viagem, penetram nas células que formam os diversos órgãos, como fígado e coração, e nos músculos

2. Essas moléculas provocam alterações no citoplasma (o interior das células). Por meio da osmose, por exemplo, a água que está ao redor das células penetra em seu interior. Com isso, elas incham

3. Devido à dose extra de hormônio, o metabolismo celular aumenta – é como se a célula estivesse com todas as funções aceleradas. A “pilha”, o inchaço e os exercícios intensos provocam hipertrofia muscular. Ou seja, os músculos crescem e aparecem

4. Por ser elástica, a célula aumenta de volume muitas vezes. Durante algum tempo os músculos, que também são elásticos, aceitam essa tensão. Assim, o bombado ganha massa rapidamente

5. Como os tendões são estruturas fixas e rígidas, não suportam o súbito aumento da massa muscular. Eles podem se romper ou, pior, se desprender dos ossos. O excesso de hormônio impede ainda o organismo de absorver cálcio, fragilizando os ossos

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Tsunami interno Usados sem orientação médica, os esteróides provocam efeitos colaterais devastadores

IMPOTÊNCIA

Por causa do excesso de testosterona, os testículos param de produzir hormônios e atrofiam. A libido diminui e o homem fica impotente e estéril

CÂNCER NO FÍGADO

O órgão funciona como uma usina, processando tudo o que entra no organismo. O uso exagerado da droga causa uma pane geral, e o fígado não dá mais conta do trabalho. Em casos mais graves, a sobrecarga causa nódulos nas células, que provocam câncer

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COLESTEROL

Com a sobrecarga, o fígado produz mais colesterol ruim (o LDL) do que o bom (HDL). A gordura se acumula nas paredes das artérias do coração e do cérebro. Os canos entupidos podem causar derrame e acidente vascular

DESEQUILÍBRIO HORMONAL

O corpo fica desajustado por causa do excesso de testosterona. A acne aparece e os cabelos caem de modo irreversível. As mulheres ficam masculinizadas e ganham pêlos pelo corpo. Nos homens, as mamas podem crescer

DEPRESSÃO

Além da dependência psicológica, as “bombas” podem provocar depressão, irritabilidade, ilusões, confusão mental e dificuldades de memória

PROBLEMAS CARDÍACOS

O coração aumenta de tamanho e pode ocorrer um ataque cardíaco por causa de artérias entupidas. A retenção de líquidos provoca pressão alta

Leia também:

– Como são feitos os exames antidopings?

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– Por que alguns atletas têm mortes fulminantes?

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