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Explorador que encontrou o Titanic está em busca do avião perdido de Amelia Earhart

A aviadora americana desapareceu há mais de 80 anos, e pode ter morrido como náufraga em uma ilha.

Por Ingrid Luisa
29 jul 2019, 19h44

Robert Ballard e sua equipe de oceanógrafos descobriram os destroços do Titanic em 1985, mais de 70 anos após o naufrágio do transatlântico. Além de localizarem os restos a uma profundidade de 3. 800 metros, os pesquisadores também documentaram todo o achado, com fotografias e filmagens. Graças à análise dos destroços, informações cruciais sobre o acidente foram descobertas, como o fato de que o navio partiu completamente ao meio quando sua proa inclinou.

Mas a descoberta do Titanic é só a ponta do iceberg (rs) dos achados de Ballard: o explorador já fez mais de 150 expedições submarinas, sendo o responsável pela localização do porta-aviões USS Yorktown, perdido na Batalha de Midway, um combate aeronaval entre Estados Unidos e Japão em 1942; e do encouraçado alemão Bismarck, afundado pelas forças britânicas em 1941; além de vários outros achados.

Agora, Ballard tem um novo desafio: encontrar o avião perdido de Amelia Earhart, aviadora americana que foi a primeira mulher a voar sozinha sobre o Atlântico.

Amelia e seu navegador, Fred Noonan, desapareceram em 2 de julho de 1937 à bordo de um Lockheed Electra. Eles estavam na segunda parte da viagem que tornaria Amélia a primeira mulher a dar a volta ao mundo pilotando um avião.

Antes do acidente, ela havia decolado de Lae, na Nova Guiné, e sua próxima parada seria a pequena Ilha Howland, no Pacífico Central, pouco acima da linha do Equador. Mas, pelo que se sabe, ela nunca encontrou a ilha e o avião desapareceu.

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Há diversas teorias sobre o que teria acontecido com a aviadora. A Marinha dos EUA vasculhou o Pacífico por duas semanas procurando ela e Noonan, ou destroços do avião, mas não encontrou nada. Por fim, o governo americano declarou que o Electra caiu e afundou no Pacífico, matando Amelia e seu navegador. Algumas teorias da conspiração acreditam que a dupla foi capturada e possivelmente executada pelos japoneses.

Entre todas as hipóteses, no entanto, a mais aceita é a levantada pelo Grupo Internacional de Recuperação da História Aeronáutica (TIGHAR) dos EUA. Os pesquisadores afirmam que Amelia morreu como uma náufraga na desabitada ilha de Nikumaroro, a 643 quilômetros ao sul da Ilha Howland. De acordo com a teoria, o avião ficou sem combustível e a aviadora precisou fazer um pouso forçado lá. Eles também afirmam que Amelia teria feito chamadas de rádio para pedir socorro da ilha, mas não teve resposta.

As evidências que sustentam essa hipótese, segundo o TIGHAR, são uma fotografia da ilha, feita em outubro de 1937, mostrando um contorno desfocado que seria parte do trem de pouso do Electra, além de registros de mensagens de rádio vindas do Pacífico nos dias seguintes ao desaparecimento da dupla. Hoje, os pesquisadores acreditam que o avião está no fundo do oceano.

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Com o objetivo de colocar um ponto final no mistério todo, Robert Ballard e sua equipe estão de malas prontas para Nikumaroro, para onde irão no próximo 7 de agosto. A equipe irá a bordo do E/V Nautilus, um moderno navio de pesquisa e extensa perícia subaquática. Na ilha, eles se dividirão em duas equipes: uma, usando cães farejadores de ossos, buscará resquícios de Amelia e Noonan em terra; e a outra, gerenciada pela co-líder Allison Fundis, irá procurar sinais do avião no fundo do mar.

A busca aquática usará sonares para mapear o fundo do mar, além de embarcações robóticas equipadas com câmeras. “O sonar não pode dizer a diferença entre uma rocha do tamanho de um motor e um motor”, disse Ballard ao The Washington Post, “mas nossos olhos podem”.

Aos 77 anos, essa pode ser a última expedição de Ballard. E, apesar de esperançoso, ele demonstra cautela em relação a expedição: “Talvez algumas coisas não devam ser encontradas. Veremos se Amelia é uma delas”.

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