O Atlas do Cinema
Na onda do tema da redação do Enem deste ano, uma série de infográficos sobre a sétima arte pelo mundo – do número de salas à representatividade nas telas.
A Islândia é o país mais cinéfilo do mundo. Já a Suíça possui o ingresso mais caro de todos. E se o assunto é produção, Hollywood não está com nada: Índia e Nigéria, com suas Bollywood e Nollywood, superam com folga o número de produções dos EUA.
Conhecer o universo da sétima arte vai além dos filmes e das premiações. Por trás dos créditos, há uma indústria bilionária, com milhares de pessoas envolvidas e peculiaridades em cada canto da Terra. Abaixo, a SUPER reuniu uma série de dados levantados por organizações como a Unesco e a Ancine (Agência Nacional do Cinema) para mostrar como é o cinema mundo afora.
MUNDO
NÚMERO DE SALAS DE CINEMA
EUA: 5.628 cinemas.
França: 2.033 cinemas
Itália: 1.152 cinemas
Rússia: 1.101 cinemas.
Reino Unido: 751 cinemas.
Os maiores produtores de filmes*
Índia: 1907
Nigéria: 997
EUA: 791
China: 686
Japão: 581
França: 300
Brasil (15º lugar): 129
*dados de 2015.
NÚMERO DE CINEMAS A CADA UM MILHÃO DE HABITANTES
Montenegro, na Europa, possui o maior número de cinemas per capita. O Sudão do Sul, país mais jovem do mundo, o menor:
PREÇO MÉDIO DO INGRESSO
A Suíça possui o ingresso mais caro. A Índia, o mais barato. Em 2013, o Senegal teve o ingresso mais baixo da história: US$0,56.
Bizarrices de bilheteria
Atrasados
- Em 2015, Pequenos Espiões 2: A Ilha dos Sonhos Perdidos foi o oitavo filme mais visto no Líbano. Valer dizer: o longa é de 2002.
Sertanejo 1 X 0 Nerds
- Em 2005, o filme mais visto no Brasil foi 2 Filhos de Francisco, superando Star Wars III: A Vingança dos Sith e Harry Potter e o Cálice de Fogo.
Orgulho nacional
- Em 2014, o longa The Birds of Cyprus foi o mais visto no Chipre. A produção superou nove blockbusters americanos.
Aposta única
- Em 2015, as Ilhas Marshall lançaram uma única produção: Jilel: The Calling of the Shell (Jilel: O Chamado da Concha, em tradução livre). O orçamento foi de US$ 5.000.
FREQUÊNCIA DE IDAS AO CINEMA
A Islândia, que produziu 13 filmes em 2015, é o país que mais vai o cinema: 4,84 vezes ao ano por habitante (a média chegou a 5,86 em 2009). À título de comparação, a taxa de países como Coreia do Sul e Austrália é de 4,66 e 4,21, respectivamente. Nos EUA, a média é de 4,13.
O Brasil está bem atrás nesse quesito – até o Kuwait (1,31) vai mais ao cinema que a gente. Porém, o país dobrou sua taxa em dez anos. Veja:
BRASIL
OS DEZ ESTADOS COM MAIS SALAS DE CINEMA
O Brasil possui 3.316 salas de cinema. São Paulo concentra aproximadamente um terço delas: 1.043. O Acre é o estado que possui menos salas: oito.
A maior sala de cinema fica em Volta Redonda (RJ). O Cine 9 de Abril foi inaugurado em 1959 e possui 1.505 poltronas em um espaço de 1.650 metros quadrados.
Mas ela não é a mais antiga – esse posto pertence ao Cinema Olympia, de Belém (PA). Ele foi inaugurado em 1912 e é considerado Patrimônio Histórico e Cultural da cidade.
CINEMAS QUE MAIS ARRECADAM NO BRASIL
RAIO X DO CINEMA BRASILEIRO
Em 2016, a Ancine analisou a produção dos longas-metragens nacionais lançados naquele ano:
GÊNERO, NÚMERO E COR
75% dos filmes produzidos naquele ano foram dirigidos por homens brancos. 19,7% foram feitos por mulheres brancas e 2,1% por homens negros. O único cargo técnico ocupado por mulheres negras foi o de “produção executiva”.
Se o diretor é negro, a chance de haver um ator ou atriz negros no elenco aumenta em 65,8%. Faz diferença: nos filmes de ficção, apenas 13% dos atores são negros ou pardos, contra 54% da população brasileira.
Já 40% dos elencos são compostos por mulheres. Na população, elas representam 51,5%:
MAIOR (E MENOR) PÚBLICO E RENDA
Em 2018, o maior público foi o da cidade de São Paulo (SP). 13,6 milhões de pessoas foram ao cinema – uma renda de, aproximadamente, R$256 milhões. Já o menor foi em Córrego Fundo (MG): 20 pessoas gastaram, ao todo, R$ 134.
Naquele ano, 72% das salas brasileiras passaram Vingadores: Guerra Infinita em sua estreia. O filme foi o mais visto no país em 2018, com público de 14,5 milhões de pessoas.
Nada a Perder, biografia de Edir Macedo, foi o único longa nacional entre os dez mais vistos no Brasil em 2018. Ele ficou em segundo lugar, com 12 milhões de espectadores. Já O Cravo e a Rosa, documentário nacional exibido no Festival do Rio, foi o lançamento com menor público – apenas seis pessoas. Depois, ele passou no Canal Brasil.