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Como é feito o lápis?

A fabricação é simples: consiste em colocar a grafite dentro de tábuas de madeira. Mas nem sempre foi assim.

Texto: Marina Motomura | Design: Andy Faria | Ilustrações: Luciano Veronezi

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pesar de a humanidade usar ferramentas de escrita desde os primórdios, a grafite só foi descoberta no século 16, na Inglaterra – os ingleses confundiram o material com chumbo, engano desfeito no fim do século 18. Nos primeiros lápis, pedaços de grafite eram enrolados em cordas ou pele de animais para facilitar o manuseio. Mais tarde, alemães começaram a usar pedaços de madeira para cobrir a grafite.

O apetrecho foi evoluindo até ganhar uma borracha na ponta em 1858, invenção do americano Hyman Lipman. A ideia, bastante simples, acontece na última etapa da produção: uma das extremidades é afinada, recebe uma cinta de metal para segurar a borracha, que é então colada e prensada. Depois, é só escrever: um só lápis é capaz de anotar 45 mil palavras ou riscar uma linha de 56 km de comprimento!

É PAU, É PEDRA…

… no fim do caminho, as tábuas de madeira com grafite ganham camadas de verniz e pintura.

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Ao chegar aos 18 anos, o pinheiro (Pinus caribea) está pronto para virar lápis. Muita gente pensa que o objeto é feito com um pedaço inteiriço de madeira com um furo no meio. Na verdade, a madeira é cortada em tábuas finas, de 18 x 7,5 centímetros de tamanho. Essa madeira é seca, tingida com corantes para ficar rosada e ganha camadas de gordura para ficar mais macia.

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Durante os processos de secagem e tintura, a madeira reage e pode “empenar” caso seja utilizada imediatamente. Para evitar esse problema, a madeira fica descansando por 60 dias. Depois desse período, começa a linha de produção: uma máquina abre oito pequenas canaletas em forma de semicírculo, com metade do diâmetro da grafite, nas tábuas.

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As minas de grafite ou de lápis colorido são coladas em uma dessas canaletas. A grafite que se usa hoje não é pura – uma mistura de barro seco e água é acrescentada à grafite para amaciar o material, que é então comprimido sob altas temperaturas até virar um cilindro. Já a mina do lápis de cor não tem grafite – no lugar, entram barro, goma, cera e pigmentos.

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Uma segunda tábua com canaletas é colada sobre a tábua que contém a mina, formando um “sanduíche”, que é prensado até que as minas e a madeira tornem-se uma peça única. A madeira, além de proteger a mão da sujeira do grafite, evita que a mina se quebre ao cair no chão. Depois, uma máquina retira o excesso de cola e as tábuas passam algumas horas secando.

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O sanduíche segue para uma máquina com lâminas de aço. De um lado, a máquina corta a face superior e, de outro, o lado inferior da tábua, até os lápis serem separados. O corte pode ser circular ou hexagonal – os lápis hexagonais têm a vantagem de não saírem rolando sobre superfícies lisas. Um só sanduíche pode produzir de seis a nove lápis.

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Os lápis são lixados, mergulhados em verniz e secos. A pintura pode ser por imersão ou com jatos de spray – são até cinco camadas de tinta. Já secos e com excessos removidos, recebem o nome do fabricante com uma prensa de metal quente. Para acabar, eles são apontados em um dos lados e estão prontos para escrever. No fim da história, cada pinheiro rende até 9 mil lápis.

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