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Como funciona a gagueira?

Falhas em conexões do cérebro podem causar uma quebra na fluência da fala

Por Fernanda Salla
Atualizado em 22 fev 2024, 10h48 - Publicado em 13 dez 2011, 19h54

Como se forma a gagueira

1. Para falar, usamos estruturas do lado esquerdo do cérebro, que trabalham de forma sincronizada para produzir a comunicação.

2. Ao emitir frases, a área de Wernicke começa a dar um retorno das palavras, checando se elas soam de forma correta dentro da sentença.

3. A área Broca processa a linguagem e planeja a articulação da palavra, para que ela seja pronunciada do jeito certo.

4. A área motora aciona a resposta muscular da língua, da laringe e dos lábios – essenciais para pronunciar as palavras no movimento da fala.

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Como se forma a gagueira

5. Nas pessoas que gaguejam, os sinais elétricos entre os centros da fala seguem uma sequência imprecisa e sem sincronia. Anomalias como fissuras ou feixes rompidos na área motora impedem que os sinais elétricos sejam transmitidos corretamente.

6. Distúrbios nos núcleos de base, responsáveis pela sequência motora, causam problemas na iniciação dos movimentos da fala.

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7. Com comandos irregulares na hora de pronunciar as palavras e mexer os músculos, a pessoa gagueja. Algumas pessoas com gagueira também podem ter movimentos involuntários, como o estalo de língua ou um abalo de cabeça para trás. A incidência de gagueira é quatro vezes mais frequente em homens do que em mulheres.

Por que gagos não gaguejam quando cantam?

Porque a parte do cérebro usada no canto é diferente da da fala. “O cérebro tem dois sistemas pré-motores: o medial e o lateral. O primeiro fica ativo quando a pessoa fala e o outro quando ela produz sons mais ritmados”, explica Cristiane Moço Canhetti de Oliveira, fonoaudióloga. Então, mesmo que haja um problema na área da fala, ele pode não afetar a cantoria.Sílabas prolongadas, emitidas durante o canto, também minimizam o problema. A causa da gagueira ainda é desconhecida, mas sabe-se que ela está relacionada tanto a fatores genéticos quanto a traços psicológicos e traumas.

FONTES Ana Maria Schiefer, fonoaudióloga, doutora em distúrbios da comunicação humana pela Unifesp-EPM e professora da Unifesp-EPM; Cristina Dias, fonoaudióloga e mestra em linguística pela UERJ; e Leila Nagib, professora da Faculdade de Medicina da UFRJ

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