Índios não são fósseis vivos, já foram sedentários e viviam da agricultura
Tese da antropóloga americana Anna Roosevelt mostra que os índios brasileiros passaram a viver da pesca e da caça depois da chegada dos europeus.
Apesar de viverem de caça e coleta, os povos da floresta não são relíquias da Idade da Pedra. A tese é da antropóloga americana Anna Roosevelt, do Museu Field de História Natural, de Chicago. Ela garante que os Índios sul-americanos já foram sedentários e tinham como principal atividade a agricultura. “Embora muitos os considerem como fósseis vivos da organização social humana”, diz Anna, “a opção pela vida nômade de caçadores-coletores é recente”. Mais especificamente, surgiu após a chegada dos europeus à América. Citando como exemplo os guajás do Maranhão e os bororos do Mato Grosso, a antropóloga assegura que, antes dos portugueses, eles eram fazendeiros. Prova disso é a presença de palavras típicas de povos agrícolas em suas línguas, como milho, mandioca e batata-doce. A causa da regressão não é certa, mas é provável que as doenças trazidas pelos brancos tenham reduzido tanto a população indígena que impossibilitou a continuidade da vida de plantadores de seus antepassados.