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Bonnie e Clyde, o casal fora-da-lei que virou lenda nos EUA

Uma dupla de assaltantes carismáticos à la Robin Hood... ou um par de assassinos frios e gananciosos? Conheça a história dos dois.

Por Danilo Cezar Cabral
Atualizado em 22 fev 2024, 10h17 - Publicado em 23 dez 2016, 12h53

Ambos nascidos no Texas, Bonnie e Clyde cresceram em meio à pobreza da Grande Depressão. Nessa época, muitas famílias se viam forçadas a migrar para trabalhos pesados – como o pai de Clyde, que aceitou emprego em uma plantação de algodão.

Revoltados, os dois culpavam o governo pelas condições precárias da população. Clyde começou a chamar a atenção da polícia no Natal de 1929, quando se uniu a um bando de arruaceiros, envolvido em vandalismo e pequenos furtos.

A irmã de um de seus comparsas se acidentou – e, ao ir visitá-la para um café, Clyde acabou conhecendo Bonnie. Foi amor à primeira vista: desde então, passaram a se ver quase todos os dias.

Bonnie logo entrou para o grupo – passou a dirigir os carros de fuga da gangue. Na primeira prisão de Clyde, no entanto, ele estava sozinho, em 12 de janeiro de 1930, no condado de Waco. Chegou a escapar, comum revólver .32 contrabandeado pela namorada… Mas foi detido de novo ao tentar roubar um trem. Um juiz o liberou algumas semanas depois.

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Ray Hamilton e Ralph Fults se juntaram ao casal e ajudaram no roubo de uma loja. O alarme soou e, apesar da tentativa da polícia de formar um perímetro bloqueado, a gangue escapou por pouco. Preocupado, Clyde enviou Bonnie para outra cidade.

Em 30 de abril de 1932, Hamilton matou acidentalmente um gerente de supermercado em outro assalto, e acabou capturado. Com Hamilton e Fults presos, os namorados recrutaram um novo membro, W.D. Jones, de 16 anos. Mas, no Natal de 1932, o garoto ficou nervoso ao tentar roubar um Ford cupê V-8 – mesmo com a chave na ignição, ele não conseguiu dar partida. O dono do carro atacou e Clyde matou o sujeito.

A vida na estrada se tornou comum. Em uma emboscada em Dallas, Bonnie e Clyde mataram outro policial – já era o terceiro. Além de roubar bancos, atacaram um arsenal de armas militares, em janeiro de 1933.

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A relação com a polícia, no entanto, não era de todo hostil. No Missouri, capturaram e liberaram um policial que os seguia. À imprensa, o tira disse que foi bem tratado e achou o casal simpático.

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Em março de 1933, o irmão de Clyde, Buck, e sua namorada, Blanche Caldwell, se uniram a eles. Em uma longa estada em Joplin, no Missouri, o quinteto foi identificado e encurralado em uma casa. Eles conseguiram fugir abrindo caminho na base da metralhadora. O que sobrou para a polícia no refúgio da dupla criminosa foi um conjunto de fotos do casal, tiradas com uma câmera de caixa Kodak.

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Um acidente na estrada 203, rumo à cidade de Wellington, feriu gravemente Bonnie – os outros escapam ilesos. Enfraquecidos, seguiram para Platte City. Em 19 de julho, a polícia cercou o esconderijo da gangue. No tiroteio, pior que o de Joplin, Buck morreu com um tiro na cabeça. Blanche ficou cega de um olho e foi capturada.

Separado de Bonnie e Clyde, W.D. Jones foi preso em Houston. Acabou contando tudo à polícia sobre a família e os hábitos dos ex-parceiros.

Foi suficiente para que os investigadores fechassem o cerco e criassem um perfil do comportamento do casal. Um piquenique familiar virou uma emboscada, mas, graças à agressividade de Clyde, a dupla conseguiu escapar mais uma vez.

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Em 16 de janeiro de 1934, Bonnie e Clyde libertaram Ray Hamilton e outro preso, Henry Methvin, da Prisão de Eastham. Eles se uniram à gangue, e depois de um tempo fora de ação (e trocando regularmente as placas dos carros que usavam), os bandidos realizaram um último assalto. Methvin matou um policial que se aproximava enquanto o grupo saía do banco.

As autoridades criaram uma força-tarefa sob comando do caçador de recompensas Frank Hamer, famoso por seu sucesso contra o crime organizado. O time reuniu seis policiais experientes, entre eles Ted Hinton e Bob Alcorn, que já haviam participado da emboscada anterior contra os criminosos. Era uma equipe de peso, que refletia a importância que a captura do casal tinha ganhado para a polícia.

QUE FIM LEVARAM?

O último capítulo da aventura de Bonnie e Clyde aconteceu em 23 de maio de 1934, em uma estrada próxima à propriedade dos Methvins. O pai de Henry Methvin, chamado Iverson, estava em conversas secretas com as autoridades, combinando uma emboscada em troca da redução da pena do filho.

A polícia aguardou na rodovia, de tocaia. Assim que surgiu o Ford Sedan V-8 1934, último carro roubado pela dupla, os oficiais abriram fogo sem dar ordem de prisão.

Às 9h15 da manhã, o poder de fogo dos policiais acabou com o carro e com a vida de Bonnie e Clyde. A carreira de crimes do popular casal termina da mesma forma como viveram: de maneira rápida e violenta.

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