Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Casa onde Hitler nasceu na Áustria será transformada em delegacia

Após uma longa batalha na justiça com a antiga proprietária do imóvel, governo austríaco tomou a decisão para desencorajar a peregrinação neonazista.

Por A. J. Oliveira
22 nov 2019, 16h59

Adolf Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 numa casa de esquina cor amarelo-manteiga na cidadezinha de Braunau, às margens do Rio Inn, no norte da Áustria. Do outro lado do rio, já começa a Alemanha. Cerca de 16 mil pessoas vivem ali. Se não fossem os rebanhos de neonazistas que, de vez em quando (sobretudo no aniversário de Hitler), se deslocam para lá, a vida no vilarejo seria pacata. Mas o governo tem um plano para resolver a situação.

Autoridades austríacas do ministério do interior anunciaram que uma pendenga de longa data acaba de ser resolvida na justiça — e agora a casa poderá deixar de ser apenas um imã de malucos para servir a fins públicos mais nobres. Mais especificamente, o ministro Wolfgang Peschorn declarou que o imóvel vai ser transformado em uma delegacia.

“O uso futuro da casa pela polícia deve servir como um sinal claro que esse prédio jamais será um lugar para se comemorar o Nazismo”, reiterou em comunicado. Mesmo antes do governo se apropriar do local, em 2016, uma enorme placa de pedra instalada na calçada em frente já transmitia mensagem parecida: “Pela paz, liberdade e democracia. Fascismo nunca mais. Milhões de mortos alertam”. Mas ela não afastou os adoradores de Hitler.

Não é de hoje que a emblemática construção de três andares tem sido uma dor de cabeça para a Áustria. Notando que um número crescente de extremistas estava peregrinando para expressar sua devoção ao líder do nazismo desde o fim da Segunda Guerra, o governo do país resolveu alugar o prédio inteiro em 1972 para ter controle sobre seu uso. Pagava 4,8 mil euros por mês à proprietária, Gerlinde Pommer, e sublocava o espaço a terceiros.

Assim podia garantir que apenas organizações de cunho social, educativo ou administrativo desenvolvessem atividades no edifício “maldito”. De lá para cá, o local já foi museu, escola e, mais recentemente, por mais de três décadas, um centro de apoio para pessoas com deficiência. Só tinha um problema: a senhora Pommer sempre foi categórica em não querer investir para melhorar seu imóvel. E, desde 1984, se recusava a vendê-lo para o governo.

Cansado de pagar caro pelo aluguel de uma casa velha caindo aos pedaços, o centro se mandou de lá em 2011, e desde então o lugar permaneceu sem uso. Para acabar com a novela, o Estado entrou na justiça para confiscar a casa de Pommer – e deu certo. Detém o controle da propriedade desde 2017. Mas o imbróglio só terminou em fevereiro deste ano, quando um tribunal ordenou que o governo pagasse compensação de 1,5 milhão de euros.

A quantia definitiva ficou em 810 mil euros. Ainda neste ano, a Áustria vai abrir um concurso para que arquitetos de toda a União Europeia proponham conceitos inovadores para o projeto da delegacia, com anúncio do vencedor previsto para a primeira metade de 2020. Autoridades cogitaram demolir a casa, mas foram dissuadidas por historiadores e políticos. Afinal, destruir ou apagar a história, por pior que ela seja, nunca é a melhor solução.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.