Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

O que foi a Guerra de Canudos?

Conflito no sertão baiano ocorreu em 1896 e 1897 e terminou com a destruição do povoado comandado pelo líder religioso Antônio Conselheiro.

Por Roberto Navarro
Atualizado em 14 jun 2023, 16h34 - Publicado em 18 abr 2011, 18h48

Foi um conflito no sertão baiano ocorrido entre 1896 e 1897, que terminou com a destruição do povoado de Canudos – daí o nome. Houve várias batalhas entre tropas do governo federal e um grupo de sertanejos liderados por um líder religioso, Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro (1828-1897).

Na época, a população miserável da região agregou-se em torno do beato Conselheiro, que havia passado anos pelo sertão pregando uma mistura de doutrina cristã e crenças populares. Em 1893, os sertanejos fundam o arraial de Canudos, um povoado muito pobre que chegou a ter 5 mil casas e de 20 mil a 25 mil habitantes.

“Canudos era regido pelo trabalho coletivo e pelos ensinamentos religiosos de Conselheiro. Além desse caráter messiânico, o movimento criticava a República e contestava as inovações surgidas com ela, como o casamento civil”, diz o historiador José Carlos Barreiro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis (SP).

As relações do povoado com o governo começaram a se complicar ainda em 1893, quando os moradores se rebelaram contra a cobrança de impostos e queimaram documentos. Aos olhos dos governantes, Canudos começou a ser visto não só como um arraial de fanáticos religiosos, mas também como um ninho de rebeldes perigosos e monarquistas, que precisavam ser eliminados.

Para acabar com os revoltosos, o governo lançou quatro expedições militares. Nas três primeiras, o Exército tomou um pau dos sertanejos. Na terceira delas, o massacre foi tão grande que até o comandante das tropas federais foi morto em combate.

Na quarta e última campanha, cujos momentos decisivos nós apresentamos abaixo, o Exército conseguiu finalmente riscar Canudos do mapa. Pelo menos 30 mil pessoas morreram na batalha final.

Continua após a publicidade

E o sertão virou mar… de sangue

Na tomada de Canudos, o Exército matou pelo menos 25 mil rebeldes

1 – A Guerra de Canudos aconteceu entre 1896 e 1897 e incluiu quatro expedições do Exército para destruir o povoado. Nas três primeiras, os sertanejos levaram a melhor. Na última, iniciada em 31 de julho de 1897, cerca de 6.200 militares saem de Queimadas e iniciam uma marcha de quase cem quilômetros em direção ao acampamento principal de Canudos.

2 – A ofensiva contra Canudos começa com um bombardeio. A principal arma é o canhão inglês Withworth, usado para atacar as torres das duas igrejas do povoado, de onde atiradores alvejam as tropas oficiais. Em 24 de agosto, a torre de uma delas é derrubada, mas o canhão quebra logo em seguida.

3 – Mesmo com o chabu do canhão, o Exército intensifica o cerco e isola Canudos: ninguém entra e ninguém sai do povoado. Encurralados, os sertanejos não têm como repor nem socorrer seus homens. No dia 6 de setembro, a artilharia derruba as torres da segunda igreja, minando a resistência dos revoltosos.

Continua após a publicidade

4 – Durante o bombardeio, a situação do povoado se agrava: faltam remédios, água, alimentos e munição. Os mortos apodrecem, facilitando a disseminação de doenças. Com sermões inflamados, o líder Antônio Conselheiro tenta reanimar seus seguidores, mas sua saúde piora por causa de uma diarreia.

5 – Vencido provavelmente por causa da disenteria aguda, Antônio Conselheiro morre em 22 de setembro. Seu cadáver é mantido insepulto por vários dias, já que seus seguidores esperavam que ele pudesse ressuscitar. Quando o corpo do beato começa a feder, os sertanejos o enterram. Enquanto isso, o cerco do Exército prossegue cada vez mais rigoroso.

6 – No dia 1º de outubro, as tropas do governo iniciam o ataque final, avançando até tomar a vila. No dia seguinte, 300 mulheres e crianças se rendem, enquanto os homens resistem com as poucas armas que têm, incluindo foices, pedras e pedaços de pau. Mais bem equipados, os militares vencem a batalha e matam os últimos rebeldes em 5 de outubro.

7 – Depois da invasão, as ruínas da vila são destruídas e dinamitadas pelos militares. No final, de 25 mil a 35 mil rebeldes morreram nos combates. Entre os soldados, o total de baixas chegou a 5 mil. O corpo de Conselheiro foi desenterrado e sua cabeça foi levada como um troféu do Exército para Salvador, simbolizando o fim de Canudos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.