Patins de gelo de 3,5 mil anos feitos de ossos são encontrados na China
Semelhantes a versões europeias, esses patins milenares apoiam a hipótese de uma conexão entre Ásia e Europa em épocas passadas.
Arqueólogos descobriram antigos patins de gelo feitos com restos de animais em Xinjiang, região no noroeste da China. Criados a partir de ossos de boi e de cavalo, os primeiros patins descobertos no país provavelmente têm 3,5 mil anos de idade.
Encontrados dentro de uma tumba atribuída à alta sociedade no vale do rio Ili, os patins chamam a atenção por serem muito semelhantes a exemplares encontrados na Europa antiga. Segundo os pesquisadores, esse achado evidencia uma comunicação entre a China e a Europa durante a Idade do Bronze.
Xinjiang é uma região montanhosa, considerada o ponto de partida da prática de esqui. Pinturas rupestres datadas de cerca de 10 mil anos encontradas na cordilheira de Altai, ao norte de Xinjiang, parecem mostrar caçadores utilizando esquis. Agora, arqueólogos têm evidências de que uma forma de patinação, outro esporte de inverno, também era praticada por lá.
Com uma tradição de milhares de anos, o povo de Altai fabrica artesanalmente esquis de madeira, usados no transporte e na caça. Ao contrário das versões modernizadas com plástico e metal, os esquis tradicionais são mais largos e cobertos na parte inferior com couro de cavalo, frouxamente amarrados com barbante de couro. Os esquiadores da região também têm o auxílio de um bastão para se equilibrar – no caso, de madeira.
Junto dos patins, foram descobertos vestígios de 40 peças de vagões de madeira, incluindo rodas e carruagens de madeira maciça, espalhadas pelo local do túmulo.
“A julgar pelas peças espalhadas, acreditamos que essas partes de foram abandonadas por seus proprietários, retiradas de propósito e enterradas durante o estabelecimento da tumba”, afirma Ruan Qiurong, chefe da equipe de escavação no local.
Especialistas teorizam que a tumba, descoberta nas Ruínas de Gaotai, um complexo de tumbas de pedra de 120 metros quadrados, pertencia a uma nobre família de pastores dos séculos 15 e 16 a.C..
Além dos patins de gelo e peças de vagão, os arqueólogos descobriram mais de 500 relíquias no local, incluindo peças de cerâmica, ferramentas de pedra, ossos de animais e utensílios de bronze. À medida que as escavações continuam, os pesquisadores esperam aprender mais sobre a cultura funerária e a estrutura social nas montanhas de Altai durante a Idade do Bronze.