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Como é ressuscitada uma vítima de parada cardíaca?

Se a vítima for socorrida corretamente no primeiro minuto após a parada, ela tem 90% de chance de sobreviver

Por Julia Moióli
Atualizado em 31 ago 2018, 19h18 - Publicado em 18 abr 2011, 18h50

Ressuscitar uma pessoa é uma corrida contra o tempo, que inclui uma seqüência de massagens, choques e medicamentos para fazer o coração voltar a bater e a realizar sua função primordial: bombear sangue e oxigênio pelo organismo. Nesse processo de ressuscitação, o mais importante é agir rápido. “Se a vítima for socorrida no primeiro minuto após a parada, ela tem 90% de chance de sobreviver”, diz o cardiologista Sérgio Timerman, de São Paulo.

Como quase 80% das mortes por parada cardíaca no Brasil acontecem fora dos hospitais, as etapas iniciais do salvamento ficam nas mãos de pessoas como nós. O primeiro passo é checar os sinais vitais da vítima. Se ela não tiver pulso e não estiver respirando, é bem provável que o coração tenha parado de bater. Depois de chamar ajuda médica, é hora de agir, fazendo a chamada respiração de resgate. É uma espécie de assoprão na boca que difere um pouco da tradicional respiração boca-a-boca, onde também se puxa o ar.

 

O segundo passo é aplicar a massagem cardíaca, uma série de compressões no peito da vítima para “acordar” o coração. Se nada disso der certo, a última coisa que dá para fazer fora do hospital é apelar para os choques elétricos – desde que haja por perto um aparelho específico para isso, o desfibrilador. O choque pode funcionar quando o coração para de bombear sangue porque o órgão nessa situação começa a bater muito rápido e sem ritmo. É a chamada fibrilação ventricular.

Como esse problema é responsável por 90% das paradas cardíacas, os médicos insistem para que locais públicos tenham desfibriladores à mão. “Se eles forem usados no local da emergência, a vítima tem 70% de chance de sobreviver. Se ela esperar até o hospital, esse número cai para 2%”, afirma Sérgio. Depois disso, o negócio é deixar o trabalho para os cardiologistas, que vão medicar a pessoa ou optar por táticas mais drásticas para tentar reverter a parada.

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1º passo

Como é ressuscitada uma vítima de parada cardíaca?
(Sam Hart e Rod Reis/Mundo Estranho)

Quando a vítima de parada cardíaca chega ao hospital, a primeira etapa da ressuscitação é a massagem cardíaca. Tapando o nariz do paciente, uma enfermeira sopra duas vezes na boca para mandar oxigênio para o organismo. Em seguida, ela faz 15 compressões cardíacas entre os mamilos, tentando fazer o coração pegar “no tranco”.

2º passo

Como é ressuscitada uma vítima de parada cardíaca?
(Sam Hart e Rod Reis/Mundo Estranho)

Para monitorar os batimentos, a vítima é ligada a um eletrocardiograma. Com ele, dá para saber por que o coração parou de bombear sangue. Há três causas: a fibrilação ventricular (batimento desgovernado), a assistolia (parada total) e a atividade elétrica sem pulso (batimentos esporádicos).

3º passo

Como é ressuscitada uma vítima de parada cardíaca?
(Sam Hart e Rod Reis/Mundo Estranho)

Quando a parada é causada por uma fibrilação ventricular, os especialistas partem para o trabalho com o desfibrilador. Posicionando as pás do aparelho no peito da vítima, um médico aplica uma série de choques. A ideia é que a descarga coloque a atividade elétrica do coração em ordem para que ele volte a bater direito.

4º passo

Como é ressuscitada uma vítima de parada cardíaca?
(Sam Hart e Rod Reis/Mundo Estranho)

Se os choques falharem, os médicos precisam mandar oxigênio para o corpo. Para isso, eles entubam o paciente com um cano de borracha que chega até a traqueia. Conectado a um balão com ar, o tubo lança oxigênio para o pulmão e serve para injetar medicamentos que aumentam o fluxo sanguíneo.

5º passo

Como é ressuscitada uma vítima de parada cardíaca?
(Sam Hart e Rod Reis/Mundo Estranho)

A última tentativa de ressuscitação é a massagem direta. O peito do paciente é aberto e o médico segura o coração com as mãos, fazendo um movimento intenso para reativar o bombeamento de sangue. Essa técnica só costuma ser usada quando o paciente sofreu algum trauma grave.

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Fontes: Antônio Augusto Lopes, cardiologista do Incor, em São Paulo, e Evandro Tinoco Mesquita, cardiologista do Hospital Pró-Cardíaco, do Rio de Janeiro.

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