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Uso do gás CFC

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h58 - Publicado em 26 Maio 2012, 22h00

Ricardo Torrico

Erro – Ter passado décadas empregando o clorofluorcarbono em geladeiras, aparelhos de ar-condicionado e aerossóis.

Quem – Indústria de equipamentos de refrigeração.

Quando – A partir da década de 1930.

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Consequências – Os cientistas foram descobrir meio século depois que a substância não só destruía a camada de ozônio como já tinha feito um rombo gigantesco nela.

Por mais de 5 décadas, o clorofluorcarbono (CFC) representou uma ameaça silenciosa à vida na Terra. O gás foi sintetizado em 1928, nos EUA, e fez um tremendo sucesso na indústria porque era versátil, barato e fácil de estocar. Passou a ser largamente empregado como gás refrigerante em geladeiras, aparelhos de ar-condicionado e propelentes de aerossol. E assim foi até a década de 1970, quando suspeitou-se que, ao escapar para a atmosfera, ele estava abrindo um rombo enorme na camada de ozônio.

O debate científico durou mais de 10 anos a partir de 1974, quando a tese foi proposta pela primeira vez, até que o geofísico inglês Joe Farman finalmente comprovasse o fenômeno numa expedição à Antártida – o continente gelado era o que mais estava sofrendo com o fenômeno em meados dos anos 80. O buraco estava lá, tinha quase 30 milhões de quilômetros quadrados e não parava de aumentar. O jeito foi banir o CFC, decisão ratificada em 1987 numa convenção internacional em Viena pela proteção da camada de ozônio. Hoje, o protocolo de banimento do gás tem 191 países signatários. E o esforço tem dado certo: na última década, a velocidade da destruição diminuiu – embora os cientistas calculem que ainda serão necessários 50 anos para que a camada se recupere satisfatoriamente.

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Males do Sol sem filtro

O problema do CFC é que, além de ser 15 mil vezes mais nocivo ao ozônio que o dióxido de carbono (CO2), ele permanece muitos anos na atmosfera. Já o problema da destruição da camada é que, com um buraco aberto nela, a humanidade fica exposta aos males do Sol sem filtro: câncer e mais uma variedade de doenças. A agricultura, os recifes de coral, as populações de plâncton… Tudo isso também sofre – e morre – por causa da maior incidência de raios ultravioleta. Ela altera ambientes, provoca distúrbios ecológicos, fustiga a resistência das espécies e ainda favorece o aquecimento global.

Quase 6 por meia dúzia

O compromisso assumido pelos países signatários do tratado de banimento era substituir até o fim de 2010 todo o CFC, que ainda é produzido, por outros compostos. A meta não foi atingida, mas dados do programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente indicam que ela não está muito longe de ser alcançada. Veja o exemplo do Brasil: entre 2000 e 2007, o País reduziu em 96,5% seu consumo do gás.

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O substituto para CFC encontrado até aqui não é lá grande coisa. Batizado hidroclorofluorcarbono (HCFC), ele é bem menos nocivo à camada de ozônio, mas também provoca algum estrago. O mais promissor candidato a ocupar seu lugar num futuro próximo é o hidrofluorcarbono (HFC), que não tem cloro em sua composição e, portanto, não ameaça nosso escudo natural. No Brasil a ideia é banir o HCFC até 2040 (leia mais no quadro à esquerda).

Rumo ao banimento

• O Brasil consome 1,3 mil toneladas de HCFC por ano. Esse volume deve permanecer inalterado até 2013, quando terá início uma redução gradual até o banimento em 2040.

• A produção do gás foi proibida por aqui em 1999, e sua importação, em 2007. Àquela altura, o País já consumia pouco, apenas 318 toneladas de CFC. No início dos anos 90, eram 11 000.

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Para o bem e para o mal

• O DDT demora de 4 a 30 anos para se dissipar depois de contaminar a água ou o solo.

• A substância é classificada como “moderadamente” perigosa pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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• Com sua proibição, milhões de pessoas podem ter morrido de malária, principalmente na África.

Ruim para mosquitos, pior para humanos
O pesticida DDT também foi muito usado sem que os cientistas soubessem do mal que ele faz

Outro inimigo do meio ambiente que foi celebrado pela indústria e pela ciência foi o diclorodifeniltricloroetano, ou DDT. Ao longo de décadas, o pesticida foi maciçamente usado por autoridades de saúde no combate aos mosquitos da dengue e da malária. Como a eficiência era sua maior qualidade, não deu outra: países como Itália e Espanha erradicaram a malária. E o Brasil alcançou a erradicação da dengue, anunciada com pompa em 1950 pelo então presidente, Eurico Gaspar Dutra. O produto conquistou o mercado doméstico, tornando-se tão popular que acabou dando origem ao verbo “dedetizar”.

Em 1962, no entanto, acendeu-se uma luz vermelha. Estudos indicavam que o DDT podia contaminar seriamente o ambiente, pondo em risco a saúde da flora e da fauna desses locais. E pior: seu efeito acumulativo no organismo humano podia levar a doenças graves, entre elas o câncer. Quem deu o alerta foi a bióloga americana Rachel Sprind no livro Primavera Silenciosa (Ed. Gaia). Mas aí já era tarde – um número incalculável de vítimas já estava contaminado ao redor do mundo.

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