Godzilla 2: conheça os monstros do novo filme
Ele não está sozinho: no filme que estreia hoje (30), o Godzilla é só um de muitos "kaijus" – nome dos dragões, pterodáctilos e outras aberrações gigantes
De uns tempos para cá, a moda em Hollywood tem sido a de criar os chamados “universos compartilhados” – um mundo ficcional do qual vários filmes fazem parte, com histórias diferentes, mas que vez ou outra se misturam.
A estratégia pode dar (muito) certo. O Universo Cinematográfico da Marvel, com seus 22 filmes a partir de Homem de Ferro, em 2008, já arrecadou mais de US$ 20 bilhões. Em uma escala menor, o universo de terror iniciado em 2013 por Invocação do Mal, do diretor James Wan, também não vai nada mal.
Mas não é sempre assim. Universos compartilhados também podem fracassar ou sequer ver a luz do dia. Foi o caso do plano da Universal de criar o Dark Universe, que uniria as novas versões dos filmes de monstro do estúdio que fizeram sucesso nos anos 1930, como Frankestein e O Homem-Invisível. Não rolou: o remake de A Múmia, em 2017, fracassou nas bilheterias e forçou a empresa a cancelar o projeto.
Godzilla II: Rei dos Monstros, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (30), é o mais novo longa a integrar um universo do tipo. A nova aventura do monstrengo integra o chamado MonsterVerse, uma iniciativa da Warner Bros. que já conta com Godzilla (2014) e Kong: Ilha da Caveira (2017). Sim: Godzilla e King Kong coexistem neste mundo – e vão sair na porrada em breve. Mas calma que a gente já chega lá.
O filme mostra as consequências da primeira aparição do mostro, que salvou a Terra da ameaça de outras duas criaturas no longa anterior, em uma luta que destruiu a cidade de São Francisco, nos EUA. A organização Monarca, que monitora por toda a Terra diversos desses bichos milenares (os chamados Titãs), precisa lidar com um grupo de terroristas que quer “acordar” todos eles, colocando em risco a humanidade.
Pois é. Além do lagarto gigante, Godzilla II traz outras criaturas – e todas elas vêm de antigos filmes japoneses do gênero. Conheça os principais:
Godzilla
Primeira aparição: 1954
Criado pela Toho, uma das principais produtoras do Japão, Godzilla nasceu como um tokusatsu, termo usado por lá para definir filmes que misturam efeitos especiais, terror e ficção científica. Mas ficou tão popular que acabou criando todo um sub-gênero: o de monstros gigantes – os famosos kaijus.
Fora o tamanho, que aumentou um bocado ao longo de 35 filmes, pouca coisa mudou em suas características: pele quase indestrutível, rajadas de energia pela boca e seu inconfundível rugido. Ora retratado como vilão, ora como herói, nesta versão Godzilla é o mocinho da vez: uma criatura milenar, venerada por civilizações antigas e responsável pelo equilíbrio das forças da natureza.
Guidorah
Primeira aparição: 1964
Pela primeira vez em um filme de Hollywood, esse monstro de três cabeças é o arqui-inimigo do Godzilla desde a sua estreia nos cinemas nos anos 1960, no filme Ghidorah, the Three-Headed Monster.
Mistura de dragão com a Hidra de Lerna, da mitologia grega, o King Guidorah, também conhecido como Monstro Zero, disputa o trono de rei dos monstros e é, provavelmente, o mais poderoso deles. Encontrado em uma geleira na Antártida, ele é o grande vilão do filme – e um páreo duro para o nosso lagartão.
Mothra
Primeira aparição: 1961
A mariposa gigante apareceu pela primeira em um filme homônimo no início da década de 1960 e, de lá pra cá, tornou-se um dos kaijus mais populares do universo da Toho. Em 1964, ela apareceu no filme Mothra vs. Godzilla. Veja um trecho desta luta no vídeo abaixo – só não vale se assustar com os efeitos da época:
Um dos primeiros inimigos de Guidorah, Mothra é por vezes considerada a Rainha dos Monstros, uma criatura que, assim como o Godzilla, zela pelo equilíbrio da natureza. Em Godzilla II, ela aparece ainda em estágio de larva, escondida em uma floresta de Yunnan, na China.
Rodan
Primeira aparição: 1956
Inspirado no visual de um pterodáctilo, Rodan foi um dos primeiros kaijus da Toho, criado dois anos após Godzilla. Foi o primeiro dos monstros gigantes a ter um longa em cores e não em preto e branco.
No filme, a origem da criatura foi alterada. Rodan ainda é um monstro pré-histórico, mas ao invés de habitar o Japão, vive dentro de um vulcão em Isla de Mara, uma região fictícia do México. Na história, as lendas antigas o associavam ao fogo e à destruição.
Vale a pena assistir?
Com um orçamento de US$ 200 milhões, Godzilla II possui ótimos efeitos especiais e, claro, muitas lutas entre os monstrengos. No entanto, o roteiro exagera no número de tramas paralelas no núcleo humano do longa. O elenco é recheado de bons atores: Vera Farmiga, Ken Watanabe, Sally Hawkins e Millie Bobby-Brown, a Eleven de Stranger Things. Mesmo assim, são tantas histórias que falta tempo para se aprofundar em todas elas.
Apesar disso, o filme presta uma boa homenagem ao gênero dos kaijus, e dá detalhes instigantes sobre a mitologia dos Titãs, que provavelmente será explorada no futuro. Godzilla vs Kong estreia em 2020, provando que monstros gigantes, e não só super-heróis, dão caldo para um universo compartilhado.