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Cães apanhados na rua realmente viram sabão?

Por Marina Motomura
Atualizado em 22 fev 2024, 11h16 - Publicado em 18 abr 2011, 18h48
Stray_dog_in_Rome

Isso é lenda urbana. Cães de rua nunca foram usados para fabricar sabão. Tudo indica que essa história nasceu numa confusão curiosa. “O que ocorria é que os primeiros caminhões do centro de controle de zoonoses que recolhiam os cachorros nas ruas – as populares ‘carrocinhas’ – eram muito parecidos com os que recolhiam carcaças de carne nos açougues. Desde então, o povo começou a associar uma coisa à outra”, afirma o biólogo Hildebrando Montenegro, assistente de direção do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo. Os veículos que retiravam carcaças de bois e porcos dos açougues, esses sim, usavam a gordura animal para fazer sabão caseiro. Os totós davam uma ensaboada e escapavam desse final inglório. “Os cães de rua em geral são muito magrinhos, nem têm gordura suficiente para fazer sabão!”, afirma Hildebrando Montenegro. Aliás, usar gordura de bicho pra fazer sabão é coisa do tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça. Hoje, os sabões industrias substituíram a gordura animal pela vegetal. Apesar de não alimentar a indústria de sabão, a carrocinha continua recolhendo os cachorros que ficam soltos pelas ruas. Eles vão para o centro de controle de zoonoses de cada prefeitura, à espera dos donos desalmados. Se ninguém aparece para resgatá-los ou adotá-los num prazo médio de uma semana, os totós são sacrificados com uma injeção letal. Para evitar que o seu au-au entre nessa grande fria, siga os passos do quadro Faça Você Mesmo e crie uma identificação animal para o seu querido cãozinho de estimação.

Faça Você Mesmo

Não seja cachorro com seu cão

Faça um “RG animal” para facilitar a localização do seu totó se ele sumir

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1. Faça um “RG animal” para facilitar a localização do seu totó se ele sumir. Em cidades como São Paulo, os donos de cães têm de registrar seus au-aus na prefeitura ou em pet shops credenciadas. Nesses lugares, o proprietário preenche uma ficha completa, informando o nome, a raça e a idade do bicho, além de informações como nome, endereço e telefone do dono

2. Depois do registro, os totós recebem uma plaquinha de metal para pendurar na coleira, com um número (o “RG animal”) e o telefone do centro de controle de zoonoses. Se a sua cidade não tem esse serviço, improvise uma plaquinha com o seu telefone anotado. Em pet shops, dá para comprar placas de metal e gravar essas informações por um preço acessível

3. Quando os cães são capturados pela carrocinha, eles são levados para o centro de controle de zoonoses. Se estiverem com a plaquinha, os técnicos do órgão entram em contato com o dono e avisam que o bichinho está por lá. O dono distraído tem de pagar uma multa por ter deixado o totó escapulir.

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