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7 museus brasileiros para conhecer – enquanto eles ainda existem

Com a tragédia no Museu Nacional, fica o lembrete: os brasileiros precisam visitar seus museus. Aqui estão alguns deles.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 2 set 2021, 09h09 - Publicado em 3 set 2018, 20h11

Talvez a sua curiosidade por museus de história natural só tenha sido aguçada depois de ver o famoso “Uma Noite no Museu” (Night at the Museum, 2006). O filme em que Ben Stiler interpreta um vigia noturno do maior museu de história natural do mundo, lançado em dezembro de 2006, deu um gás inimaginável ao local: cerca de 250 mil pessoas visitaram o gigante entre 22 de dezembro do mesmo ano e 7 de janeiro de 2007 – quase 50 mil visitantes a mais do que no mesmo período do ano anterior. No verão, a visitação aumentou numa taxa de 20%.

Moral da história? Até um dos mais conhecidos museus gringos do mundo foi ajudado por uma grande divulgação. E esse é o maior problema dos museus brasileiros: ninguém sabe que eles existem. Assim como o de Nova York, o Museu Nacional era um grande museu de história natural. Mas só uma porcentagem muito pequena da população sabia que poderia ver dinossauros brasileiros lá.

Agora, nos resta aproveitar os tantos outros museus que esse país ainda abriga. Do Oiapoque ao Chuí, há riquezas e resquícios de valor inimaginável. Aqui listamos 7. Corra para conhecer – enquanto ainda existem.

Parque Nacional Serra da Capivara

Parque-Nacional-Serra-da-CapivaraImagem sem texto alternativo

A lista começa com um gigantesco museu a céu aberto. E ele não guarda resquícios do século passado, mas sim do início da história humana nas Américas. O Parque Nacional Serra da Capivara é uma área que engloba 700 sítios arqueológicos –  a maior concentração do continente americano. E contém a maior quantidade de pinturas rupestres do mundo. Ele fica no Piauí, a cerca de 530 quilômetros da capital Teresina, e ocupa áreas de 4 municípios do estado. Apesar disso, é uma das riquezas mais esquecidas do Brasil.

A SUPER já fez uma reportagem falando sobre o problema, lá em 2016, quando o parque foi homenageado no encerramento das Olimpíadas do Rio. De lá para cá, pouco mudou. Se a manutenção das cavernas onde estão as pinturas rupestres continuar sem verba, as diversas infiltrações nas paredes podem apagar as pinturas feitas há milhares de anos. Sem falar nos cortes de funcionários e nas constantes invasões e saques nas extremidades do Parque – que conta com uma área total de 1000 km2, mais ou menos a área da cidade do Rio de Janeiro.

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Instituto Ricardo Brennand

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Imagem sem texto alternativo (Janine Moraes / MinC/Divulgação)

Este aqui é o melhor museu brasileiro, de acordo com listas gringas. No Recife, há um gigante complexo arquitetônico em estilo medieval, mais especificamente no estilo Tudor, que conta com ponte levadiça, brasões em relevo e até um altar em estilo gótico. Ele foi criado pelo empresário pernambucano Ricardo Brennand para guardar suas próprias coleções – o Brasil não viveu a Idade Média, mas não há porque não recriá-la por aqui.

No Instituto, você pode encontrar objetos de valor histórico e artístico de diversos lugares, incluindo peças da Baixa Idade Média. Apesar do cenário digno de Game of Thrones, um dos destaques do acervo é a documentação relacionada ao Brasil Colônia e à ocupação de Pernambuco pelos Holandeses.

O museu também inclui réplicas de esculturas importantes (O Pensador, de Rodin, e David, de Michelangelo), e a maior coleção do mundo de pinturas de Frans Post, pintor que veio ao Brasil na época de Maurício de Nassau. Caso você ainda não esteja satisfeito, também há um dos maiores conjuntos de armas brancas (isto é, com lâminas) do mundo, com peças produzidas entre os séculos XIV e XXI. A maior parte veio da Europa e da Ásia.

Museu Paraense Emílio Goeldi

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Imagem sem texto alternativo (Roldão Lima Junior/Wikimedia Commons)

O MPEG, também chamado de “O Museu da Amazônia”, é o maior acervo da diversidade biológica e sociocultural da Floresta Amazônica. A ideia de criar o espaço surgiu no auge das missões naturalistas da floresta, no século 19, e é um dos mais antigos museus do país – fundado em 1866. Hoje, leva o nome de um zoólogo suíço, que veio ao Brasil para trabalhar no Museu Nacional (RIP), mas acabou salvando o instituto paraense: Emílio Goeldi, que administrou a área entre 1894 e 1907.

Localizado em Belém, o museu tem a missão de catalogar e analisar todo o conhecimento proveniente da fauna e flora da região, tornando-o público e contribuindo para a formação da memória cultural e para o desenvolvimento regional. Atualmente, é um dos maiores museus brasileiros, com cerca de 4,5 milhões de objetos tombados, reunidos em 17 grandes coleções. Ele se destaca também na pesquisa científica, na pós-graduação e conservação de acervos.

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Assim como outros, o MPEG quase encerrou suas atividades por falta de verba em 2017. Mas graças a uma vaquinha feita pelos paraenses (que injetou mais de R$ 8 milhões no orçamento do museu), ele encerrou suas contas no azul e não corre mais o risco de fechar as portas.

Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas

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Imagem sem texto alternativo (Museu de Ciência Técnica/Reprodução)

Não, Ouro Preto não tem só igrejas. O complexo museológico do Museu de Ciência e Técnica da Universidade Federal de Ouro Preto abriga uma das exposições mais diversas do país. Ele reúne salas dedicadas a diversas áreas da ciência – história natural, eletrotécnica, metalurgia, desenho, mineralogia, siderurgia, topografia e astronomia –, além de um observatório astronômico. Seu acervo de meteoritos é um dos maiores do país.

O museu foi criado em 1877, apenas como Museu de Mineralogia, pelo francês Claude Henri Gorceix. Em 1995, foi ampliado e passou a se chamar Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas. Quando for a Ouro Preto, não foque só na arte sacra.

Museu Imperial

Museu Imperial
Imagem sem texto alternativo (Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons)

O acervo da Família Real que estava no Museu Nacional infelizmente foi perdido. Sorte que o Museu Imperial, localizado em Petrópolis, reúne cerca de 200 mil documentos originais do século 19, além de registros históricos que vão desde o século 13 até o início do 20. Mobiliário, obras de arte e objetos pessoais de integrantes da família Orleans e Bragança estão lá.

O museu fica no prédio originalmente construído como Palácio Imperial de Petrópolis. D. Pedro I ordenou a construção da moradia devido ao seu grande interesse pela paisagem e pelo clima ameno da região serrana do estado do Rio de Janeiro. Dentre os objetos famosos estão um dos tronos usados por D. Pedro II, sua coroa e a pena com a qual Princesa Isabel assinou a abolição da escravatura.

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Lá, você também pode conhecer espaços peculiares como os aposentos das Princesas, o gabinete de Dom Pedro II e até a sala visitas da Imperatriz Teresa Cristina, onde ela recebia suas amigas. As obras contam muito do que aconteceu nos dois reinados brasileiros, mas quem visita o local também aprende um pouco sobre América Espanhola e a fase inicial da República. Um plus são os esplendorosos jardins: passear por eles é reviver a época do Império e conhecer os gostos de D. Pedro II, que orientou pessoalmente o paisagista.

Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS

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Imagem sem texto alternativo (Felipe Miguel/Wikimedia Commons)

As ciências naturais ficam muito mais legais quando você vê as aplicações práticas delas. Essa é a proposta de muitos museus pelo mundo, e um dos mais legais, destaque na América Latina, é o Museu de Ciências e tecnologia da PUCRS. Ele tem atividades para todas as idades, e contém exposições sobre o Universo, a Terra, o meio ambiente e a espécie humana.

Uma das atividades mais curiosas, sem dúvida, é um giroscópio humano – que os visitantes podem experimentar. Igual aos usados em treinamento de astronautas, ele simula um ambinete de baixa gravidade usando truques físicos simples. Fica a dica: se você quiser testar a engenhoca, é melhor chegar cedo. Essa é uma das atrações mais concorridas, com filas enormes. Além dele, há outros 700 experimentos interativos, que cobrem inúmeras áreas do conhecimento.

Instituto Inhotim

Instituto-Inhotim
Imagem sem texto alternativo (Vinicius Depizzol/Wikimedia Commons)

Quem conhece não costuma se referir ao Inhotim como uma simples visita: é uma verdadeira experiência. O Instituto Inhotim é, na verdade, um mix de jardim botânico e museu de arte contemporânea – um espaço com mais de 20 quilômetros quadrados dedicado à preservação da arte e também de espécies naturais. Quem foi, garante: tudo é tão harmônico que a impressão é de que as obras de arte sempre estiveram lá.

O Instituto fica em Brumadinho, Minas Gerais, a apenas 60 quilômetros da capital Belo Horizonte. Lá estão um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil – e ele é considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Com programações que incluem espetáculos musicais, festivais e outras atrações, cada dia o Inhotim conquista mais admiradores e visitantes.

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Ele é o caçulinha da lista: foi idealizado em meados dos anos 80 pelo empresário mineiro Bernardo de Mello Paz. Começou como área particular e hoje é visita obrigatório para quem for conhecer Minas Gerais.

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