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Quais as línguas mais difíceis de aprender?

Romeno é mais fácil que inglês. E nenhum idioma é mais complicado que o - pausa para respiro - !Xóõ

Por Daniela Kopsch, Felipe van Deursen e Renata Steffen
Atualizado em 26 out 2020, 17h03 - Publicado em 28 ago 2011, 22h00
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  •  (tsirik/iStock)

    Aprender uma nova língua não é fácil, mas por que algumas são mais difíceis que outras? Dois motivos. Primeiro, a distância entre elas na árvore genealógica dos idiomas. Quanto mais próxima, mais fácil de aprender. Outros critérios contam, como alfabeto e pronúncia. Mas o segundo motivo é motivação, segundo linguistas e professores. Ela faz a diferença. Ou seja, você pode até ficar fluente em !Xóõ (pronuncia-se estalando a língua no céu da boca), mas vai precisar de mais tempo. E muita paciência.

    Fácil

    Idiomas com mesma origem têm mais semelhanças. As línguas latinas são como primas que cresceram juntas, mas se afastaram. Francês é mais difícil que espanhol e italiano porque teve influência germânica (exemplo: chic vem do alemão schick). E o inglês é a amiga que se enturmou: somos mais suscetíveis a aprender a língua que está em todo lugar.

    Espanhol

    Número de nativos: 390 milhões
    Família latina
    Alfabeto latino

    Italiano
    Número de nativos: 80 milhões
    Família latina
    Alfabeto latino

    Francês
    Número de nativos: 220 milhões
    Família latina
    Alfabeto latino

    Inglês
    Número de nativos: 400 milhões
    Famílias germânica
    Alfabeto latino

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    Romeno*
    Número de nativos: 24 milhões
    Família latina
    Alfabeto latino

    Aprender a língua do Conde Drácula não é assim tão difícil. Existem aproximadamente 500 palavras semelhantes ou até iguais entre romeno e português. Um exemplo é superior, que se escreve e pronuncia da mesma forma.

    Médio

    Aqui entram idiomas de famílias diferentes, mas quase sempre com o mesmo alfabeto: o latino, o mais usado no mundo. Mesmo línguas de outras famílias ficam mais próximas quando usam o mesmo alfabeto de base. Neste caldeirão de letras latinas, está a maioria dos idiomas da Europa.

    Alemão
    Número de nativos: 100 milhões
    Família germânica
    Alfabeto latino

    Islandês
    Número de nativos: 320 mil
    Família germânica
    Alfabeto latino

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    Polonês
    Número de nativos: 42,7 milhões
    Família eslava
    Alfabeto latino

    Finlandês*
    Número de nativos: 7 milhões
    Família fino-permiana
    Alfabeto latino

    É uma das raras línguas ocidentais que não deriva do tronco indo-europeu, mas do urálico (junto com o húngaro e o estoniano). A diferença aparece principalmente na pronúncia, cheia de vogais. Às vezes lembra o japonês.

    Turco
    Número de nativos: 73 milhões
    Família turcomana
    Alfabeto latino

    Grego*
    Número de nativos: 13 milhões
    Família helênica
    Alfabeto grego

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    Inspirou o latim, origem da língua portuguesa. É, digamos assim, um tio-avô. Então, mesmo com um alfabeto diferente, a expressão “tô falando grego” deveria brincar com outra língua, pois o grego está longe de ser o idioma mais difícil do mundo.

    Difícil

    O aprendizado de uma língua passa pela escrita. Aqui nos deparamos com letras, ideogramas e sinais que nos são estranhos. E muitas dessas línguas são tonais, o que dificulta. A palavra vietnamita khao, por exemplo, pode significar “ele”, “ela” ou “branco”, dependendo do tempo levado para falar as vogais.

    Vietnamita
    Número de nativos: 73 milhões
    Família Mon-khmer
    Alfabeto Latino
    Língua tonal (tem palavras que mudam completamente o significado, dependendo da entonação que se usa para pronunciar)

    Russo
    Número de nativos: 164 milhões
    Família eslava
    Alfabeto cirílico

    Tailandês
    Número de nativos: 60 milhões
    Família kradai
    Alfabeto khmer
    Língua tonal

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    Mandarim
    Número de nativos: 885 milhões
    Família sino-tibetana
    Alfabeto logograma
    Língua tonal

    Japonês*
    Número de nativos: 127 milhões
    Família japônica
    Alfabeto logograma
    Língua tonal

    Assim como no mandarim, aprendizes de japonês precisam memorizar milhares de ideogramas. São dois sistemas silabários e cinco de escrita. Haja coração (e memória) para encarar essa língua.

    Coreano
    Número de nativos: 71 milhões
    Família língua isolada
    Alfabeto hangul
    Língua tonal

    Árabe*
    Número de nativos: 206 milhões
    Família semítica
    Alfabeto árabe

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    O árabe é tão difícil de aprender a ler que o lado direito do cérebro (responsável por dar uma leitura geral das letras) fica sobrecarregado e simplesmente desliga, deixando o lado esquerdo se virar sozinho.

    Quase impossível

    O sistema vocal complexo de alguns idiomas exóticos torna a tarefa de aprendê-los quase impossível. O que vai fazer diferença, daqui para a frente, é a determinação e a força no gogó. Há registros de africanos que desenvolveram caroços na laringe por causa do !Xóõ.

    Tuyuca
    Número de nativos: menos de mil
    Família tukano oriental

    Só consoantes simples, poucas vogais nasais e um amplo vocabulário. Calma que piora: para os indígenas da Amazônia que dominam a língua, a única forma de afirmar algo é terminando a frase com um verbo (Yoda tuyuca fala?).

    !Xóõ

    Número de nativos: 2,5 mil
    Família khoisan

    Em Botsuana, na África, as pessoas conversam usando cliques (estalos feitos com a língua no céu da boca). O alfabeto é construído com cinco cliques básicos e 17 adicionais.

    Fontes: Neide González, professora de linguística da USP, especializada em aprendizagem de língua estrangeira; Heloísa Salles, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Linguística/UnB; Cláudia Mendes Campos, professora da UFPR; Cambridge Encyclopedia of Language; SIL International.

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