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8 segredos que enfermeiros e cirurgiões não contam

Sob condição de anonimato, profissionais de várias áreas revelaram à MUNDO ESTRANHO o que não contam aos clientes. Agora é a vez de cirurgiões e enfermeiros

Por Julia Moióli
Atualizado em 22 fev 2024, 10h12 - Publicado em 13 jul 2017, 12h45
cirurgião
(Estevan Silveira/Mundo Estranho)

1) “Às vezes, a gente ri do que não deve”
No livro The Nurses: A Year of Secrets, Drama, and Miracles with the Heroes of the Hospital, a autora Alexandra Robbins conta que médicos e enfermeiros costumam dizer que pacientes terminais estão “rumo à unidade de tratamento eterno” ou “aproximando-se da temperatura ambiente”. A ala geriátrica? “Lounge de partida.” Um ferimento por tiro? “Envenenamento agudo por chumbo”.

2) “Sofremos de estresse pós-traumático grave”
Estudos mostram que os enfermeiros do turno noturno são os mais estressados. Dormem mal, descansam menos e correm risco 11% maior de morrer mais cedo (de doenças cardíacas, câncer de pulmão e de cólon). Mas a maior pressão está concentrada naqueles que trabalham na UTI: seu estresse pós-traumático é comparável ao de veteranos da Guerra do Vietnã,de acordo com um estudo da Emory University (EUA).

3) “Damos mais remédio do que o médico pede”
Mas, acredite, é um ato de cuidado e preocupação. Em uma matéria da revista norte-americana Reader’s Digest, uma enfermeira disse, sob anonimato, que, quando um paciente está em estado terminal e o médico não receitou medicamento suficiente, ela e os colegas dão uma quantidade maior. Depois pedem ao médico que altere o prontuário.

 

4) “Erros bizarros acontecem – e a gente se odeia por isso”
Em uma a cada 7,6 mil cirurgias, algum equipamento é esquecido dentro do corpo do paciente (esponjas são os mais comuns). Uma em cada 100 mil cirurgias rola na parte errada do corpo. Os dados são da Rand Corporation, da Universidade da Califórnia e do Departamento de Assuntos de Veteranos de Guerra dos EUA. E, entre os cirurgiões que cometeram erros, 16% já tiveram pensamentos suicidas – na população comum o índice é de 3%.

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5) “Alguns de nós são viciados em remédios”
A proporção de médicos viciados em drogas é semelhante à da população geral, mas um estudo da Universidade da Flórida (EUA) indica que eles abusam mais dos remédios que os simples mortais – em parte porque têm acesso mais fácil a eles. A mesma situação rola com os enfermeiros: a dependência de drogas prescritas é acima da média, de acordo com um estudo norte-americano.

6) “Nossa grosseria afeta o diagnóstico”
Toda atenção também com os doutores mal-educados. Em um estudo publicado no jornal da Academia Norte-Americana de Pediatria, o desempenho em diagnosticar e realizar procedimentos foi pior quando os membros da equipe de cirurgia eram rudes uns com os outros. Compartilhar informações e pedir ajuda compensavam a falta de cordialidade.

 

 

 

7) “Algumas cirurgias são desnecessárias”
Isso rola, muitas vezes, por interesse financeiro. Uma operação gera dinheiro para hospitais, médicos, empresas de equipamentos… Um exemplo de operação muitas vezes desnecessária é a de fimose em crianças. Nos EUA, ela é quase padrão. Além disso, quando um novo produto é desenvolvido, os fabricantes entopem médicos com estudos e informações para popularizar sua recomendação. E conseguem.

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8) “Preste atenção no nosso tom de voz”
Uma pesquisa psicológica editou conversas entre médicos e pacientes para eliminar sons de alta frequência que tornam as palavras reconhecíveis. O que sobrou (ritmo, entonação e tom) foi avaliado por jurados em critérios como “hostilidade”, “afetuosidade” e “ansiedade”. Aqueles com alta pontuação em “dominância” tinham mais chance de já terem sido processados por erro médico.

 

FONTES Revistas Pesquisa FapespReader’s Digest e Time; sites CBS NewsDaily Mail, Elsevier, EurekAlert!Folha de S.PauloHarvard UniversityiGNYMAGPacific StandardPhysician Health ProgramSurgeryUniversity of British ColumbiaUSA TodayUSP Wired

 

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