Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Surto de salmonela pode ter contribuído para o fim dos astecas

Estudo de DNA liga essa epidemia bacteriana ao colapso da civilização após a chegada dos espanhóis

Por Giselle Hirata
Atualizado em 21 fev 2017, 14h49 - Publicado em 21 fev 2017, 13h24

Quando as forças espanholas chegaram ao México, em 1519, a população nativa girava em torno de 25 milhões de pessoas. Um século depois, esse número foi reduzido para um milhão. Tudo isso devido a doenças pestilentas que chegaram junto com os colonizadores europeus.

Muitos estudos sugeriram que o sarampo, a varíola, o tifo e uma febre hemorrágica seriam os causadores do colapso da civilização asteca, mas nunca apresentaram evidências sólidas que comprovassem tais hipóteses.

Agora, cientistas afirmam ter recuperado amostras de DNA que estariam infectadas por um tipo mortal de salmonella, a Salmonella Paratyphi C. Essa bactéria seria a verdadeira culpada pelo surto cocolizti (febre hemorrágica viral) que dizimou 80% dos habitantes nativos do México entre 1545 e 1550. O resultado da pesquisa foi publicado neste mês pela Nature.

Para ter acesso às amostras, os pesquisadores desenterraram cerca de 30 corpos de nativos em um cemitério de Oaxaca, no sul do México. Após extrair e sequenciar o DNA dos dentes, a equipe comparou os genes com mais de 2.700 genomas bacterianos modernos. E os testes comprovaram que havia indícios de infecção por salmonella.

Esse tipo de bactéria é bem raro hoje, mas ainda pode ser encontrado em países pobres. Pode ser transmitida por meio das fezes e febre entérica (febre alta, dores de cabeça, sangramentos, dores musculares, manchas na pele, entre outros sintomas). Quando não tratada, pode matar de 10 a 15% dos infectados.

Continua após a publicidade

“Nosso estudo propõe que a salmonella contribuiu para o declínio populacional durante o surto de cocoliztli no México”, concluíram os pesquisadores alemães do Instituto Max Planck à Nature.

Para dar suporte às novas evidências, outra pesquisa conduzida na Universidade de Warwick, no Reino Unido, encontrou vestígios da S. Paratyphi C na Europa cerca de 300 anos antes da devastação que ocorreu no México. O genoma bacteriano foi retirado de uma mulher enterrada na Noruega por volta de 1.200.  

Isso significa que a doença já estaria circulando pelo continente europeu muito antes de ser levada para o México e seria um ponto de partida para novos mapeamentos da doença. “Realmente, gostaríamos de estudar as duas cepas juntas para obter mais resultados”, acrescentou o pesquisador Hendrick Poinar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.