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Vício em videogames passou a ser, oficialmente, um distúrbio mental

A Organização Mundial da Saúde atualizou suas diretrizes, que agora incluem o transtorno – mas calma, ele não se aplica a TODO tipo de jogador.

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 jun 2018, 13h32

Ansiedade, TOC, Transtorno Bipolar. Você já se acostumou a ouvir que essas são doenças, com sintomas, tratamentos e estudos científicos criados especificamente para elas ao redor do globo.

O que você nunca deve ter parado para pensar é que essa estrutura toda só é criada porque há unanimidade de que essas condições são, de fato, distúrbios – e não meramente questões comportamentais das pessoais ou apenas sintomas de outras doenças, como muitos acreditaram por décadas. TOC era apenas uma personalidade zelosa, até que a compreensão sobre esses distúrbios evoluísse devidamente.

Hoje, vemos novos transtornos traçando o mesmo caminho. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou sua listagem oficial de doenças e, agora, o vício em videogames foi oficialmente classificado como um distúrbio mental – incentivando a comunidade médica a estudar profundamente a questão.

Mas é importante ter calma. Isso não significa que você – ou seu filho – têm um problema de saúde. Virar uma noite ou outra para zerar o novo God of War e ficar em primeiro no Fortnite não é um sintoma propriamente dito.

A grande questão na hora do diagnóstico é a intensidade. A OMS afirma que os dependentes dos games podem ser identificados porque repetem, em geral, três padrões de comportamento: 1) a falta de controle quando tenta diminuir a frequência e duração das jogatinas; 2) a crescente priorização dos jogos na vida do gamer; 3) a continuidade do hábito de jogar, mesmo que ele traga consequências negativas para a vida pessoal, ou profissional do paciente – ou seja, aquela velha história do “não sou viciado, paro quando quiser” que não se concretiza nunca.

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A OMS, então deixa claro: só 3% dos jogadores de videogame possuem a dependência. Em geral, jogar uma partida ou outra pode até trazer benefícios, como já falamos aqui.

A ideia é que, com a adição do transtorno à listagem oficial de doenças da organização, o vício em videogame receba mais atenção médica e incentive novos estudos em busca de políticas de prevenção e tratamentos. É exatamente o mesmo que acontece com outros tipos de vício, como o relacionado à jogos de azar, drogas e álcool – e o único caminho possível para dar Game Over no problema.

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