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4 casos de vencedores da loteria amaldiçoados pelo dinheiro

Dinheiro não traz felicidade. Pior: em alguns casos, parece que não só traz infelicidade como também um azar sobrenatural

Por Diego Meneghetti
Atualizado em 22 fev 2024, 10h18 - Publicado em 14 dez 2016, 14h25
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(Dalts)

 

TRAÍDO PELA GRANA

O empresário Jack Whittaker ganhou a maior bolada das loterias dos EUA… e passou a viver uma história de tragédias, roubos e mortes

1) A Powerball é uma das loterias mais populares dos EUA. Um bilhete custa US$ 2 e há nove maneiras de vencer. Mas, para faturar o prêmio máximo, o jogador precisa acertar cinco números (entre 59) e mais um extra (entre 35). Em 24 de dezembro de 2002, o empresário Jack Whittaker se arriscou e comprou um bilhete com as dezenas 05, 14, 16, 29, 53 e 07.

2) Só na manhã de Natal Whittaker percebeu que havia levado o maior prêmio individual pago no país até então: quase US$ 315 milhões. No dia seguinte, já dava entrevistas para a TV, com sorriso no rosto e chapéu de caubói na cabeça. Disse que a primeira coisa que faria seria doar 10% do valor à caridade e criar uma fundação para crianças.

3) Como já era razoavelmente bem-sucedido, Whittaker tomou sua primeira decisão precipitada. Em vez de receber o prêmio parcelado anualmente em 30 vezes (como é de costume), optou por retirá-lo todo de uma vez. Nesse caso, os descontos e as taxas do governo comem mais de 60% do valor. O cara ficou com “apenas” US$ 113 milhões.

4) O sortudo começou a gastar loucamente. Mandou a esposa em uma viagem a Israel, presenteou sua neta de 17 anos com um carro Mitsubishi Eclipse e deu uma picape Dodge Ram, uma casa de US$ 123 mil e mais US$ 50 mil à moça que lhe vendeu o bilhete. Até pensou em comprar um helicóptero, mas desistiu…

5) Após cerca de um ano, a sorte virou. Numa noitada em um strip club, ladrões levaram US$ 545 mil de sua caminhonete (quem anda com essa grana no carro?). Em 2004, rolou outro furto, de US$ 200 mil. Adivinhe onde ele estava? De novo num clube de striptease!

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6) Desiludido após a esposa pedir o divórcio, Whittaker começou a beber. Logo depois, recorreu à polícia porque ladrões haviam zerado sua conta. Mas o cara ainda tinha posses e o amor da neta, Brandi, para a qual dava uma semanada de US$ 2 mil.

7) Estimulada pelo namorado, Brandi começou a usar a grana para comprar drogas. Em 2003, o garoto morreu de overdose na casa de Whittaker. Meses depois, foi a vez da neta. No enterro, Whittaker disse que “gostaria de ter rasgado o bilhete premiado”.

8) Em 2007, foi preso por dirigir bêbado. Já havia torrado toda a grana – até a que havia ganhado como empresário. Hoje, responde a dois processos criminais: um por assédio sexual e outro por emitir US$ 1,5 milhão em cheques sem fundo.
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PARENTE É SERPENTE

Norte-americano quase foi assassinado a mando do irmão

1) Após uma vida de muita pobreza, o norte-americano William Post III tirou a sorte grande em 1988: ele ganhou US$ 16 milhões na loteria da Pensilvânia. E aí, claro, começou a comprar tudo que queria. Duas semanas depois de receber a primeira parcela anual da fortuna, ele chegou até mesmo a adquirir um avião, mesmo sem saber pilotar.

2) Ele também comprou uma garagem cheia de carros usados e, para ajudar os irmãos, foi o único investidor em um restaurante, entre outros negócios. Três meses após a premiação, William já devia mais de US$ 500 mil. Um ano depois, foi morar em uma mansão e se distanciou da família.

3) Nessa época, a polícia descobriu um plano de assassinato contra ele e a esposa. E quem havia contratado o matador? Seu próprio irmão! Ele pretendia herdar os futuros pagamentos do prêmio da loteria. Para piorar, uma ex-namorada o processou alegando ter direito à parte da bolada.

4) Após tentar vender o resto do prêmio para quitar dívidas, Post faliu. Chegou a ser preso por atirar em um cobrador. Morreu em 2006, por insuficiência respiratória, deixando sua sétima esposa viúva e nove filhos do segundo casamento. “Todo mundo sonha em ganhar dinheiro, mas ninguém percebe os pesadelos que isso traz”, dizia.

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MENTE VAZIA, OFICINA DO DIABO

Tédio e bebedeira consumiram a bufunfa (e a alegria) do milionário

1) Quando sua esposa, Louise, faturou o equivalente a cerca de R$ 30 milhões, em 2005, o britânico Keith Gough resolveu curtir a vida. Saiu do emprego, comprou uma casa luxuosa e, por cerca de R$ 1 milhão, alugou um camarote no estádio do Aston Villa para assistir a seu time de futebol favorito.

2) Quem diria que trabalhar fazia tão bem à saúde? O tédio levou Gough ao alcoolismo, o que provocou seu divórcio, em 2007. Numa clínica de reabilitação, conheceu um vigarista que o convenceu a investir em várias furadas. O estresse, somado à bebida, o matou de ataque cardíaco em 2010. Pelo menos, ele não morreu pobre. Na época, ele ainda tinha o equivalente a R$ 3 milhões.

 

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(Dalts)

SOTERRADO PELA CARIDADE

Vencedor generoso perdeu controle das finanças

1) Até ganhar US$ 31 milhões em 1997, o norte-americano Billie Bob Harrell Jr., de 47 anos, fazia bicos para sustentar esposa e três filhos. Escolheu receber a grana em parcelas anuais e, já na primeira, mudou-se para o Havaí, comprou carros para amigos e fez grandes doações à caridade.

2) Por causa da fama de caridoso, a galera não parava de importuná-lo. Para dar conta, ele negociou com uma empresa que “adiantava” os pagamentos da loteria, num tipo de agiotagem. Mas perdeu o controle. Em menos de um ano, separou-se da esposa e, em 1999, foi encontrado morto, aparentemente por suicídio. “Ganhar na loteria foi a pior coisa que já me aconteceu”, Billie disse a um assessor financeiro.

 

FONTES Revistas Business Week, Time, VEJA e Época; jornais The Sun, Washington Post e O Estado de S. Paulo; sites Powerball, Terra, LiveScience, Luxist, maristpoll.marist.edu e royal.gov.uk; e livros Felicidade S.A., de Alexandre Teixeira, e The Mystery of the Hope Diamond, de Henry Leyford Gates

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