Como é possível bloquear o uso de celulares em presídios?
A melhor solução até agora é a instalação de antenas que emitem ondas na mesma freqüência que o aparelho usa para se comunicar com as estações operadoras desse sistema de telefonia. Essas antenas emitem um ruído eletrônico que se confunde com o sinal dos telefones, fazendo com que eles fiquem fora de serviço na área […]
A melhor solução até agora é a instalação de antenas que emitem ondas na mesma freqüência que o aparelho usa para se comunicar com as estações operadoras desse sistema de telefonia. Essas antenas emitem um ruído eletrônico que se confunde com o sinal dos telefones, fazendo com que eles fiquem fora de serviço na área controlada. No Brasil, bloqueadores assim só podem ser usados em áreas de segurança, mediante aprovação do governo. Além disso, é preciso seguir as especificações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), cuja maior preocupação é bloquear os aparelhos no presídio sem interferir nas ligações de pessoas próximas à área. “O problema nem é tanto o bloqueador, mas como ele é instalado, testado e regulado”, diz o engenheiro Antonio Eduardo Neger, dono de uma empresa que presta consultoria na instalação de bloqueadores. O primeiro sistema desse tipo a funcionar no Brasil foi montado no presídio de Presidente Bernardes (SP).
Recentemente foi a vez do famoso Bangu 1, no Rio de Janeiro, receber a tecnologia. No estado de São Paulo, já foi aberta a concorrência para instalação de bloqueadores em mais cinco presídios. No Rio, a previsão é de que até o final deste ano eles serão colocados em Bangu 2, 3 e 4. A montagem do sistema custa entre 150 mil e 230 mil reais por presídio.
Antenas bloqueadoras são montadas nas muralhas da prisão
Antenas bloqueadoras
Dispostas nos quatro cantos do presídio, elas emitem um ruído eletrônico (ondas em vermelho) na mesma faixa de freqüência usada pelas operadoras dos celulares, bloqueando as ligações. As antenas ficam no topo da muralha para cobrir melhor a área e permanecer longe do alcance dos presos
Monitoramento secundário
Aparelhos ocultos em diversos pontos do presídio tentam constantemente fazer ligações via celular. Se algum deles conseguir completar uma ligação, o alarme também é acionado
Estação da operadora
É daqui que sai o sinal de serviço (ondas em azul) que permite o funcionamento do celular. Quanto mais próxima do presídio estiver a antena da operadora, mais difícil será bloquear o sinal
Caixas de força
Cada antena é controlada por uma caixa de força capaz de resistir 48 horas com energia elétrica própria. Se houver queda de potência ou a caixa for aberta com más intenções, é disparado um alarme