O lado sombrio dos contos de fadas
Texto: Karin Hueck | Fotos: Dulla | Design: Flávio Pessoa
Texto: Karin Hueck | Fotos: Dulla | Design: Flávio Pessoa
Quem diz que gostaria de ter uma vida de conto de fada não sabe do que está falando. O mundo dos livros infantis é cheio de violência, crueldade e – principalmente – pobreza. Peguemos João e Maria, por exemplo. A história narra a vida de uma família que é tão, mas tão pobre que a madrasta (em versões mais antigas da história, a própria mãe) resolve abandonar os filhos na floresta porque os pais não conseguem mais alimentá-los. As crianças vagam pela floresta escura até encontrar a casa de uma bruxa que decide comê-las. Os irmãos Grimm, no prefácio do seu livro de historinhas, contam que João e Maria não era uma peça de ficção – é uma história baseada na realidade, de tão comuns que eram os abandonos de crianças na floresta no século 19.
Mesmo a bruxa comedora de criancinhas não era uma licença poética. A fome nos séculos – e milênios – passados era extrema e não são raros os registros de gente que partiu para o canibalismo para sobreviver. Arqueólogos descobriram que nossos ancestrais pré-históricos, por exemplo, bem que curtiam comer uns aos outros. Foram encontrados ossos humanos com marcas de dentes, em padrões muito parecidos com os achados em ossos de animais – sinal de que algum ancestral nosso andava roendo restos de carne humana. Também foi encontrado sangue humano em panelas pré-históricas e nas fezes fossilizadas de nossos ancestrais. O hábito de comer pessoas era tão comum que há até marcas genéticas de mecanismos de defesa no nosso DNA, desenvolvidos especificamente para proteger contra doenças que surgem quando se come carne humana.
Na época em que os contos de fadas foram escritos, o hábito não estava extinto. A humanidade nunca deixou de recorrer ao canibalismo em épocas de fome severa – e fome era carne de vaca nos séculos passados. Na Prússia, a escassez foi tanta entre 1708 e 1711 que 41% da população (ou 250 mil pessoas) morreu. Duas grandes fomes também atropelaram a França entre 1693 e 1710, matando mais de 2 milhões de pessoas. Assim, o canibalismo acabou saindo da lista de tabus. O historiador Jay Rubinstein conta que, nos séculos 11 e 12, havia feiras de carne humana na Inglaterra e na França – e que há relatos de pais comendo seus bebês em momentos de extrema pobreza. Outra grande época de carnificina foram as Cruzadas. Há uma história famosa, do rei inglês Ricardo Coração de Leão, líder da Terceira Cruzada, que ficou doente ao chegar à Terra Sagrada, e ficou implorando por carne de porco. Na falta de suínos, seus empregados acabaram assando um infiel – que o monarca achou uma delícia. “O quê? Carne de sarraceno é boa assim?”, disse. A história humana é mais indigesta do que parece.
Fontes: Cannibals and Crusaders, Jay Rubinstein; e Der Mittelenglischer Versroman über Richard Löwenherz
Cinderela teve uma, bem cruel. Branca de Neve também. Assim como João e Maria. Poucos personagens são tão frequentes nos contos quanto as madrastas más. Elas são as vilãs favoritas dos contos infantis – mas não são apenas personagens da ficção. Nos séculos passados, boa parte das crianças foi criada por mulheres que não eram as suas mães. E que não necessariamente se preocupavam com seu bem-estar. A culpa, aqui, é da nossa biologia.
Tudo começa com as nossas cabeças. O ser humano é um animal especialmente cabeçudo. Nossos cérebros são responsáveis por 2,5% do nosso peso – uma proporção muito maior do que em outras espécies, como cachorros (0,8% do peso), gatos (1%) ou elefantes (0,2%), por exemplo. Pior: o ser humano é um animal especialmente cabeçudo que anda sobre duas patas. Para que consigamos nos equilibrar eretos, a evolução teve que modificar nosso quadril, que se tornou muito mais estreito do que o dos quadrúpedes. Isso faz de nós animais cabeçudos de quadris estreitos – uma combinação explosiva para mulheres que vão dar à luz.
É difícil espremer uma cabeça tão grande por um quadrilzinho tão pequeno. Isso torna os nascimentos humanos muito mais arriscados do que os do resto do reino animal. Antes da cesárea e dos procedimentos cirúrgicos, as taxas de mortalidade das mulheres na hora do parto eram altíssimas. Na Inglaterra no século 17, a cada mil partos, 23 mães morriam dando à luz (hoje, a OMS recomenda que esse número não passe de 0,2). Parir era tão perigoso que a expectativa de vida de uma mulher francesa do século 19 era de 25 anos. No Reino Unido, nos séculos 16 e 17, a taxa de mortalidade das esposas nos primeiros cinco anos do casamento era 70% maior do que a dos maridos – um número que só pode ser explicado por mortes na hora do parto.
É a mortalidade materna que explica a ocorrência das madrastas más nos contos de fadas. Quando uma mulher morria dando à luz, era comum que deixasse para trás os filhos mais velhos para o viúvo cuidar. Esse viúvo, ao se casar de novo, trazia para dentro de casa uma madrasta, que se via obrigada a criar os herdeiros do primeiro casamento. Na França do século 17, quase 80% dos homens se casavam pela segunda vez. Essas segundas esposas muitas vezes favoreciam seus próprios filhos em vez dos enteados. Em épocas em que os recursos eram escassos – e que havia apenas um bife para alimentar toda a família ou apenas um príncipe para virar genro -, é natural que os filhos biológicos levassem a melhor. Claro que nem todas as madrastas da história são más. O que os contos de fadas fizeram foi exagerar um comportamento comum: a predileção que as mães sentiam por seus próprios filhos em relação aos enteados.
Fontes: An Attempt to Estimate the True Rate of Maternal Mortality, Sixteenth to Eighteenth Centuries, Dobbie Willmott; Fairies and hard facts: the reality of folktales, Eugen Weber
Pouca gente percebe, mas ser obrigado a passar o resto da vida com uma fera monstruosa era um risco real na Europa dos séculos passados. Assim como Bela, de A Bela e a Fera, muitas mulheres se viam forçadas a se casar com seres terríveis e assustadores: maridos arranjados. Durante a maior parte da existência humana, os casamentos foram organizados por conveniência. Juntavam-se duas pessoas por interesses econômicos, políticos e sociais – e não por amor ou afinidade. Mulheres nobres eram cedidas a partir dos 12 anos de idade em troca de alianças políticas entre reinos vizinhos, por exemplo. Para os reis, era muito mais prático presentear o inimigo com uma filha em vez de entrar em guerra com ele. Mas as mulheres mais pobres também não escapavam dos casamentos forçados. Nas camadas populares, elas eram trocadas como mercadoria, já que costumavam vir acompanhadas do dote – um montante de dinheiro que a família da noiva era obrigada a pagar à do noivo. Da Idade Média ao século 18, a transferência do dote correspondia ao maior afluxo de dinheiro que um homem recebia em toda sua vida. Isso tornava as mulheres reféns dos interesses alheios.
Para piorar, uma vez que se casavam com seus noivos arranjados, elas se tornavam posse dos maridos. A missão das esposas era servir e obedecer aos cônjuges. Em algumas regiões da Europa, as mulheres perdiam inclusive os direitos de possuir terras ou de fazer dívidas ao se casar. Aos homens eram atribuídos os direitos de manter a mulher sob controle – mesmo que à força. “Um cão, uma nogueira e uma mulher – quanto mais se bate, melhores eles ficam”, dizia um ditado inglês do século 16. Bater nas esposas não era crime, e até os séculos 8 e 9 d.C. os maridos tinham o direito de matar as suas esposas em casos de desavenças. Claro que nem todos os maridos eram cruéis e violentos – mas se dar bem na roleta dos casamentos era puramente uma questão de sorte. O medo de se casar com “feras” era presente na vida de todas as moças – das camponesas às princesas. A Bela e a Fera é um lembrete dessa realidade. Na história, o monstro aprisiona e se apaixona pela mocinha, que se recusa a casar com ele, porque o acha repugnante. Ao final de tudo, quando a Fera está à beira da morte, e se demonstra bondosa, a protagonista se pergunta: “Por que me recusei a casar com ele? Eu seria mais feliz com o monstro do que as minhas irmãs são com seus maridos. Nem inteligência, nem beleza fazem uma mulher feliz, mas virtude, doçura e complacência, e a Fera tem todas essas qualidades”. Menos mau, né, Bela?
Fonte: Marriage, a History: How Love Conquered Marriage, Stephanie Coontz
Era uma vez, em um reino distante, um rei que estava prometido para a princesa do reinado vizinho. Eles se casariam em breve e a princesa viria de barco encontrá-lo. Mas, todas as vezes em que ela tentava embarcar, uma enorme tempestade se formava no mar e a noiva era impedida de se juntar a seu amor. O rei começou a suspeitar de bruxaria – alguém estava fazendo magia negra para impedir seu casamento, só podia. Logo, ele descobriu que um grupo de bruxas andava se reunindo de noite para invocar o diabo e destruir o matrimônio real. Furioso, mandou matar 70 feiticeiras de uma só vez e conseguiu, finalmente, se casar.
A história acima seria apenas mais um conto de fada – se não tivesse acontecido de verdade. Ela ocorreu em 1591, o poderoso rei era Jaime 6o, da Escócia, e sua amada, Ana da Dinamarca. Eles realmente se casaram em 1589 na Noruega, depois de o monarca ter mandado matar dezenas de bruxas que supostamente estavam atrapalhando seu casamento. Bruxas – ao contrário de feijões mágicos e casas de pão de ló – de fato existiram. Eram pessoas com nome, família e endereço, e que bizarramente foram acusadas (em processos jurídicos reais) de voar sobre vassouras e se encontrar com o diabo. Mais de 45 mil pessoas foram torturadas e mortas durante o período conhecido como “caça às bruxas” na Europa, entre os séculos 15 e 17. Mas há muitas diferenças entre as feiticeiras dos contos infantis e as de carne e osso.
Nos contos, as bruxas são mulheres superpoderosas que conseguem praticar os feitiços mais elaborados para perseguir os mocinhos – é só se lembrar como a madrasta da Branca de Neve se transformou em uma velhinha inofensiva para oferecer uma maçã envenenada à princesa. Mas, na vida real, apenas os indivíduos mais fragilizados e esquecidos pela sociedade eram condenados por bruxaria. 75% das pessoas mandadas para a fogueira eram mulheres, e a maior parte delas tinha mais de 50 anos (uma idade muito avançada para os séculos passados). Na Inglaterra, 40% das bruxas eram viúvas. Elas costumavam ser acusadas por feitiçaria graças a boatos começados entre vizinhos. Qualquer coincidência infeliz era suficiente para condenar alguém por magia negra. Se duas vizinhas discutissem na feira, por exemplo, e o filho de uma delas amanhecesse doente no dia seguinte, pronto: a outra era acusada de bruxaria. Para piorar, as acusadas eram torturadas para confessar seus “crimes”. Tinham os dedos esmagados, os membros estraçalhados, os olhos furados, as orelhas arrancadas. Eram impedidas de dormir e jogava-se ácido sobre elas. Às vezes, eram afogadas ou penduradas pelos braços amarrados atrás das costas. Ao final de alguns dias de tortura, quase todas as mulheres confessavam as coisas mais inacreditáveis: de fazer sexo com o diabo a impedir o casamento do rei. Nos livros de historinha, bruxas provocam medo e raiva. Mas, na vida real, tudo que conseguem despertar é pena.
Fonte: The Witch-Hunt in Early Modern Europe, Brian Levack
A versão original de Chapeuzinho Vermelho é do século 17 e costumava ser contada entre camponeses franceses. Envolve canibalismo, um striptease e uma proposta de golden shower. O começo é igual à historinha que você conhece: Chapeuzinho Vermelho é mandada para a casa da vovozinha doente no meio da floresta, mas o lobo chega antes dela. Nessa versão, o lobo mau não só mata a vó, como cozinha sua carne e separa seu sangue em um jarro na despensa. Quando a neta chega, o monstro – disfarçado de velhinha – diz para a menina se servir da refeição. Chapeuzinho se esbalda: come e bebe como se não houvesse amanhã, até um gato falante revelar que ela está se deliciando com a própria avó. Então o lobo convida a menina a entrar na cama com ele, só que sem roupas. A menina obedece, e vai jogando lentamente todas as peças de roupa – o avental, o vestido, as meias, os sapatos – na lareira acesa. Só então ela percebe a roubada em que se meteu. Desesperada, tenta sair da cama, mas o lobo mau não deixa. Então ela diz que precisa fazer xixi, mas o vilão não se abala: “faça aqui na cama, minha filha”. É apenas quando Chapeuzinho dá a entender que precisava fazer mais do que xixi que o lobo permite que ela saia. A menina então sai da casa da avó e foge para sempre, salvando sua pele.
A sereiazinha é uma das filhas do rei do mar, que se apaixona por um príncipe terrestre. Para ir atrás de seu amor, a Pequena Sereia faz um acordo com a bruxa dos oceanos: troca a sua bela voz por um par de pernas. Assim, a recém-humana se aproxima do amado e passa meses tentando fazer com que ele se apaixone por ela – sem sucesso. O príncipe resolve casar com outra e a Pequena Sereia é convidada para o casamento, obrigada a assistir à felicidade alheia. Na noite de núpcias, desesperada, ela tenta matar o amado, mas desiste. Acaba se jogando no mar e virando espuma.
Uma das versões mais antigas (e assustadoras) de A Bela Adormecida foi anotada no Pentamerone, do italiano Giambattista Basile, no século 17. Nela, a heroína, chamada Tália, espeta o dedo em uma farpa de linho e fica aparentemente morta, deitada num caixão. É quando aparece um príncipe que se encanta com sua beleza. Sem hesitar, ele resolve estuprá-la ainda dormindo e voltar para casa em seguida. Tália então permanece desacordada – mas agora grávida de gêmeos. Quando os bebês nascem, procuram o seio da mãe para se alimentar, mas acabam sugando seu dedo sem querer, o que tira a farpa do lugar e faz com que a Bela Adormecida finalmente desperte. Tália acorda confusa, procurando o pai de seus filhos e vai até o reino vizinho encontrá-lo. Acontece que o príncipe estuprador já era casado e, quando sua esposa descobre que ele teve gêmeos com outra, resolve matar as crianças e servi-las para o príncipe comer. Felizmente, o cozinheiro encarregado do infanticídio se nega a matar os gêmeos e os esconde em casa. Então a rainha traída resolve se vingar de Tália e manda montar uma enorme fogueira para queimá-la viva. Tália está quase sendo jogada no fogo quando o príncipe interrompe a vingança. Ele então coloca mais um crime em sua ficha. Além de estuprador, vira homicida: joga a esposa no fogo e finalmente se casa com a ex-Bela Adormecida.
Na versão original anotada pelos irmãos Grimm, no século 19, Rapunzel é presa ainda criança no alto de uma torre por uma bruxa terrível. Quando ela se torna adolescente, começa a receber a visita de um príncipe vizinho. Tantas foram as visitas que, misteriosamente, as roupas de Rapunzel começaram a ficar apertadas na cintura. Sim, nas primeiras versões da história, a mocinha engravida do príncipe encantado e dá à luz gêmeos pouco tempo depois.
Você já parou para pensar que desagradável seria se você estivesse dormindo e um estranho começasse a beijar sua boca? Mais ainda: se você fosse obrigado a se casar com essa pessoa depois? Pois um beijo não consensual é o destino (e ironicamente o final feliz) para Branca de Neve e Bela Adormecida. Ambas são salvas por príncipes que não as conhecem e resolvem beijá-las. Hoje, de acordo com a lei brasileira, um beijo desses poderia ser enquadrado como crime de violência sexual.
A criança teimosa – Irmãos Grimm
“Era uma vez uma criança tão teimosa que nunca fazia o que a mãe pedia. Por isso, Deus não cuidou dela direito e fez com que adoecesse. Nenhum médico conseguiu ajudá-la e em pouco tempo ela estava em seu leito de morte. Depois de ser enterrado e coberto de terra, um braço da criança de repente rompeu do chão e se esticou ao alto. E toda vez que enterravam o braço de volta e o cobriam de terra, o membro teimoso se esticava para o alto de novo. Então a própria mãe teve de ir à sepultura e bater com o pauzinho no braço da criança. Assim que ela fez isso, o braço se retraiu e a criança encontrou descanso debaixo da terra.”
O pé de zimbro – Irmãos Grimm
Era uma vez um casal que queria muito ter filhos. Quando eles finalmente conseguiram gerar um menino, a mãe morreu. Logo o pai se casou novamente e teve uma filha com a nova mulher, que odiava o enteado. Um belo dia, quando o menininho voltou da escola, a madrasta perguntou se ele não queria uma maçã, e o mandou buscar a fruta de dentro de um pesado baú. O menino se ajoelhou, abriu o baú e – pimba! – a madrasta fechou a tampa sobre sua cabeça, que saiu rolando pela casa. Desesperada, a mulher botou o corpinho do menino sobre uma cadeira, equilibrou a cabeça por cima e enrolou um cachecol ao redor do pescoço para disfarçar. Então ela chamou a filha. “Marlene, seu irmão não quer dividir a maçã com você. Dê-lhe um tapa na orelha”, disse. A menina obedeceu, e a cabecinha do irmão rolou pelo chão. “Marlene, o que foi que você fez?”, gritou a mulher. Então a madrasta picou o corpo do filho e fez um cozido com ele. Quando o pai chegou, ela serviu o ensopado. “Mulher, a comida está deliciosa. Não comam nada, é tudo meu”, disse o pai, enquanto chupava os ossinhos do filho. Marlene então coletou os ossos do irmão e os enterrou no túmulo da mãe, debaixo de um pé de zimbro. De dentro da árvore saiu um passarinho mágico, que começou a cantar: “Minha mãe me matou, meu pai me comeu, piu piu que lindo passarinho eu sou”. O passarinho então vagou pela terra até voltar para a casa do pai carregando uma pesada pedra de moinho, que ele derrubou sobre a madrasta. A vilã morreu esmagada, e os sobreviventes viveram felizes para sempre.
Quando crianças brincavam de açougueiro – Irmãos Grimm
“Certa vez, os filhos viram o pai matando um porco. Quando eles foram brincar à tarde, uma criança disse à outra: ‘Agora você é o porquinho e eu sou o açougueiro.’ Assim, ela pegou uma faca e a enfiou na garganta do irmãozinho. A mãe, que estava no andar de cima e dava banho ao caçula, correu para baixo ao ouvir o grito do filho. Quando viu o que tinha acontecido, puxou a faca da garganta do filho e, no meio de sua raiva, a enfiou no coração da outra criança, a que era antes o açougueiro. Então correu para cima para ver o bebê na banheira, mas ele tinha se afogado. Ela entrou em desespero, se encheu de medo de jamais se consolar da tristeza e acabou se enforcando. O pai, quando chegou do campo e viu tudo o que havia acontecido, morreu logo em seguida.”
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