Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Alexandre, o Grande, pode ter sido entumbado vivo

Para médica neozelandesa, lendário conquistador da Antiguidade foi vítima de uma doença autoimune que paralisa os músculos - e teve a morte declarada enquanto ainda estava consciente

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 12 mar 2024, 11h25 - Publicado em 30 jan 2019, 12h48

Por mais de dois milênios, a morte de Alexandre, o Grande esteve envolta em mistério. É difícil digerir o fato de que o grande general jamais derrotado em batalha, que forjou um dos maiores impérios da história, possa ter morrido tão repentinamente e tão jovem, aos 32 anos. Teria sido envenenado? Bebido demais? Ou padecera após contrair alguma patologia fulminante, como malária ou febre tifoide? Uma nova teoria propõe uma explicação diferente — e assustadora. Em 323 antes de Cristo, na Babilônia, Alexandre teria sido declarado morto, mas só estava paralisado e, possivelmente, em coma.

Ser enterrado vivo é um dos maiores pesadelos de qualquer pessoa. De acordo com a médica Katherine Hall, da Universidade de Otago (Nova Zelândia), essa teria sido a terrível sina do lendário conquistador da Antiguidade. “A morte dele pode ser o caso mais famoso de falso óbito já registrado”, disse em nota a pesquisadora. Hall publicou seu estudo no volume mais recente da revista especializada Ancient History Bulletin. Ela acredita que Alexandre sofria de síndrome de Guillain-Barré (SGB).

Trata-se de uma doença autoimune na qual a musculatura é rapidamente enfraquecida devido a um ataque do sistema imunológico do paciente contra seu sistema nervoso. Talvez as próprias células do homem cujo império se estendeu por três continentes, do Egito à Índia, passando pela Pérsia, fossem belicosas – e tenham travado uma guerra mortal entre si, culminando no definhamento do corpo do guerreiro. Não há provas disso; mas o diagnóstico de SGB se encaixa nos sintomas.

Diz-se nos textos clássicos que Alexandre teria sido tomado por uma febre arrebatadora acompanhada de dores abdominais, que evoluiu depressa para um quadro mais grave, impedindo-o de andar, de se mover e de falar. Mas, de acordo com os relatos antigos, sua mente se manteve lúcida até o momento da morte. Segundo Hall, este detalhe que até então havia passado despercebido seria a chave para desvendar a real condição que teria acometido o discípulo de Aristóteles, nascido na Macedônia em 356 a.C.

“Trabalhei por cinco anos com medicina intensiva e vi provavelmente uns dez casos [de SGB]”, disse a médica em entrevista à emissora Fox News. “A combinação de paralisia ascendente com habilidade mental normal é muito rara, e eu só a vi na SGB”, afirma. A forma como Hall descreve os possíveis desdobramentos nos últimos dias de Alexandre é perturbadora.

“Sua visão teria ficado turva e, caso a pressão sanguínea estivesse muito baixa, ele teria entrado em coma. Mas há uma chance de que ele estivesse consciente do que se passava ao redor e pudesse ao menos ouvir. Então ele teria escutado seus generais discutindo sobre a sucessão, a chegada dos embalsamadores egípcios, seus planos de iniciar os trabalhos.” Isso explica o motivo do corpo não ter apodrecido por seis dias após a “morte”. Para os antigos gregos, seria uma prova da divindade de seu herói. Para a medicina moderna, um indício de que ele ainda estava vivo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.