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O que é o Ano-Novo Lunar? 

A celebração de origem chinesa não acompanha o Réveillon do calendário gregoriano. Conheça a origem da tradição e como ela se orienta pelas fases lunares.

Por Leo Caparroz
15 dez 2023, 18h12

Nem todas as culturas no mundo comemoram o Ano-Novo do mesmo jeito que nós, brasileiros. Algumas sequer o comemoram em 31 de dezembro.

Pode parecer estranho, acostumados com o calendário gregoriano dividido em 12 meses e 365 dias (mais um bissexto de quatro em quatro anos, claro). Contudo, essas outras tradições usam calendários diferentes, com datas que não necessariamente coincidem com as nossas.

Um famoso exemplo disso é o Ano-Novo Lunar. É o famoso Ano-Novo Chinês – que, apesar do nome,  é comemorado em vários países da Ásia.

Por mais de 3 mil anos, a China usou o calendário lunissolar, que dividia o tempo com base não só na Lua, como também no Sol. Nesse esquema, cada mês começa na Lua Nova – aquela fase em que o satélite se esconde de nós.

O Ano-Novo Lunar começa na lua nova mais próxima da metade do inverno, que costuma cair em entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro (no Hemisfério Norte, o inverno é de dezembro a fevereiro).

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Desde 1912, a China também segue o calendário gregoriano. Contudo, a tradição continua viva no país, sob o nome de Festival da Primavera. Imigrantes chineses em outros países também fazem questão de manter a celebração em suas comunidades.

A origem do Ano-Novo Lunar

Segundo a lenda, um grande monstro chamado Nian aterrorizava vilas todo início de primavera. Ele destruía casas, arrasava plantações, matava rebanhos e devorava pessoas. Com a ajuda de um velho sábio, o povo teria descoberto que Nian tinha medo de barulhos altos e da cor vermelha. Então, as pessoas começaram a estender tecidos vermelhos e as famosas lanternas para afugentar Nian.

Assim começou a tradição dos fogos de artifício. No início, os chineses jogavam pedaços de bambu na fogueira – o ar do interior esquentava e se expandia. A pressão para sair estourava a planta. Com o tempo, eles inventaram os fogos usando a pólvora.

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As tradições

Antes da data oficial, as famílias varrem a casa. Não só para mantê-la limpa: trata-se de um gesto para livrar a família de todo o azar que ficou no ano anterior – e atrair sorte para o seguinte.

E as decorações? As portas de empresas e casas são pintadas de vermelho. Recortes de papel e lanternas avermelhadas também são colocadas à mostra. A cor simboliza alegria e boa sorte nas culturas chinesas, e tem forte associação com as celebrações de ano-novo.

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Comida não pode faltar, claro. Também é tradição celebrar o Ano-Novo Lunar com um jantar em família.

O festival em si dura duas semanas. Algumas das celebrações mais comuns são festas, fogos de artifício e a famosa Dança do Dragão e do Leão, em que várias pessoas performam debaixo da fantasia dessas criaturas. A tradição existe desde o século 3 a.C. e nasceu como um pedido de chuva para as divindades chinesas.

É comum presentear membros mais novos da família – crianças ou jovens adultos solteiros – com envelopes vermelhos cheios de dinheiro. Outros dias do festival são mais quietos, reservados para honrar falecidos e reconhecer divindades importantes.

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O Festival das Lanternas marca o fim do Ano-Novo Lunar. Lanternas de papel iluminam o caminho para danças de leões com desfiles e festivais. As luzes brilhantes celebram a primeira lua cheia do novo ciclo. Ano novo, vida nova.

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