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Como foram erguidas as pirâmides do Egito?

Por Marina Motomura
Atualizado em 22 fev 2024, 11h26 - Publicado em 18 abr 2011, 18h25
Egito

A construção das pirâmides botou milhares de egípcios para suar, exigiu conhecimentos avançados de matemática e muitas pedras. Das cem pirâmides conhecidas no Egito, a maior (e mais famosa) é a de Quéops, única das sete maravilhas antigas que resiste ao tempo. Datada de 2 550 a.C., ela foi a cereja do bolo de uma geração de faraós com aspirações arquitetônicas. Khufu (ou Quéops, seu nome em grego), que encomendou a grande pirâmide, era filho de Snefru, que já tinha feito sua piramidezinha. O conhecimento passou de geração em geração, e Quéfren, filho de Quéops, e Miquerinos, o neto, completaram o trio das pirâmides de Gizé. Para botar de pé os monumentos, que nada mais eram que tumbas luxuosas para os faraós, estima-se que 30 mil egípcios trabalharam durante 20 anos. “Esses trabalhadores eram trocados a cada três meses. A maioria trabalhava no corte e transporte dos blocos”, diz Antonio Brancaglion Jr., egiptólogo do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além do pessoal que pegava pesado, havia arquitetos, médicos, padeiros e cervejeiros. Tudo indica que esses caras eram livres (e não escravos), pagos com cerveja e alimentos. Mas há controvérsias. Alguns apostam em 100 mil trabalhadores, além de teses que atribuem a obra a ETs!

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Pedra sobre pedra Cerca de 2,3 milhões de blocos ajudaram a botar de pé a pirâmide de Quéops

As pedras foram o começo de tudo – cada bloco pesava em média 2,5 toneladas, mas isso variava: o tamanho diminuía de acordo com a altura, e em lugares específicos, como a câmara do rei, havia pedras gigantes, estimadas em até 80 toneladas. Depois de cortados nas pedreiras, os blocos eram lixados e catalogados: escrevia-se o nome do faraó e o do grupo de trabalhadores responsáveis. No total, 2,3 milhões de blocos teriam sido usados na construção da pirâmide de Queóps

É PEDREIRA!

Para erguer as pirâmides, o terreno foi aplainado. Além de deixar a terra pronta para o trabalho, o processo rendeu uma fonte natural de matéria-prima: o platô era rico em rochas calcárias, um tipo de pedra mais mole, extraída com ferramentas de cobre. Rochas de calcário mais fino, usadas para dar brilho à pirâmide, vinham da região próxima de Tura

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VOU DE BARCO

O faraó escolheu granito para decorar a câmara do rei, onde ele foi sepultado. Como a pedra não era encontrada na região, os blocos vinham de até 800 quilômetros de distância, da pedreira de Assuã, em barcos pelo rio Nilo. Os pesadíssimos blocos, alguns com até 80 toneladas, também revestiam as câmaras e os corredores internos

BASE CONCRETA

Para alguns pesquisadores, a análise da taxa de minerais presentes em partes dos blocos da pirâmide mostra que pode ter sido usado um tipo de concreto primitivo tanto na parte externa quanto na interna. Se a teoria for verdade, essa terá sido a primeira aplicação de concreto de que se tem notícia – antes disso, os pioneiros eram os romanos

Rock’n’roll Teorias explicam como os egípcios rolaram as pedras
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A proeza de transportar os blocos gigantes é tão complexa que até hoje não existe consenso. Isso pode ter sido feito com cordas; com uma espécie de trenó de troncos de madeira cilíndricos, sobre os quais as pedras deslizavam; ou com a ajuda de tafla, um tipo de barro que, molhado, fica escorregadio e ajuda a deslizar os blocos. Depois de assentados, os blocos eram cortados em um ângulo de 51º, o que deixava a face da pirâmide lisa

SUBINDO A LADEIRA

O que é – Uma rampa feita de terra e cascalho, com escoras nas laterais

Pontos positivos – Como ocuparia apenas uma das faces, esta rampa deixaria as laterais da pirâmide livre – assim, seria mais fácil checar se a obra estava “torta”

Pontos negativos – Para que a rampa alcançasse a altura total, teria que ser muuuito longa, e o trabalho teria que ser interrompido toda vez que fosse necessário espichá-la

ZIGUEZAGUE

O que é – Rampa única em ziguezague construída em torno da pirâmide. É a teoria mais popular atualmente

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Pontos positivos – A rampa teria uma inclinação constante, ao contrário da rampa única

Pontos negativos – A rampa tampa a visão da totalidade da obra. Assim, haveria o risco de, ao desmanchar a rampa, perceber que as faces da pirâmide estavam tortas

DEBAIXO DOS CARACÓIS

O que é – Até os 43 metros de altura, usa-se a rampa externa. A partir daí, seria usada uma rampa interna em espiral, recuada a 15 metros da face externa. No fim de cada andar, uma aresta permite que as pedras girem 90º

Pontos positivos – Reaproveitaria o material da rampa externa para o resto da construção. Um sistema de contrapeso carregaria as pedras maiores

Pontos negativos – Como a linha não é reta, a rampa aumentaria a distância pela qual os blocos teriam que ser arrastados

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PAU NA MÁQUINA

O que é – Várias teorias sugerem que máquinas eram usadas para subir os blocos pirâmide acima. Essas máquinas poderiam ser guindastes, alavancas ou sistema de gangorras, com um cesto de areia de um lado e o bloco de outro

Pontos positivos – As máquinas dariam alívio à dureza do trabalho braçal

Pontos negativos – Faltaria espaço para manobrar, e as máquinas não dariam conta dos blocos maiores

TAMANHO É DOCUMENTO

Comparada com prédios e campos de futebol, a pirâmide sai ganhando

ALTURA – 147 metros

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Equivale a – Prédio de 49 andares – o Copan, por exemplo, tem 140 metros

PESO DE 1 BLOCO – 2,5 toneladas

Equivale a – 3 Fuscas de 800 quilos

PESO TOTAL – 6,5 milhões de toneladas

Equivale a – 11,5 navios de carga carregados

ÁREA – 13 acres (52 598 m2)

Equivale a – 6 campos de futebol

Leia também:

– As pragas do Egito realmente existiram?

– Como a Esfinge de Gizé perdeu o nariz?

– Como era a vida de um faraó?

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