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Por que a comida mexicana é tão picante?

Porque a pimenta, bem como o tomate e a batata, é um cultivo nativo da América Latina, desconhecido dos europeus até a colonização.

Por Diego Molina, Bruno Vaiano
Atualizado em 22 fev 2024, 10h07 - Publicado em 19 fev 2018, 13h21

Gente, que fome. Uma foto dessas na hora do almoço é maldade.

Voltando ao assunto: o tempero caliente é herança de etnias locais – as pimentas são um cultivo nativo das Américas, que só se espalhou pelo mundo após as Grandes Navegações. A mesma coisa vale para o milho, o tomate, a batata, o mirtilo, a pitanga, o maracujá, o abacate…

Isso dá uma boa dimensão do grau de influência dos indígenas americanos no nosso cotidiano: originalmente, batata não era coisa de alemão, e tomate não era coisa de italiano. Quando os colonizadores espanhóis chegaram aqui, eles sequer conheciam a sensação característica de um alimento picante.

Os primeiros habitantes da América Central já cultivavam plantas da espécie Capsicum annuum por volta de 7000 a.C. Essa espécie, com o passar dos séculos, deu origem a muitas variedades célebres, como o jalapeño e a pimenta-caiena.

Os maias (séculos 4 a.C. até 9 d.C.) plantavam mais de 30 variedades de pimenta, e os astecas (séculos 7 a 16 d.C.) possuíam uma cozinha sofisticada, com molhos e receitas picantes.

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A gastronomia mexicana tradicional evoluiu com o uso das pimentas secas como temperos e também das “salsas”, que são molhos picantes. As salsas podem ser verdes, com tomate verde e jalapeño, ou “rojas” (vermelhas), com tomate vermelho, pimenta habañero e pimentão.

No México, uma piada corrente é que comer pimenta equilibra a temperatura do corpo, para evitar a sensação de calor intenso do país.

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