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Egito descobre 27 sarcófagos de mais de 2.500 anos

Os sarcófagos ainda estão lacrados e foram encontrados na necrópole de Saqqara, que também tem a pirâmide mais antiga do mundo.

Por Bruno Carbinatto
23 set 2020, 17h23

O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito anunciou nesta semana o descobrimento de 14 novos sarcófagos fechados com cerca de 2.500 anos, no sítio arqueológico de Saqqara, que fica trinta quilômetros ao sul de Cairo. Na semana passada, outras escavações já haviam encontrado outros 13 sarcófagos em um outro poço funerário da região, somando assim 27 valiosas descobertas.

Os sarcófagos são feitos de madeira e foram cuidadosamente decorados com pinturas, desenhos e hieróglifos, e alguns ainda preservam as cores originais. Uma análise inicial já revelou que eles estão completamente lacrados, indicando que não foram abertos desde que enterrados. Ao lado dos sarcófagos, outros artefatos coloridos feitos à mão também foram encontrados, incluindo pequenas estátuas.

Segundo os arqueólogos responsáveis pelas escavações, essa é uma das maiores descobertas já feitas em termos numéricos. Os sarcófagos foram encontrados em duas câmaras de sepultamento separadas na necrópole de Saqqara, que funcionava como um grande local sagrado de sepultamentos para a cidade de Mênfis. Em comunicado, o Ministério de Antiguidades afirmou que há provavelmente outros sarcófagos na região que ainda não foram descobertos.

Ainda não se sabe a identidade dos corpos nem o contexto dos enterros, mas a equipe anunciará em breve “novos detalhes” sobre os estudos iniciais do sarcófago em uma conferência de imprensa. Não foi divulgado, no entanto, se os cientistas já têm a intenção de abrí-los para estudar seu interior.

A necrópole de Saqqara, onde foram encontrados os sarcófagos, também possui a primeira pirâmide a ser construída no Egito: a Pirâmide de Djoser, erguida para abrigar o corpo do Faraó Djoser 2.500 anos antes de Cristo. Por milhares de anos, a região foi utilizada para enterrar os mortos notórios do Egito Antigo, incluindo reis, rainhas e outros líderes. Hoje, Saqqara é considerada um Patrimônio Mundial pela Unesco.

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Não à toa, a região atraí muitos turistas, assim como outras atrações históricas do país. O turismo, aliás, é essencial: cerca de 12% de todo o PIB egípcio vem dessa indústria. Em 2019, mais de 13,5 milhões de estrangeiros visitaram o país, e esse número era projetado para atingir os 15 milhões em 2020. Com a pandemia de coronavírus, porém, o setor sofreu uma dura crise, causando prejuízos econômicos de até US$ 1 bilhão por mês durante o período de lockdown.

Na tentativa de reavivar as viagens, o governo do Egito vem anunciando descobertas arqueológicas com frequência em seus sítios arqueológicos, visando reestabelecer os níveis pré-pandemia. A Pirâmide de Djoser, inclusive, foi reaberta em março desse ano após uma restauração que durou 14 anos e custou mais de seis milhões de dólares. Especialistas acreditam, no entanto ,que dificilmente o resto do ano será melhor, já que é inverno no Hemisfério Norte e o número de turistas naturalmente cai nessa época.

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