O bicho consegue controlar a movimentação de pigmentos que dão cores às células de sua pele. Assim como outros animais (rãs, polvos, lulas, vários insetos e outros lagartos), o camaleão possui a capacidade de imitar a cor do ambiente para se confundir com ele. Essa característica de camuflagem tem diversas funções e varia de acordo com o bicho e com o meio no qual ele vive. No caso do camaleão, a mudança de cor pode ser uma estratégia de caça ou de defesa. Ao assumir a cor do local onde se encontra – por exemplo, a da folhagem, do galho ou do tronco de uma árvore – o camaleão tenta se camuflar para capturar insetos com sua longa língua ou fugir de seus predadores, como cobras, aves de rapina ou pequenos felinos. “Dependendo da espécie de camaleão, as cores que ele pode assumir variam muito, como tons de verde, rosa, azul, amarelo, vermelho, marrom e preto”, afirma a bióloga Maria Aparecida Visconti, da Universidade de São Paulo (USP). Você pode estar se perguntando: como o camaleão, que não é nenhum Einstein, consegue sempre acertar a cor da camuflagem? Na verdade, é um processo involuntário. O cérebro do camaleão recebe a luz que incide na retina, compara essa luminosidade com a luz refletida no ambiente e libera hormônios para as células da pele, fazendo com que elas assumam a cor do ambiente em segundos (no máximo, em minutos). Graças a essa habilidade, o bicho não fica rosa na folhagem marrom.
1. O camaleão muda de cor quando se sente ameaçado por um predador ou quando está caçando. A alteração é regulada por hormônios produzidos pela hipófise, uma glândula na base do cérebro, e chegam às células da pele por meio da circulação sanguínea
2. As células que dão cor ao bicho são chamadas de cromatóforos. Cada cromatóforo tem pigmentos de uma cor diferente – um camaleão possui cromatóforos com pigmentos de várias cores. No nosso exemplo, o bicho está passando de um tom amarronzado para um amarelado
3. No tom amarronzado, os pigmentos dessa cor e suas “parentes”, como o vermelho, estão espalhados por toda a área de seus cromatóforos. Já os pigmentos de cores diferentes (como cinza e amarelo), ficam agrupados nos núcleos de seus cromatóforos, “sumindo” aos olhos do predador
4. No tom amarelado, ocorre o inverso: os pigmentos de cores claras (amarelo e cinza) ficam espalhados nos cromatóforos, enquanto os de cores escuras ficam concentrados. Para quem vê o camaleão nessa situação, a cor do bicho é um tom entre o marrom e o vermelho
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