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Glifos maias encontrados no México revelam segredos de uma cidade perdida; veja vídeo

Registros de mais de mil anos ajudam a decifrar a dinastia da cidade de Cobá, um próspero centro comercial que chegou a ter 50 mil habitantes.

Por Bela Lobato
15 ago 2024, 19h00

Nas profundezas da selva mexicana, na ponta da Península de Yucatán, arqueólogos descobriram um tesouro escondido no que antes era o piso de uma piscina sagrada. Perto da imponente pirâmide Nohoch Mul, na antiga e abandonada cidade maia de Cobá, foi encontrada uma grande placa de pedra esculpida há pelo menos mil anos.

Segundo pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH), essa placa com um texto hieroglífico maia ajuda a decifrar a história de Cobá, que existiu por mais de 1.300 anos. Ativa entre 100 a.C.e 1200 d.C, a cidade chegou a ter 50 mil habitantes.

A peça encontrada tem o formato de L, cerca de 11 metros quadrados e exatamente 123 glifos – o alfabeto dessa civilização, registros esculpidos diretamente na rocha. Ao que parece, as inscrições se referem à data de fundação do vilarejo chamado Keh Witz Nal (em tradução literal, “Montanha do Veado”) em 12 de maio de 569 d.C. Além disso, a placa traz o nome de uma autoridade que preenche uma lacuna na linhagem da dinastia de Cobá.

Agora, sabe-se que o soberano naquele momento era um homem chamado K’awiil Ch’ak Chéen, até então desconhecido. Segundo os pesquisadores, muitos dos governantes dessa cidade-estado adotaram o nome do deus K’awil, o que lhes traria um atributo de divindade. Até o momento, são conhecidos 14 membros dessa dinastia, dos quais três eram mulheres – uma delas, Kʼawiil Ajaw, chegou a governar por mais de 40 anos. 

Em nota do INAH, o diretor geral da instituição, Diego Prieto Hernández, afirma que os registros do painel trazem os fatos históricos combinados com a mitologia maia. “[O painel] faz alusão a um grupo de deuses tutelares que fundaram Cobá, como Bolón Tz’akab Ajaw, o “Senhor das inumeráveis gerações”, encarregado das fundações das dinastias do milho e do cacau”, explica Hernández.

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O sítio arqueológico em que a peça foi encontrada é um dos poucos que ainda mantém seu nome maia: Ko’ba a, que significa “águas agitadas”. O local está repleto de gravuras e esculturas que revelam muito sobre a vida espiritual e artística dos maias que viveram lá.

As escavações conduzidas pelo INAH tentam decifrar mais sobre o próspero centro comercial que existiu ali há centenas de anos. Um estudo mais aprofundado da inscrição será feito, mas, por enquanto, a equipe arqueológica está concentrada em restaurar e preservar a pedra contra danos causados pela água e pela erosão.

Além disso, a placa foi escaneada em 3D, em alta resolução, o que permitirá um estudo mais aprofundado sem riscos de danificar o material histórico.

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Veja abaixo o vídeo produzido pela equipe do INAH sobre o local da descoberta.

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