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Como foi o atentado de Munique?

Tragédia marcou a história dos Jogos Olímpicos

Por José Sérgio Osse
Atualizado em 22 fev 2024, 11h14 - Publicado em 18 abr 2011, 18h49

“Os 11 reféns estão mortos”, anunciou a agência de notícias Reuters no meio da madrugada. Terminava assim um dos dias mais longos da história.

Munique, sede da Olimpíada de 72, 5 de setembro. Oito palestinos do grupo terrorista Setembro Negro, suspeito de ser ligado à OLP (Organização para a Libertação da Palestina), invadem a Vila Olímpica, matam dois membros da equipe de Israel e fazem outros 11 deles de reféns. O objetivo é conseguir a libertação de árabes presos em Israel. Implacável, o governo israelense se recusa a negociar.

A polícia, então, resolve armar uma emboscada. Oferece helicópteros para que os seqüestradores possam sair do alojamento com os reféns e os leva a uma base aérea, prometendo regalias.

Presente de grego, claro: os policiais queriam os palestinos expostos em campo aberto. Atiradores de elite fariam o resto do serviço.

Bom plano. Mas faltou combinar com os terroristas: ao perceber que havia uma tocaia, os palestinos ficaram desesperados. E partiram para o desfecho infernal que você vê nos quadrinhos. Apesar da nuvem cinzenta que baixou em Munique depois do episódio, os Jogos ficaram suspensos por apenas mais um dia, quando os corpos dos atletas foram velados no estádio olímpico. Mesmo com os protestos de Israel, os Jogos foram até o fim. Meses mais tarde, os dois terroristas sobreviventes foram soltos em troca do fim do seqüestro de um avião da companhia aérea Lufthansa. Isso levou Israel a criar uma força-tarefa conhecida como “Ira de Deus”, que encontrou e assassinou um dos terroristas.

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Era só o início de uma bola-de-neve que até hoje não pára de crescer.

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O dia que não acabou
Na madrugada de sexta-feira, homens armados pulam o muro da Vila Olímpica…4h15 Oito terroristas palestinos batem na porta do alojamento da delegação de Israel. Um treinador da equipe é morto com um tiro. Outro membro tenta revidar com uma faca de sobremesa. E morre também7h30 Os palestinos pedem a libertação de 234 árabes detidos em prisões israelenses. Se não forem atendidos até As 9h, dizem, todos os reféns morrem

22h – 22h15 Após 15 horas de negociação os palestinos aceitam uma proposta da polícia: seguir de helicóptero até um aeroporto, onde um avião os levaria para o Egito com os 11 reféns. Mas o plano é outro: levar os palestinos a uma base aérea da Otan e emboscá-los

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23h Os helicópteros chegam ao aeroporto. Dois palestinos vão checar se não armaram uma tocaia. Armaram. Eles voltam correndo para a aeronave. Cinco atiradores da polícia abrem fogo, e acertam um deles

23h55 Carros blindados param ao lado de um dos helicópteros. um terrorista foge e, pouco antes de ser alvejado, joga uma granada na aeronave. A explosão mata os atletas e alguns palestinos

23h30 Continua o tiroteio. os quatro pilotos dos helicópteros fogem. um deles é atingido. Um policial também morre. os palestinos ficam entrincheirados atrás das aeronaves

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23h56 – 0h10 Ao ver a explosão, outro terrorista executa os reféns. Só ele e um companheiro ficam vivos, e acabam subjugados pela polícia. Saldo final: 19 mortes

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