Netflix e criadores de Stranger Things estão sendo processados por plágio
Não é a primeira vez que a série sofre acusações de roubo de roteiro. Entenda o caso.
Uma ameaça maior que o Demogorgon acaba de surgir para a Netflix. O serviço de streaming e os criadores da série Stranger Things, Matt e Ross Duffer, estão sendo acusados de plágio pela produtora americana Irish Rover Entertainment.
A companhia, que abriu processo no tribunal federal da Califórnia (EUA) na última quarta-feira (15), alega que a ficção é na verdade uma cópia de Totem, o script de uma série de TV escrita pelo roteirista Jeffrey Kennedy e inspirada em uma história real – a morte de seu amigo Clint Osthimer, que sofria de epilepsia. A série nunca chegou a sair do papel.
O processo afirma que o roteirista Kennedy e seu amigo Osthimer passaram a infância juntos na zona rural de Indiana, nos EUA. Na época, eles “lidaram com a ameaça constante do ‘demônio pessoal’ de Osthimer, a epilepsia, que criava ‘chuvas de raios’ em seu cérebro. Essas convulsões o mandariam para um plano sobrenatural alternativo onde o demônio residia”. Algo similar ao que acontece com o personagem Will de Stranger Things, que vai para o chamado “mundo invertido”.
Além disso, a série Totem teria uma garotinha com poderes sobrenaturais chamada Kimimela, que combate espíritos sombrios e ajuda seus amigos a encontrar o portal para um plano sobrenatural. Kimi, como foi apelidada, teria uma história extremamente parecida com a de Eleven, que combate o Demogorgon para salvar seus colegas.
No IMDbPro, banco de dados sobre a indústria do entretenimento voltado aos profissionais da área, a série Totem aparece em fase de pré-produção. Já no IMDb, dirigido ao público em geral, há apenas uma sinopse que diz: “Depois que um espírito sombrio sequestra sua esposa, um soldado epilético inicia uma perigosa jornada para encontrar um curandeiro com o poder de trazê-la para casa.”
Se Totem é um roteiro obscuro, que nunca ganhou forma, como ele chegou às mãos dos irmãos Duffer? O processo diz que as duas séries estão conectadas por um homem chamado Aaron Sims. Ele teria trabalhado próximo a Kennedy durante o desenvolvimento de Totem e depois foi contratado para criar as artes conceituais das duas primeiras temporadas de Stranger Things.
Um representante da Netflix comentou o processo com os repórteres do portal de notícias de cultura The Wrap:
“O Sr. Kennedy tem explorado essas teorias conspiratórias há anos, embora a Netflix tenha explicado repetidamente a ele que os irmãos Duffer nunca ouviram falar dele ou de seu roteiro não publicado até surgirem as ameaças de processo.
Depois que nos recusamos a ceder às suas demandas por uma recompensa, ele entrou com essa ação infundada. Não faltam pessoas que gostariam de reivindicar créditos por criar Stranger Things. Mas a verdade é que o programa foi concebido de forma independente pelos irmãos Duffer e é o resultado da criatividade e trabalho duro da dupla.”
Não é a primeira vez que Stranger Things sofre esse tipo de acusação. Em 2018, um homem chamado Charles Kessler alegou que a ideia da série era dele e que seu curta-metragem de 2012, intitulado “Montauk”, teria servido de inspiração para a obra. Kessler dizia que havia apresentado a ideia em 2014 aos irmãos Duffer em uma festa do Festival de Cinema de Tribeca, mas que nunca recebeu os créditos. Depois, Kessler reconheceu que a acusação de plágio era infundada e desistiu do processo dias antes do julgamento.
4a temporada
Stranger Things se passa na pequena cidade fictícia de Hawkins, no estado de Indiana (EUA). Lá, um grupo de crianças se depara com fenômenos sobrenaturais e lida com seres assustadores de outra dimensão, o “mundo invertido”. A ambientação dos anos 80 e as diversas referências que a história apresenta ajudaram a popularizar a série entre várias faixas etárias.
Stranger Things foi renovada para uma quarta temporada, que estava prevista para o início de 2021 – mas as gravações tiveram que ser interrompidas devido a pandemia de covid-19. Enquanto isso, você pode assistir abaixo ao primeiro teaser, já liberado pela Netflix. Outra sugestão é aproveitar o fim de semana para maratonar as outras três temporadas, que estão disponíveis no serviço de streaming.