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Como funciona a bolsa de valores?

Por Endrigo Coelho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h38 - Publicado em 23 set 2008, 12h39
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“Vendo! Compro! Fechado!” Isso é o que mais se ouve numa bolsa de valores. À primeira vista, o circo financeiro parece indecifrável. Mas o mercado acionário não é tão complicado.

Tudo começa quando uma empresa decide lançar ações ao público. Isso se chama abrir o capital. Essa iniciativa atrai novos acionistas que injetam dinheiro na empresa. Em caso de lucro, bom para todos. Se houver prejuízo, as perdas também são divididas proporcionalmente. Mas para participar das apostas na bolsa, a companhia precisa primeiro credenciar-se em uma corretora de valores. Essas instituições estão por trás de todas as negociações, fazendo as transações para quem quer investir em ações e mantendo a bolsa financeiramente.

Hoje, essa negociação de compra e venda pode ser feita de duas maneiras: no pregão físico ou no eletrônico. O pregão físico é o tradicional, o da gritaria no saguão da bolsa. Mas esse sistema “viva-voz” vem perdendo espaço para o pregão eletrônico, que em 2004 foi responsável por 90% dos negócios da Bovespa – a bolsa paulista. “A tendência é que o pregão físico seja extinto. A formação de blocos econômicos dificulta os negócios em um só lugar. Prova disso é a Bovespa, que já teve quase mil operadores e hoje não chega a ter cem”, diz o ex-operador José Budeu.

Outra grande vantagem do pregão eletrônico é a agilidade das negociações, que são feitas via internet. Um programa de computador em que as corretoras conversam entre si em tempo real é suficiente para fechar os negócios. A desvantagem é que, por enquanto, nem todas as operações de compra e venda podem ser feitas por esse sistema. O que garante, pelo menos por mais alguns anos, a manutenção da gritaria nos velhos saguões das bolsas.

UM LUGAR CHEIO DE AÇÃOOperadores dominam o pregão e podem ser acompanhados de perto pelos investidores

PIT STOP INFORMATIVO

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Com design futurista, as espaçonaves são terminais de consulta das informações do mercado acionário. Há duas delas, com três computadores cada, para auxiliar quem trabalha no pregão. Os equipamentos oferecem apenas dados sobre a Bovespa. Nada de outras bolsas, internet, e-mail…

NEGÓCIO FECHADO

Os postos são locais em que todas as operações de compra e venda são registradas. São balcões aonde os operadores levam seus boletos com as informações das transações. Lá, fiscais registram as operações, que rapidamente aparecem atualizadas nos terminais e no painel eletrônico.

AMIZADE COLORIDA

Os auxiliares de pregão são funcionários das corretoras que ajudam os operadores. Eles são identificados pelos jalecos laranjas e são pau pra toda obra: tanto podem dar uma mão no preenchimento dos boletos de compra e venda de ações, como levar um copo d’água para o operador.

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POSTO DE COMANDO

O púlpito é o local onde o diretor do pregão dá as ordens de início e fim do horário de negociações na bolsa – às 10h e 16h45, respectivamente. O diretor do pregão é o chefão do local e durante o expediente só volta ao púlpito se alguma coisa nas operações diárias não estiver correndo bem.

ARQUIBANCADA EM ALTA

A redoma de vidro acima do pregão não poderia ter nome mais adequado: aquário. É um lugar com livre circulação de pessoas e de onde se tem uma visão privilegiada. Investidores, principalmente aposentados, observam o pregão e verificam a situação das ações em terminais ali instalados

NA LÍNGUA DO MERCADO

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Pelo painel eletrônico dá para acompanhar o desempenho das ações. É fácil decifrá-lo:

• ATIVO: Nome da empresa e o tipo de ação – um # indica que ela faz parte do Índice Bovespa (Ibovespa)

• ÚLTIMO: Valor, em reais, das ações naquele momento

• OSC: Oscilação da ação em pontos percentuais – se estiver em verde, está em alta; vermelho é sinal de queda

• NEG: Número de negócios feitos no dia

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PASTOR FINANCEIRO

Como um pastor, um operador da bolsa é um pregador. Um fala de Deus e o outro, de negócios, mas a gritaria é a mesma. O operador berra tanto porque é obrigado a dizer em voz alta o valor e a quantidade de ações que está negociando – ou seja, apregoa os valores, daí o nome pregão. Quando outro operador aceita a oferta é só gritar: “Negócio fechado!”

DO OUTRO LADO DA LINHA

Com quem os operadores tanto falam ao telefone? Com o escritório da corretora para a qual eles trabalham. As corretoras recebem as ordens de compra ou venda de ações de seus clientes (os investidores) e as repassam para o operador no pregão.

Mergulhe nessa

Na Internet:

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www.bovespa.com.br

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