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Como foi construído o Cristo Redentor?

A estátua de 38 metros de altura e mais de mil toneladas levou cinco anos para ser construída.

Por Cíntia Cristina
Atualizado em 22 fev 2024, 10h58 - Publicado em 18 abr 2011, 18h56

A estátua de 38 metros de altura e mais de mil toneladas levou cinco anos para ser construída. Pode-se dizer que ela foi criada a seis mãos. O engenheiro Heitor da Silva Costa fez o primeiro projeto, o artista plástico Carlos Oswald se encarregou do desenho final e o escultor francês Paul Landowski modelou as peças que compõem a estátua.

Sua construção começou a ser planejada em 1921, quando religiosos e autoridades do governo se reuniram em uma associação chamada Círculo Católico, no Rio de Janeiro, para discutir a idéia. Dois anos depois, foi realizado um concurso de projetos, vencido por Heitor da Silva Costa, e uma campanha nacional arrecadou fundos para a obra. Além do Corcovado, o Pão de Açúcar e o Morro de Santo Antônio também foram lembrados como possíveis pontos para o monumento.

A vontade de integrar a obra à natureza, porém, favoreceu a primeira montanha, cercada por uma bela porção de Mata Atlântica. Segundo o projeto original, o Cristo deveria segurar o globo terrestre em uma mão e uma cruz na outra. Muitas pessoas, no entanto, achavam que ele estaria segurando uma bola de futebol. Veja a ilustração abaixo.

Ilustração do primeiro projeto do Cristo Redentor.
(Heitor da Silva Costa/Wikimedia Commons)

A idéia de fazê-lo com os braços abertos agradou mais a população carioca e acabou prevalecendo. A construção de fato só teve início em 1926. A cerimônia de inauguração da estátua, no dia 12 de outubro de 1931, foi, obviamente, cheia de pompa, contando com a presença do então presidente Getúlio Vargas. Havia ainda um plano para que o ilustre cientista italiano Guglielmo Marconi – inventor do telégrafo sem fio e nome fundamental no desenvolvimento do rádio – acionasse, diretamente da Itália, as luzes que iluminariam o Cristo.

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A idéia mirabolante partiu do jornalista Assis Chateaubriand. Ele combinou com Marconi para que ele emitisse um sinal elétrico a partir de um iate na baía de Nápoles. O sinal seria captado por uma estação na Inglaterra e retransmitido para uma antena em Jacarepaguá, de onde as luzes seriam acesas. Mas o mau tempo não permitiu que esse artifício tão engenhoso fosse colocado em prática – um contratempo curioso, mas insignificante para a história do monumento que se tornaria símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil em todo o planeta.

Obra de mestre Estátua demorou cinco anos para ser montada peça a peça. Abaixo, conheça algumas curiosidades da obra

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1. A estátua foi feita na França pelo escultor francês Paul Landowski – pois acreditava-se, na época, que profissionais brasileiros não teriam experiência para executar a obra. Antes de a obra ser trabalhada em seu tamanho original, foram preparadas várias maquetes de gesso. As mãos da poetisa Margarida Lopes de Almeida serviram de modelo para as do Cristo.

2. A estátua veio da França para o Brasil em pedaços. Só a cabeça era composta por 50 peças e cada uma das mãos media 3,2 metros de comprimento. Para levar esses objetos gigantes ao alto do Corcovado, foi usado o trem que ligava o morro à parte baixa do Rio de Janeiro, ferrovia existente desde o final do século XIX

3. Gigantescos andaimes de madeira e ferro permitiam aos operários o acesso aos pontos mais altos da obra, enquanto as peças eram erguidas por um sistema de cabos e roldanas. As várias partes do Cristo eram ocas e foram encaixadas aos poucos na estrutura metálica montada para sustentar o peso da estátua

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4. A primeira parte a ficar pronta foi a cabeça. O Cristo foi surgindo, portanto, de cima para baixo. Todas as peças da parte externa foram revestidas com pastilhas de pedra-sabão, material que, apesar de ser facilmente riscado, resiste bem ao tempo e às variações de temperatura

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