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Cético até a alma

Autores como Fritjof Capra anunciaram uma crise na ciência e defenderam uma abordagem holística do mundo ¿ propondo a absorção do pensamento oriental.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h33 - Publicado em 31 mar 2002, 22h00

Rodrigo Cavalcante

O psicólogo americano Michael Shermer é cético profissional. Presidente da Skeptics Society, uma espécie de ONG que combate superstições, crendices e tudo o que não pode ser comprovado cientificamente, ele diz que a ciência não é mais popular por um problema de comunicação: os cientistas não sabem se explicar.

Por que a ciência tradicional é tão impopular quando comparada com explicações alternativas do mundo?

Primeiro porque as pessoas não entendem a ciência. Elas não acompanham as pesquisas e ficam sem respostas para mistérios que seriam explicados se tivessem paciência para estudar. Outro motivo é que a ciência não pode explicar muitas coisas. Em vez de reconhecer as limitações, é mais fácil aceitar uma resposta simples, sem base científica. Além disso, os cientistas são péssimos divulgadores da ciência.

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Autores como Fritjof Capra anunciaram uma crise na ciência e defenderam uma abordagem holística do mundo – propondo a absorção do pensamento oriental. O que você acha disso?

Estamos vivendo numa era de avanços sem paralelo. Não dá para dizer que a ciência esteja em crise só porque ela não pode responder a tudo – se respondesse, não seria ciência. Quanto à visão holística, não há problemas em unir conhecimentos para compreender fenômenos. Mas isso tem que ser feito com critérios científicos e não misturando ciência com religião. Filosofia oriental e ciência ocidental são coisas bem diferentes.

Então, há um conflito irremediável entre ciência e religião?

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Não, desde que você não use a religião para explicar a natureza. O problema é ler a Bíblia literalmente, como prova de que o mundo foi criado em seis dias há 6 000 anos… Ciência e religião são empreendimentos diferentes. Os seres humanos têm uma inclinação para buscar uma resposta para a existência. A religião preenche essa necessidade.

Os chamados pós-modernistas acreditam que a ciência é uma forma de conhecimento tão válida quanto a religião ou outras visões. Eles têm razão?

Essa tendência é perigosa. Se começarmos a dizer que todas as explicações são válidas não haverá motivos para fazer ciência. Há pessoas que defendem que o Holocausto não aconteceu. Essa versão deve ser tão respeitada quanto a dos historiadores que trouxeram evidências dos fatos? Claro que não. Isso não significa que as teorias científicas não possam ser questionadas. Podem, e devem – sempre com base em evidências.

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