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Arqueólogos encontram múmia com “língua” de ouro no Egito

Artefato teria sido colocado no cadáver para que ele pudesse se comunicar com o deus Osíris durante seu julgamento no submundo.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 3 fev 2021, 16h46 - Publicado em 3 fev 2021, 16h46

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Santo Domingo, na República Dominicana, em parceria com arqueólogos egípcios, estava escavando o templo de Taposiris Magna, ao oeste de Alexandria, no Egito, quando encontrou uma múmia com um detalhe peculiar. No local em que deveria estar sua língua, havia um artefato feito de folhas de ouro no formato do órgão. 

A múmia estava em um dos 16 túmulos esculpidos em rocha explorados pelos pesquisadores. De acordo com um comunicado do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, a língua de ouro serve como amuleto e deve ter sido colocada na boca do falecido para que ele pudesse, de acordo com as crenças egípcias, falar após a morte. Isso seria imprescindível caso precisasse passar pelo tribunal de Osíris, o deus do julgamento.

Ainda não é possível dizer se a pessoa que recebeu o amuleto teve algum problema de fala durante a vida. Além disso, os cientistas não sabem explicar porque os antigos egípcios escolheram o ouro para criar a peça. Outros artefatos feitos com esse material também foram encontrados no sítio arqueológico e estão sendo analisados. 

A cidade de Taposiris Magna foi fundada por volta de 280 a.C. pelo faraó Ptolomeu II. A tradição egípcia afirma que o corpo do deus Osíris, ou pelo menos uma parte dele, foi enterrado lá, e por isso os templos dispostos pelo local seriam dedicados a ele e a deusa Ísis, sua irmã e esposa. 

Outra descoberta notável dos arqueólogos foram duas múmias que levavam consigo restos de pergaminhos, os quais estão sendo estudados e decifrados por pesquisadores. Uma delas estava envolvida em uma camada de gesso com detalhes dourados, representando o deus Osíris. Já a outra usava uma coroa com chifres e levava o desenho de uma cobra na testa. Ela também possuía a representação de um colar de falcão no peito, símbolo do deus Hórus, filho de Ísis e Osíris. 

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Uma terceira múmia encontrada no local estava com uma máscara mortuária de corpo todo, que retratava uma mulher sorrindo com um acessório de cabeça egípcio. Havia também estátuas bem preservadas retratando as pessoas que foram enterradas no local. A conservação das peças permitiu aos cientistas distinguir características faciais e até os penteados dos mortos.

Esculturas encontradas em Alexandria.
As estátuas bem conservadas representam os indivíduos enterrados em Taposiris Magna. (Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito/Divulgação)

Os pesquisadores não sabem dizer com certeza a data em que os indivíduos morreram, mas evidências sugerem que eles viveram sob a dinastia ptolemaica (304 a.C. a 30 a.C.) ou durante os primeiros dias do domínio romano, que teve início após a morte de Cleópatra em 30 a.C. De toda forma, os arqueólogos já haviam encontrado anteriormente em Taposiris Magna moedas com o rosto de Cleópatra em relevo, o que sugere que os templos foram usados durante seu reinado (51 a.C. a 30 a.C.).

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